Vitória simples sobre o Confiança dá fôlego e motiva para confronto duro com o CSA, que pode aproximar o Alvinegro Carioca um pouco mais do G-4.
Verdade seja dita: a situação do Botafogo nunca esteve tão ruim. O clube tradicional do Rio de Janeiro teve o seu primeiro rebaixamento decretado em 2002, mas retornou para a elite do futebol nacional logo no ano seguinte, com o vice-campeonato da Série B (ano em que o campeão foi o Palmeiras, que também passava por uma grave crise financeira). E o Botafogo voltou a mostrar sua relevância no cenário nacional nos anos seguintes, mas voltou a ser rebaixado em 2014. Assim como da primeira vez, o Alvinegro Carioca conseguiu retornar para a Séria A do Campeonato Brasileiro já no ano seguinte, e desta vez com o título da Série B. Mais uma vez o Botafogo conseguiu voltar a aparecer entre os grandes do Brasil, chegando até a disputar a Copa Libertadores da América em 2017, quando parou nas quartas de final após derrota por 1 a 0 para o Grêmio no placar agregado (exatamente no ano em que o Tricolor Gaúcho conquistou o título da competição continental pela terceira vez na história). Depois disso, no entanto, o Botafogo voltou a passar por um momento financeiro complicado, chegou a defender a possibilidade de se tornar Sociedade Anônima para recuperar patrimônio, mas não conseguiu e acabou se afundando em uma crise total em meio a pandemia. Agora, tendo de reaver valores exigidos judicialmente por jogadores que já defendem outras camisas, o Botafogo se viu obrigado a se desfazer de mais atletas que eram cruciais na equipe para pagar as dívidas. Além de Keisuke Honda e Salomon Kalou, que foram apostas gigantes feitas pelo clube carioca na última temporada, também deixaram o Botafogo outros jogadores base: os zagueiros Rafael Forster e Marcelo Benevenuto e os atacantes Pedro Raúl e Matheus Babi. Como se tudo isso não bastasse, o Botafogo encarou a exaustiva sequência de jogos causados pela pandemia (o time estreou pelo Campeonato Carioca 2021 menos de uma semana depois de disputar a última rodada do Campeonato Brasileiro 2020). Como resultado, o técnico Marcelo Chamusca não conseguiu o rendimento esperado e acabou sendo demitido depois de empatar com o Cruzeiro em um confronto direto na luta para se distanciar da zona de rebaixamento. Depois de outras duas derrotas sob o comando do técnico interino, o Botafogo ficou a apenas dois pontos da zona de rebaixamento e só conseguiu respirar um pouco mais aliviado depois da vitória sobre o lanterna, Confiança, na última rodada, em partida que marcou a estreia de Enderson Moreira no comando do Alvinegro Carioca. Com o resultado o Botafogo saltou para a 12ª posição da tabela, abriu 4 pontos de vantagem para a zona de rebaixamento e tem a chance de, em confronto direto com o CSA por partida atrasada, válida pela 6ª rodada, se aproximar um pouco da zona de acesso para a Série A.
Como chega o Botafogo para a partida?
O Botafogo entra em campo nesta terça-feira (27), às 21:30 (horário de Brasília), para enfrentar o CSA no estádio Nilton Santos, no Rio de Janeiro, por partida válida pela 6ª rodada. A equipe alagoana está exatos dois pontos na frente do time carioca na tabela de classificação e também quer somar pontos para seguir próximo da zona de acesso para a primeira divisão nacional. Ambas as equipes têm esta partida atrasada como vantagem em relação aos adversários para se subirem na tabela de classificação sem que possam ser alcançados pelos adversários. O Botafogo está com a vantagem de jogar em casa e chega motivado pela vitória sobre o Confiança na última rodada para seguir somando pontos importantes na Série B, mas vai ter que lidar com alguns problemas para não voltar a cair de rendimento. O primeiro ponto a se destacar é o fato de que o novo comandante, Enderson Moreira, que foi anunciado pelo Botafogo na última terça-feira (20), vai ter de cumprir suspensão pelo cartão vermelho sofrido logo em sua partida de estreia, na vitória por 1 a 0 sobre o Confiança. Mas, além do técnico, o Botafogo vai ter de lidar com outras ausências: o zagueiro Kanu não deve se recuperar a tempo de voltar à titularidade, assim como seu companheiro de defesa, o argentino Joel Carli, que está em recuperação; além dos atacantes Ronald (com lesão no tornozelo) e Warley, que vai ter de cumprir suspensão por ter sido expulso na última rodada. Por outro lado, o técnico auxiliar, Luís Fernando Flores, que vai estar a frente da equipe carioca na partida desta terça, terá a sua disposição a trinca de ferro do meio de campo, com Pedro Castro (voltando de suspensão), Luís Oyama e Chayene (ambos retornando de lesão). Dessa forma, a expectativa é de que o Botafogo tente impor seu ritmo de jogo e pressione o CSA pela vitória, mas, ainda assim, deve ter dificuldade para conseguir somar os três pontos
Como chega o CSA para enfrentar o Botafogo?
O Alvinegro Carioca pode estar motivado pela vitória conquistada sob o comando do novo técnico, mas o CSA chega para o confronto no Rio de Janeiro motivado por não perder há três rodadas: foram duas vitórias e um empate (com o Vasco). Para termos um parâmetro da capacidade da equipe alagoana, é importante lembrar que ela estava na Série A em 2019 e, apesar de ter voltado para a Série B em 2020, terminou na 5ª posição da tabela e só não retornou para a elite brasileira por uma diferença de 3 pontos em relação ao Cuiabá, que terminou na última posição dos classificados para a primeira divisão. Neste ano, o Cruzeiro foi uma das vítimas do CSA, que também tem como resultados de destaque a última vitória sobre o Vitória. Para o próximo duelo, com o Botafogo, a equipe muito bem comandada por Ney Franco vai contar com o retorno do experiente meia Renato Cajá, que foi poupado na última partida, e deve lutar para arrancar pelo menos um empate no Rio de Janeiro. Vale lembrar que, se somar os três pontos, o CSA salta para a 8ª posição da tabela e fica apenas dois pontos de distância do G-4. O Botafogo, por sua vez, quer a vitória para tomar a 11ª posição do CSA e, assim, diminuir para 4 pontos a distância em relação ao Goiás (atual 4º colocado).