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Quartas de final do Futebol Olímpico Feminino  

Brasil chega com moral e sonha com primeiro título relevante no futebol mundial

marta camisa 10 celebrando gol pela seleção
Maior artilheira da história do torneio de futebol olímpico, a craque Marta comanda o Brasil em busca do inédito ouro em Tóquio 2020 (Foto: A2M/CBF)

A Seleção Brasileira de Futebol Feminino estreou nestas Olimpíadas na última quarta-feira (21) com golada de 5 a 0 sobre a Seleção Chinesa. A primeira partida das brasileiras foi como um espetáculo harmônico de uma orquestra, na qual a maestrina era a sueca Pia Sundhage. Nas outras duas partidas as brasileiras não tiveram a mesma facilidade, mas conseguiram resultados importantes: empate por 3 a 3 com a Holanda (atual campeã da Eurocopa, disputada em 2017, e vice-campeã do Mundial, disputado em 2019). A expectativa é de que o desempenho na fase de grupos seja apenas uma amostra do que as aclamadas jogadoras brasileiras podem fazer nestes Jogos Olímpicos de Tóquio, sob o comando da ilustríssima Pia Sundhage. Somente por ser uma treinadora sueca, fato que está estampado em seu nome, Pia Sundhage já deu muito o que falar em rodas de conversas do povo brasileiro e, agora, está buscando colocar o seu nome de vez na história da Seleção Brasileira. A treinadora de 61 anos foi anunciada como comandante da Seleção Brasileira em 2019, logo após ter levado a Seleção da Suécia até a grande final da Copa do Mundo de Futebol Feminino. Antes disso, porém, Pia Sundhage brilhou como técnica da Seleção Estadunidense, pela qual venceu duas Olimpíadas (em 2008 e em 2012). A treinadora sueca já esteve do lado oposto do Brasil e foi uma pedra no sapato das brasileiras, que estavam naquela final de 2008, contra os Estados Unidos, e em outras eliminações para equipes comandadas por Pia. Algumas das atuais jogadoras da Seleção Brasileira (Marta, Formiga e Bárbara) estavam naquela final olímpica de 2008 e, agora, esperam finalmente alcançar um título sob o comando de uma treinadora europeia experiente. As brasileiras já conquistaram a medalha de bronze e foram vice-campeãs tanto nas Olimpíadas como na Copa do Mundo de Futebol Feminino, mas ainda sonham com um título, principalmente enquanto ainda contam com jogadoras icônicas da nossa seleção, em especial a camisa 10, Marta. A camisa número 8, Formiga, aos 43 anos, segue sendo um pilar da equipe e, inclusive, anunciou estar fazendo sua última participação em Jogos Olímpicos. Portanto, esta é uma grande oportunidade para a Seleção Brasileira levantar a taça no fim e comemorar sua primeira medalha de ouro nas Olimpíadas, como certamente foi planejado pela CBF desde o investimento em uma grande treinadora europeia.

Brasil precisa confirmar favoritismo diante do Canadá antes de pensar em dificuldade que terá se avançar para as semifinais

Mesmo tendo avançado na vice-liderança do grupo pelo saldo de gols (6 positivos contra 13 positivos da Holanda), a Seleção brasileira somou pontos suficientes para ter um adversário um pouco menos tradicional no cenário mundial: o Canadá, que foi vice-líder de um grupo com Grã-Bretanha (líder), Japão (classificada como um dos melhores terceiros colocados) e Chile (lanterna sem somar pontos). A partida entre Brasil e Canadá acontece logo às 5 horas da manhã (no horário de Brasília) desta sexta-feira (30) e vai contar com a transmissão da Globo para a TV aberta, além de SporTV e BandSports na TV fechada. É importante lembrar que as canadenses venceram as brasileiras na disputa da medalha de bronze da última Olimpíada, disputada em 2016 em solo brasileiro (no Rio de Janeiro). A técnica Pia Sundhage alertou para um cuidado especial com a experiente atacante Christine Sinclair, em sua última entrevista coletiva: “(Sinclair) é uma jogadora muito inteligente. Temos que nos esforçar para que ela não domine o jogo”. O Canadá está em nono no ranking da FIFA e certamente não quer ser eliminado tão precocemente depois de ter alcançado o bronze nas últimas olimpíadas. No entanto, a Seleção Brasileira está com um conjunto muito forte e é tida como favorita para avançar às semifinais. Pia Sundhage se deu ao luxo de poupar algumas de suas principais atletas na última rodada da fase de grupos, diferentemente da técnica canadense (que é a inglesa Bev Priestman, de apenas 35 anos), que precisou de força máxima e suou para arrancar um empate com a Grã-Bretanha e garantir a vice-liderança do grupo exatamente na última rodada. Portanto, apesar da certeza de confronto difícil, a expectativa é de que o Brasil confirme vaga nas semifinais e, consequentemente, se garanta na disputa por uma medalha. E vai ser exatamente aí que tudo vai ficar mais tenso para o Brasil, pois enfrenta, na semifinal, as vilãs americanas, ou, então, a Holanda. Estados Unidos e Holanda se enfrentam em jogo eletrizante às 8 horas da manhã (de Brasília) desta sexta-feira.

Grã-Bretanha e Suécia são as favoritas do outro lado da chave e possíveis adversárias do Brasil na final

Se a Seleção Brasileira Feminina realizar o seu sonho e o de milhões de brasileiros e conseguir alcançar uma vaga na final dos Jogos Olímpicos (o que aconteceu apenas em 2004 e em 2008), são duas as adversárias mais cotadas para estarem do outro lado do campo quando o juiz apitar o início do confronto que vai valer a medalha de ouro, já marcado para acontecer às 23 horas (de Brasília) da próxima quinta-feira (05/08). A grande favorita para estar é a Suécia, que ficou com a medalha de prata em 2016 e ficou com o 3º lugar na última Copa do Mundo (2019), tendo vencido a Inglaterra na disputa pela 3ª posição. É exatamente a Seleção Britânica a outra favorita a enfrentar o Brasil (ou Holanda, Estados Unidos, ou mesmo Canadá) na final. Antes de tudo isso, porém, a Seleção Sueca vai ter que passar pelas japonesas nas quartas de final, assim como a Seleção Britânica vai precisar vencer a Austrália para passar às semifinais. É importante ressaltar, porém, que as australianas fizeram um grande jogo com a Suécia na fase de grupos e arrancaram um empate sem gols com os Estados Unidos ainda na fase de grupos, e chega motivada para tentar superar a Grã-Bretanha nas quartas de final. A Austrália certamente é a zebra que mais tem chance de surpreender nesta fase da competição, tendo em vista que a Suécia não deve dar chances para o Japão e os confrontos do outro lado da chave envolvem um maior equilíbrio.

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