Destaque maior da Argentina na Copa do Mundo do Catar, Lionel Messi é a razão para os seus torcedores acreditarem na conquista do tricampeonato mundial.
Aos 35 anos, Lionel Messi muito provavelmente dispute a sua última Copa. E como tem disputado. Tem sido decisivo na Copa do Mundo Catar 2022. Graças a ele, a Argentina foi superando as adversidades da competição e chegou às quartas de final, onde encara a igualmente forte Holanda.
Já na fase de grupos o craque criado em La Masia (sede das categorias de base do Barcelona) precisou assumir a responsabilidade para que a Argentina avançasse às oitavas de final. Depois de uma derrota chocante, diante da Arábia Saudita na estreia, a Seleção Argentina precisava, necessariamente, vencer México e Polônia para garantir sua classificação.
E foi com um gol e uma assistência de Lionel Messi que a Argentina conseguiu superar o México, vencendo por 2 a 0 na segunda rodada. Na última partida da fase de grupos o camisa 10 perdeu a chance de abrir o placar diante da Polônia ao parar em Szczesny em cobrança de pênalti sofrido por ele mesmo, que não abaixou a cabeça, seguiu incomodando a defesa polonesa e contou com uma ajudinha de seus companheiros para, com gols de Alexis Mac Allister e Julián Álvarez, garantir a vitória argentina por 2 a 0, a qual deu a liderança do Grupo C aos nossos hermanos.
No último sábado (3) a Argentina enfrentou a Austrália pelas oitavas de final e Lionel Messi tratou de abrir o placar ainda no primeiro tempo, aliviando a pressão sobre a Argentina. Julián Álvarez, o jovem atacante do Manchester City, ampliou na etapa complementar e garantiu que o gol contra marcado por Enzo Fernández, a favor da Austrália, não atrapalhasse na classificação.
Mas até aqui a Seleção Argentina não teve nenhum grande desafio. Os sites de apostas colocam os argentinos logo atrás do Brasil como favoritos para conquistar o título mundial, mas a seleção comandada por Lionel Scaloni ainda vai ter muitas etapas para superar. Para que Messi encerre seu ciclo pela Seleção Argentina com um título mundial, enormes desafios terão de ser superados. O primeiro deles é a forte Seleção Holandesa do técnico Louis van Gaal, que está invicta nesta Copa do Mundo e vem de uma vitória imponente sobre a boa Seleção Estadunidense, pelo placar de 3 a 1. Se avançar, a Argentina deve enfrentar o Brasil nas semifinais, que é amplo favorito no confronto com a Croácia pelas quartas de final. Para que os argentinos superem cada etapa até a final e o possível título da Copa do Mundo do Catar 2022, a participação de Lionel Messi dentro de campo vai ser fundamental, e não há qualquer dúvida sobre a sua capacidade de ser decisivo para esta conquista, que é a última que falta para a sua coleção de troféus e medalhas.
O sonho que se tornou pesadelo para os argentinos:
A saga de Lionel Messi na Seleção Argentina nunca foi fácil. Depois do encerramento de uma era gloriosa com Diego Armando Maradona, com o qual a Seleção Argentina foi campeã do mundo pela segunda vez em 1986, os argentinos esperavam poder reviver grandes conquistas com a chegada de um novo fenômeno, ou melhor, um atleta de nível tão elevado que passou a ser chamado de extraterrestre, por não parecer deste planeta. No entanto, o que estava por vir era uma sucessão de decepções, que os argentinos sonham que seja definitivamente encerrada na atual Copa do Mundo.
A primeira participação de Lionel Messi em Copa do Mundo foi em 2006, na Alemanha, quando a Argentina caiu nas quartas de final para a anfitriã, perdendo nas penalidades após empate por 1 a 1 no tempo normal. Naquela oportunidade, porém, o atual técnico da argentina, Lionel Scaloni, era titular ao lado de nomes como Pato Abbondanzieri, Javier Mascherano, Juan Pablo Sorín, Roberto Ayala, Esteban Cambiasso, Juan Román Riquelme, Javier Saviola, Hernán Crespo, entre outros. A Argentina era uma das grandes favoritas ao título daquela Copa, mas não era por causa de Lionel Messi, que aos 19 anos ainda era uma mera promessa em meio a tantos nomes consagrados. Mesmo assim, podemos considerar que foi um início frustrante para o craque argentino. E as frustrações estavam apenas começando para Messi e a Seleção Argentina.
Em 2007 a Seleção Argentina ostentava o amplo favoritismo ao título da Copa América, mas acabou sendo derrotada na final, pelo placar de 3 a 0, por um Brasil que tentava juntar os cacos depois da decepção na Copa do Mundo de 2006 (já sem contar com Ronaldo Fenômeno, Ronaldinho Gaúcho, Roberto Carlos, Cafú e outros nomes importantes, a Seleção Brasileira titular era formada por nomes bem menos relevantes, como Doni, Josué, Júlio Baptista e Vágner Love). Este certamente foi um dos golpes mais duros já sofridos pela Seleção Argentina, que já contava com Lionel Messi entre os titulares e principais nomes da equipe. Mas a dura vida de um dos maiores nomes da história do futebol por sua seleção ainda estava apenas começando.
Nas Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo de 2010 a Seleção Argentina terminou na 4ª e última posição a dar vaga direta na competição mundial, ficando atrás de Chile e Paraguai, além do líder, Brasil, na tabela de classificação. E na Copa, que foi disputada na África, a Argentina caiu diante da Alemanha pela segunda vez consecutiva nas quartas de final, mas, desta vez, recebendo uma pancada de 4 a 0. Foi o encerramento de uma breve passagem de Maradona pelo comando técnico da Seleção Argentina.
No ano seguinte, em 2011, na disputa da Copa América, a Seleção Argentina não teve fôlego sequer para passar pelo Uruguai nas quartas de final, mas acabou sendo eliminada nos pênaltis. Depois disso, a Argentina liderou as Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo de 2014, que foi disputada no Brasil, razão pela qual a Seleção Brasileira não disputou as eliminatórias. E esta foi a Copa em que a Argentina mais chegou perto de conquistar o seu terceiro título mundial. Comandada por Lionel Messi, a Seleção Argentina teve 100% de aproveitamento na fase de grupos, venceu a Suíça nas oitavas de final, a Bélgica nas quartas e passou pela Holanda nos pênaltis nas semifinais. Na decisão, porém, enfrentou uma velha conhecida: a Alemanha. A Argentina jogou bem e teve todas as condições de conquistar o título, mas desperdiçou cada oportunidade e acabou sendo castigada na prorrogação: Alemanha 1 x 0 Argentina.
Uma luz no fim do túnel?
Lionel Messi começou a cogitar sua saída da seleção a partir de então, por diversas vezes, mas os torcedores o apoiaram e ele permaneceu. Chegou à final da Copa América de 2015 e de 2016, e perdeu ambas para o Chile nos pênaltis. Atrás do Brasil e do Uruguai nas Eliminatórias Sul-Americanas, a Argentina foi valente, mas caiu para a campeã daquela Copa do Mundo (Rússia 2018), a França, nas oitavas de final, perdendo por 4 a 3.
Mas a Argentina se reformulou depois de 2018 e, depois de ser eliminada pelo Brasil na semifinal da Copa América de 2019, conseguiu erguer seu primeiro troféu na era Lionel Messi, vencendo o Brasil na final da Copa América de 2021, disputada em território brasileiro. Este, até agora, foi o único título de Messi com a Seleção Argentina.
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