Tricolor Paulista tem desafio gigante: vencer clube que nunca conseguiu superar jogando na Argentina, onde conquistou apenas uma vitória em toda a sua história
Nesta terça-feira (20), às 21:30 (horário de Brasília), o São Paulo enfrenta o Racing Club em Buenos Aires, no estádio Avellaneda, pela partida de volta das oitavas de final da Copa Libertadores da América, com transmissão do SBT para a TV aberta e do FOX Sports na TV fechada. Vale lembrar que estas equipes disputaram a primeira fase da competição no mesmo grupo (E), tendo se enfrentado duas vezes neste ano: com vitória da equipe argentina no Morumbi e empate em Avellaneda. Ao todo, as equipes se enfrentaram oito vezes na história (levando em consideração o primeiro confronto destas oitavas de final), das quais seis foram empate e as outras duas tiveram vitória do Racing Club. Portanto, o São Paulo vai precisar de um empate por 2 a 2 ou mais gols (tendo em vista a utilização do gol fora como critério de desempate), ou, então, a equipe paulista terá de buscar um feito inédito para conseguir voltar a disputar a fase de quartas de final da Libertadores depois de 5 anos (a última vez que a equipe chegou tão longe na competição foi em 2016, quando acabou caindo para o Atlético Nacional nas semifinais), que é vencer a equipe da região metropolitana de Buenos Aires pela primeira vez. Para tanto, o São Paulo ainda vai precisar alcançar outro feito que lhe é, particularmente, quase inalcançável: vencer um clube argentino, jogando na Argentina, pela Copa Libertadores. A única vez que o Tricolor Paulista conquistou tal façanha foi na semifinal de 2005, ano em que se sagrou, pela terceira vez na história, campeão da principal competição sul-americana de clubes. Naquela oportunidade, o São Paulo enfrentou o River Plate no Monumental de Núñez e conseguiu a vitória por 3 a 2, quando podia até perder por 1 gol de diferença em razão da vitória por 2 a 0 alcançada na partida de ida, no Morumbi. Em entrevista exclusiva ao ESPN.com.br, o ex-defensor, Alex Bruno, que estava presente no título de 2005 e na vitória em Buenos Aires pelas semifinais, afirmou que a equipe de Hernán Crespo “precisa estar muito concentrada e confiante para conseguir vencer e se classificar”, e que “o mais complicado é igualar os caras na vontade”.
Análise do confronto entre Racing Club e São Paulo, na Argentina
Antes de partirmos para uma análise mais profunda do que podem apresentar argentinos e brasileiros na busca por uma vaga nas quartas de final da competição mais cobiçada da América, é preciso que algumas coisas sejam levadas em consideração. O primeiro ponto relevante é o fato de o São Paulo estar vivendo uma maratona exaustiva de jogos: o confronto de volta, contra o Racing, vai ser o sétimo em 3 semanas. A equipe argentina, por sua vez, enfrentou o São Paulo na semana passada para fazer sua primeira partida oficial em mais de um mês (tendo em vista a nova paralisação do futebol argentino em razão da pandemia). Além disso, o Tricolor Paulista teve alguns desfalques importantes para o primeiro confronto, mas alguns deles vão estar de volta para a partida decisiva desta terça-feira: são os casos de Miranda e Rigoni. Por outro lado, o camisa 10, Daniel Alves, segue com a Seleção Olímpica, o atacante Luciano segue fora por lesão e Eder se uniu ao departamento médico com a lesão sofrida exatamente na primeira partida contra o Racing. Mesmo com todos estes problemas, o técnico Hernán Crespo conseguiu montar uma equipe competitiva para enfrentar os argentinos no Morumbi e o São Paulo fez uma boa partida, tendo saído na frente do placar com gol de Vitor Bueno. Poucos minutos depois, a vantagem poderia ter sido aumentada pelo próprio Vitor Bueno: Wellington arrancou em contra-ataque e deixou o atacante na cara do gol, mas o passe ficou um pouco curto e o goleiro chileno, Gabriel Árias, saltou como um gato para fazer uma grande defesa. No entanto, depois de sofrer o empate em um vacilo no fim do primeiro tempo, não teve força para voltar a frente no placar e ficou no empate por 1 a 1. Com o resultado, o São Paulo precisa fazer pelo menos um gol na Argentina para ter chance de se classificar (outro empate em 1 a 1 leva a decisão para os pênaltis; vitória simples, por 1 a 0 ou 1 gol de diferença, dá a classificação ao vencedor; e qualquer empate por 2 a 2 ou mais gols dá a classificação ao São Paulo, sendo que igualdade sem gols é favorável ao Racing).
Atlético Mineiro tenta fazer o que ninguém consegue desde 2015: eliminar o Boca Juniors nas oitavas de final
Também nesta terça-feira (20), às 19:15 (horário de Brasília), o Atlético Mineiro recebe o Boca Juniors no Mineirão precisando de nada além da vitória para se classificar às quartas de final e, assim, fazer valer todo o investimento que vem sendo feito nos últimos anos. Só neste ano, o Galo investiu em nomes de peso para compor o elenco, com destaque para o argentino, ex- River Plate, Nacho Fernández, e para o experiente atacante Hulk. No comando de tantos nomes relevantes está ninguém menos do que o técnico Cuca, que foi campeão da Libertadores com este mesmo Atlético em 2013 e o qual ajudou o Santos a chegar na final da última edição. O Atlético Mineiro chegou forte neste ano: foi campeão estadual, está na vice-liderança do Brasileirão neste momento e segue invicto na Libertadores, tendo feito a melhor campanha da fase de grupos. No entanto, a primeira partida destas oitavas de final, disputada em La Bombonera, mostrou que ter um elenco farto não é arma suficiente para garantir um possível título continental. Segundo maior vencedor da Copa Libertadores da América, o Boca Juniors poderia até ter vencido a partida de ida contra o Galo se não fosse por um gol anulado de forma contestável pelo VAR. A partida de volta, no Mineirão, será transmitida com exclusividade pelo Fox Sports na TV fechada.
