Leão do Pici está firme no G-4 do Brasileirão e busca vaga nas quartas de final da Copa do Brasil.
Às 16:30 (no horário de Brasília) desta quinta-feira (29) o Fortaleza entra em campo, na Arena Castelão, pela partida de ida das oitavas de final da Copa do Brasil, como favorito para avançar às quartas de final e faturar quase 3 milhões e meio de reais com a classificação. Isso porque o Tricolor do Pici é o atual tricampeão cearense e 3º colocado da Série A do Brasileirão computando 8 vitórias, 3 empates e apenas 2 derrotas em 13 rodadas. No entanto, apesar de viver uma grande fase sob o comando de Juan Pablo Vojvoda, um argentino 46 anos que está disposto a fazer história no Fortaleza, a equipe cearense não vai ter facilidade para conseguir a segunda classificação de sua história para as quartas de final da Copa do Brasil. O azarão é ninguém menos do que o vilão do atual campeão da competição: o CRB. A equipe alagoana surpreendeu o Palmeiras na 3ª fase ao devolver o 1 a 0 sofrido na partida de ida e classificar nos pênaltis. Seria fácil dizer que foi um golpe de sorte do CRB, que enfrentou um Palmeiras desgastado e abalado pela perda do Campeonato Paulista, que era recente na época e consagrou o terceiro vice do Verdão em um curto espaço de tempo. No entanto, a verdade foi que o CRB conseguiu fazer uma partida segura, teve confiança nas penalidades e chega confiante nas oitavas de final, tanto pelo feito diante do Palmeiras como pela campanha na Série B, que lhe garante, atualmente, a 3ª posição da tabela. Apesar disso, o Fortaleza ainda é tido como favorito para avançar, pois não tem um calendário tão exaustivo por não estar participando de competições continentais neste ano e ocupar a 3ª posição da tabela da Série A do Brasileirão. Vale destacar que o Leão do Pici vem de 4 vitórias consecutivas: 4 a 0 sobre o América-MG, e vitórias por 1 a 0, respectivamente, sobre Corinthians, São Paulo e RB Bragantino. Estes resultados deixam evidente a razão de, além de estar no G-4, o Fortaleza ostentar a defesa menos vazada do Brasileirão. Por tudo isso, a expectativa é grande sobre os comandados do argentino Vojvoda nestas oitavas de final da Copa do Brasil.
Tudo começou há muito tempo…
Diversas vezes já foi destacado, aqui no blog, o grande trabalho que Rogério Ceni fez para levar o Fortaleza de volta para a elite do futebol brasileiro, mas, agora, é hora de ressaltar o alto nível de comprometimento da diretoria do clube cearense. O Fortaleza foi fundado em 1918 por um dos maiores pioneiros do futebol no Ceará: Alcides Santos. O clube tricolor não demorou para ganhar relevância no cenário nacional, tendo como um de seus grandes feitos os vice-campeonatos brasileiros de 1960 e 1968, além de ser o único cearense a ter vencido um torneio internacional, ainda que amistoso (a Paramaribo Cup de 1962). Os problemas assolaram o Fortaleza no ano de 2009, quando, apesar de ter conquistado o tricampeonato cearense no início da temporada, acabou sendo rebaixado para a Série C do Campeonato Brasileiro (algo que não era comum para o clube, que variava entre a primeira e a segunda divisão nos anos anteriores). Em 2020 o Fortaleza mais uma vez começou com o título estadual (o quarto consecutivo), mas, pelo saldo de gols, não conseguiu se classificar para as quartas de final e, consequentemente, permaneceu na Série C. No entanto, foi também em razão do saldo de gols que o Tricolor do Pici não acabou rebaixado para a quarta e última divisão do Campeonato Brasileiro pela primeira vez em sua história no ano de 2011: terminou com os mesmos 9 pontos do Campinense, que foi rebaixado por ter menos gols marcados. A equipe cearense melhorou nos anos seguintes e chegou a estar nas quartas de final da Série C em quatro oportunidades, mas em nenhuma delas conseguiu alcançar as semifinais (fase que garante os quatro classificados na Série B no ano seguinte). Foi só em 2017, sob o comando de Antônio Zago, que o Fortaleza conseguiu voltar à segunda divisão nacional, ao chegar até a final da Série C e ficar com o vice pela derrota diante do CSA, que também começava sua ascensão no cenário nacional. No fim daquele mesmo ano (2017), o presidente Marcelo Paz apresentou uma proposta tentadora para Rogério Ceni levar o Leão do Pici de volta para a elite do futebol brasileiro e o jovem técnico, ainda em início de carreira, conseguiu não só o retorno para a Série A como deu ao Fortaleza seu primeiro título da Série B, em 2018. Como se não fosse o suficiente, o ex-goleiro do São Paulo mostrou que havia criado uma equipe do mais alto nível de competitividade ao ajudar o clube a voltar a vencer o título do Campeonato Cearense, em 2019, ganhando do grande rival local, Ceará, nas partidas de ida e volta da final. Também em 2019 o Fortaleza venceu a Copa do Nordeste pela primeira vez e, mesmo tendo perdido Rogério Ceni no meio do caminho, terminou o Campeonato Brasileiro na 9ª posição da tabela e se tornou o primeiro time do Ceará a conquistar uma vaga em competições continentais oficiais. Em 2020, com Rogério Ceni de volta, o Fortaleza foi campeão estadual pela segunda vez consecutiva e, mais uma vez tendo perdido o técnico (desta vez para o Flamengo), não passou da primeira fase da Copa Sul-Americana e quase foi rebaixado para a segunda divisão nacional (escapou pelo saldo de gols, tendo terminado o Brasileirão com os mesmos 41 pontos do Vasco, que hoje disputa a Série B). O Fortaleza teve dificuldade para reencontrar o seu melhor equilíbrio depois da segunda saída de Rogério Ceni, mas outro jovem técnico, de 46 anos, argentino, foi uma solução até meio inesperada para os problemas do Leão do Pici. O nome da vez é Juan Pablo Vojvoda.