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Desastres aéreos que marcaram o futebol no mundo  

Infelizmente os desastres aéreos já acontecidos com times de futebol, não foram poucos, provocando a morte não só de jogadores, mas equipe técnica e em alguns casos imprensa, foram os demais como tripulação e quando é um voo comercial, a tragédia só piora.

Vejamos alguns casos famosos:

gramado da arena conda casa da chapecoense
Gramado da Arena Condá, estádio da Chapecoense. Acidente na Colômbia, em 2016, marcou a história do clube catarinense (Foto: Alessandra Seidel/ACF)
  • Em 1949 – acidente do Torino – Itália

Durante um amistoso entre Itália e Portugal, realizado em 27 de fevereiro de 1949, o time italiano aplicou 4 a 1 ao adversário. O capitão da seleção portuguesa, Francisco Pereira, que estava quase encerrando sua carreira, convenceu os líderes italianos a organizar um amistoso entre o clube de Ferreira, o Benfica, e o tetracampeão italiano Torino. Inicialmente contrário à polêmica de um amistoso na reta final do campeonato ítalo, o presidente do Torino, Ferruccio Novo, decidiu confirmar o amistoso para o dia 3 de maio, em Lisboa. A partida foi disputada a 3 de maio e o Benfica vencer por 4–3 perante uma multidão de 40.000.

A aeronave Fiat G.212, prefixo I-ELCE, da Avio Linee Italiane descolou às 9h52 do aeródromo da Portela, em Lisboa, e fez escala para reabastecimento em Barcelona às 13h15, conforme previsto. A decolagem do aeroporto de Barcelona foi às 14h50. Aproximando-se do espaço aéreo ítalo, a tripulação recebe um boletim meteorológico sinalizando neblina densa, com visibilidade horizontal abaixo de 40 metros. Com isso, às 16h59, o capitão Pierluigi Meroni comunica à torre de Torino que está iniciando os procedimentos de aproximação visual para efetuar o pouso. Durante a manobra de aproximação, a aeronave pousou perigosamente e às 17h05 se chocou frontalmente contra a parede do aterro traseiro da Basílica de Superga, matando instantaneamente todos a bordo. 

Entre as vítimas haviam 18 jogadores, 5 funcionários, 3 jornalistas, 4 da equipe da tripulação e uma organizadora de viagem, somando um total de 31 vítimas.

Essa imensa tragédia abalou a Itália de uma maneira muito densa e durante o cortejo fúnebre, havia mais de 500 mil pessoas acompanhando.

O Torino, na época, era o melhor time, inclusive conhecido como Grand Torino e para terminar a rodada, teve que colocar jogadores dos juvenis para que pudessem cumprir o calendário. Tudo isso, é claro, foi compreendido pela torcida e por toda a população italiana. Traumatizados pelo acidente, o time que disputaria a Copa do Mundo de 1950 acabou viajando de navio por causa do medo de que o avião pudesse cair novamente e não só o medo de voar, mas ainda não estavam preparados para disputar uma Copa, da qual acabaram eliminados já na primeira rodada.

  • 1958 – Tragédia com o Manchester United

No dia 6 de fevereiro de 1958, o voo da British European Airways, que levava o time de futebol do Manchester United também conhecidos como “Busby Babes” caiu durante a  terceira tentativa de decolar de uma pista que estava coberta de neve, ou seja em péssimas condições no aeroporto de Munique-Riem, na Alemanha Ocidental. No avião haviam além dos jogadores, alguns torcedores e também jornalistas. 

Havia 44 pessoas na aeronave e com o impacto, 20 delas morreram na hora e as demais, algumas ficaram gravemente feridas (alguns até foram desenganados pelos médicos e não morreram) e feridos. 

O acidente foi destrutivo em vários “ângulos”, pois além do time perder uma equipe praticamente inteira, a vontade pelo título daquele ano acabou indo embora junto com os integrantes que faleceram. Essa equipe prometia fazer história no futebol inglês e não foi fácil a recuperação do Manchester após a tragédia, pois demoraram aproximadamente 10 anos para se reconstruírem, montar uma boa equipe e somente em 1968 foi que veio o “refrigério” com o título de vencedores da Copa da Europa com uma nova geração de jogadores.

  • 1960 – Acidente com a Seleção Dinamarquesa de Futebol

No dia 16 de julho de 1960, o avião de modelo Havilland DF-89 Dragon Rapide foi alugado pela Associação de Futebol da Dinamarca e logo após decolar (50 metros depois) do aeroporto de Copenhague, o avião acabou caindo no estreito de Öresund (que é um dos três principais estreitos da Dinamarca). As condições climáticas no dia do acidente eram péssimas, mas mesmo assim eles decolaram.

Os 7 dos 8 jogadores que estavam nesse voo morreram na hora, o goleiro foi encontrado com vida, mas muito ferido, morreu a caminho do hospital e o único sobrevivente foi o piloto. Este infelizmente teve que amputar uma das pernas por causa dos graves ferimentos. Os destroços foram encontrados por pescadores locais que encontraram os sobreviventes e os retiraram de lá.

O avião iria para a Jutlândia Central, onde os jogadores da Seleção Olímpica realizariam um jogo -teste. 

  • 1961 – Acidente com o Green Cross do Chile

No dia 03 de abril de 1961, exatamente às 23:57 caia a aeronave Douglas da Lan Chile que levava a equipe de jogadores chilenos do Club de Desportes Green Cross. O avião vinha de Castro e estava a caminho da cidade de Santiago.

Algo interessante nessa história é que o time foi dividido em dois aviões e os que iriam no avião que caiu, não quiseram ir no primeiro por causa de várias escalas que este faria, por isso escolheram o segundo que cairia naquela noite.

Naquela noite fatídica, o piloto havia solicitado voar mais baixo porque as asas estavam congelando, mas não foi autorizado pelo controlador pelo fato de que havia muito tráfego aéreo naquele momento. Após um tempo foi autorizado, mas aí a aeronave não responder mais.

Os destroços do avião só foram localizados sete dias após a perda de contato e foi confirmado que eles haviam batido na montanha Cerro de La Gotera, que fica ao leste-nordeste da colina de Lástimas del Pejerrev. Tudo indica que o avião pegou fogo após o impacto por causa do estado em que foi encontrado. Essa localização dita acima, na verdade não era verdadeira porque o local onde realmente caíram era de difícil acesso e queriam evitar peregrinações.

No total morreram 24 pessoas, porém, só foram recuperados os restos mortais de 18 deles.

Em homenagem aos mortos, o Clube Green Cross inseriu uma faixa preta na camiseta da equipe, como símbolo de luto.

  • Queda de avião da Chape na Colômbia, em 2016

No dia 28 de novembro de 2016 uma tragédia aconteceu com o time da chapecoense enquanto voavam numa segunda a noite para Medellín. O avião era da companhia aérea La mia, uma empresa venezuelana.

Dentro os falecidos estavam 19 jogadores da Chapecoense, 14 pessoas da comissão técnica, nove dirigentes e sete tripulantes de voo. Ainda somando a estes, estavam também 20 profissionais da imprensa e mais dois convidados.

Quando o avião já se aproximava da capital Medellín, a aeronave começou a dar voltas e logo em seguida teria se comunicado com a Bolívia avisando que estavam com problemas técnicos. Seu último contato foi às 00:33 com o Aeroporto José Maria Córdova e caiu às 1:30.

A aeronave era de modelo Avro Regional Jet 85 (RJ-85), fabricado em 1999 e com capacidade para 100 pessoas. Haviam dois pilotos nesse voo, Miguel Quiroga, piloto do avião que também era um dos dois sócios da minúscula companhia aérea La mia, que tinha apenas 15 funcionários e parte destes morreu no acidente. Miguel fez várias tentativas frustradas de entrar em rotas comerciais para a África e a Europa, sua empresa se especializou em voos fretados para transportar times de futebol – entre os clientes estão seleções nacionais (Bolívia, Argentina e Colômbia) e sul-americanas (como Nacional da Colômbia, Olympia, do Paraguai e a própria chapecoense, que já havia utilizado os serviços da La mia em outubro, antes do acidente).

No total, 71 pessoas morreram nesse acidente.

Seis pessoas sobreviveram ao acidente de avião em 2016.

Em março de 2019, o jornalista Rafael Henzel sofreu um infarto enquanto jogava futebol com amigos. Dos outros cinco vamos ver abaixo como eles estão hoje me dia:

Jakson Follmann

Ex-goleiro que já atuou no  Grêmio e no  Juventude, Follmann completou 30 anos em 2022. No acidendente perdeu parte da perna direita que acabou sendo amputada, e isso o impediu de continuar na como jogador. Porém, se reinventou e se tornou cantor e inclusive acabou vencendo o programa Popstar da Rede Globo no ano de 2019. Ganhei um prêmio de R$ 250 mil como vencedor do programa. Follmann é casado é tem uma linda família. Após o acidente chegou a ser por um tempo embaixador da Chapecoense, mas quando o seu contrato venceu, não foi renovado. Outra atividade que faz pelo Brasil afora é dar palestras motivacionais.

Segundo o bombeiro que ajudou em seu resgate, ele estava consciente no momento em que chegaram lá e repetia sem parar para não o deixarem morrer e que não sentia suas pernas. Ele foi encontrado preso entre as poltronas.

Já se passaram 1827 dias desde o acidente e as famílias das vítimas ainda lutam por justiça. Até o momento, vários processos ainda estão pendentes, apenas uma pessoa foi presa e houve pouca ajuda da companhia aérea (que não existe mais) ou das seguradoras envolvidas. O Senado tem até uma CPI para investigar o caso.

Allan Ruschel

Foi resgatado em meio aos escombros e foi levado para a clínica San Juan de Díos, em Medellín, onde foi operado e depois que ficou estável, veio para o Brasil para a sua recuperação. Ele ficou se recuperando por meses e então foi anunciado que voltaria aos gramados pela Chape.

Ele atua como lateral esquerdo e jogava no América-MG, mas já confirmou que não permanecerá no clube na temporada de 2022. Ele havia sido emprestado e no fim desse mês já estará liberado para negociar com outro time.

Neto

O ex-zagueiro, de 36 anos, até tentou voltar a jogar futebol após o acidente, mas anunciou oficialmente sua aposentadoria em dezembro de 2019 devido a dores insuportáveis ​​devido a problemas na coluna causados ​​pelo acidente há três anos. Neto é diretor de futebol da Chapecoense desde janeiro de 2020 – o único dos sobreviventes com vínculo profissional ao clube. Porém, em entrevista em outubro, o ex-jogador revelou que não foi remunerado pelo cargo que ocupou. O dinheiro que ganhou da Chapecoense estava vinculado à dívida do acidente.

Ele diz que desde o dia do acidente, não passa um só dia sem dores pelo corpo e principalmente na coluna. A decisão de aposentadoria não foi dele e sim dos médicos que relataram que seu quadro poderia piorar se continuasse como atleta. Ainda diz que ficaram muitas sequelas emocionais e que ainda tem dificuldades de viajar de avião.

Ximena Suárez

É uma comissária de bordo que fazia parte da equipe que saiu de Santa Cruz de la Sierra e após o acidente, ficou mais de 1 ano sem conseguier voar e nesse período trabalhou como modelo. Ao retornar, viu que não era mais pra ela e parou poucos meses depois. Em 2017 lançou o livro “Volver a los cielos”, onde conta detalhadamente sobre o acidente e sobre sua recuperação.

Erwin Tumiri

Erwin era o Técnico de aviação e o mecânico da aeronave. Ele foi o primeiro a receber alta do hospital somente uma semana ao dar entrada.  Por opção, não gosta de dar entrevistas e agora é piloto particular na Bolívia, seu país de materno.  Em março de 2021 passou por outro acidente trágico, mas desta vez não foi de avião e sim de ônibus, onde 21 pessoas morreram e ele mais uma vez sobreviveu.

No momento do acidente e enquanto tudo era apurado, as suspeitas eram de pane no avião, mas após a investigação da caixa preta, o laudo foi erro humano, ou seja, o avião não tinha combustível o suficiente.

É inacreditável que com tanta tecnologia e órgãos de controle aéreo isso ainda aconteça.

O problema é que ninguém recebeu nada por dois motivos:

1º a empresa La mia praticamente acabou quando o avião caiu;

2º ninguém recebeu nada (familiares e o Clube) foi feito um seguro sem que ninguém soubesse e esse não cobria acidente no trecho que a aeronave caiu, porém, a Bolívia (que sabia deste “seguro”) acabou liberando a viagem mesmo sem estar segurado. O outro erro gravíssimo e o fatal, foi a falta de gasolina, ou seja, uma sucessão de erros.

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