Vitória por dois gols sobre o Palmeiras no Morumbi coloca o São Paulo muito próximo da segunda conquista do Paulistão.
Nesta quarta-feira (30) o São Paulo recebeu o Palmeiras no Morumbi, pela partida de ida da final do Campeonato Paulista, com mais de 60 mil torcedores tricolores presentes, que empurraram a equipe de Rogério Ceni a dar um passo fundamental na busca pelo bicampeonato estadual (de novo diante do Palmeiras, atual Bicampeão da Libertadores, que deixa a conquista ainda mais importante). Foi o maior público do Campeonato Paulista e, de acordo com o técnico Rogério Ceni, a “atmosfera linda demais” lhe deixou até com vontade de estar de volta dentro de campo. Mas a presença do ex-goleiro na beira do gramado foi fundamental para o que o São Paulo conseguiu fazer diante da torcida. Se no confronto da fase de grupos, que o Palmeiras venceu por 1 a 0, a equipe alviverde recuou propositalmente para bloquear as ações do adversário e explorar os contra-ataques, desta vez o time comandado pelo badalado Abel Ferreira se viu acuado no campo de defesa e sem espaços para levar grandes perigos à meta são-paulina.
O desenho da primeira partida da final do Campeonato Paulista ficou claro desde os primeiros minutos do clássico. Sem espaço para trabalhar uma jogada, o Palmeiras chegou ao ataque com perigo pela primeira vez depois que Piquerez conseguiu um drible desmoralizante (uma meia-lua) sobre Rafinha na lateral e rolou na área para Raphael Veiga, que, pressionado por dois defensores do São Paulo, bateu pra fora. Apenas dois minutos depois desta primeira chegada do Palmeiras, o São Paulo desceu para o ataque com muito mais espaço e levando muito mais perigo: Igor Gomes limpou a jogada no meio de campo e inverteu para Wellington, que teve tempo para calcular a jogada e rolar na entrada da área, onde Alisson apareceu para finalizar e tirar o primeiro suspiro dos torcedores são-paulinos depois que a bola bateu no travessão e saiu.
Em seu blog no GE, o jornalista PVC resumiu muito bem alguns pontos da atuação decepcionante do Palmeiras, dizendo: “Zé Rafael não conseguiu acompanhar Rodrigo Nestor. Mesmo sem o armador são-paulino em grande jornada, Zé Rafael não conseguiu contê-lo. Scarpa não conteve Rafinha, nem conseguiu atacar. Dudu também sofreu para marcar Wellington e mais ainda para construir o jogo”. Mais uma vez a principal arma de Abel Ferreira foi o meia Raphael Veiga, que contou com algumas participações especiais de Rony, como no lance de maior perigo do Palmeiras no primeiro tempo, quando o meia ganhou jogada na lateral, bateu cruzado e Rony se antecipou à Jandrei para fazer o corta-luz, mas o goleiro do São Paulo conseguiu fazer uma grande defesa.
E como tem que ser em um bom clássico brasileiro, polêmicas com a arbitragem podem ou não ter interferido no resultado da partida. O primeiro lance foi nos acréscimos do primeiro tempo, quando Marcos Rocha, tentando se proteger, desviou cruzamento de Alisson com o braço e o VAR chamou o árbitro para rever o lance e marcar o pênalti, que foi cobrado e convertido por Jonathan Calleri. Depois, no segundo tempo, em uma cobrança de falta que Scarpa cruzou na área, Gustavo Gómez foi puxado por Igor Gomes na área e o VAR sequer chamou o árbitro para rever o lance, assim como aconteceu quando a bola bateu na mão de um defensor do São Paulo na área, em cruzamento de Wesley, mas nada é marcado porque a bola desviou em seu pé antes de tocar no braço, o que, de acordo com a regra, desconfigura a ilegalidade. Fato é que todas estas decisões geraram uma revolta tão grande nos palmeirenses que Abel Ferreira chegou a acusar uma manipulação para “entregar” o título ao São Paulo, mas por outro lado, o técnico português admitiu ter sido culpa sua o resultado negativo. Além disso, quando estes dois pênaltis reclamados pelos palmeirenses e não marcados pela arbitragem aconteceram a partida já estava 2 a 0 para o São Paulo: Pablo Maia, o volante revelado em Cotia que brilhou na Copa São Paulo de Futebol Júnior no início deste ano, marcou no início do segundo tempo em chute de fora da área. Além disso, os tricolores também salientam uma possível penalidade em Calleri no primeiro tempo que não foi marcada e que também não teve interferência do VAR, quando o atacante argentino foi segurado por Murilo, zagueiro palmeirense, na área.
Seja como for, o São Paulo chegou a abrir 3 a 0 no Morumbi em cobrança de escanteio aos 35 minutos do segundo tempo: Igor Gomes desviou na primeira trave e Calleri apareceu no segundo pau para empurrar para o fundo da rede. Cinco minutos depois, porém, em cobrança de falta de Raphael Veiga que passou por todo mundo na área e terminou no fundo da rede, o Palmeiras conseguiu seu gol de honra e manteve reacendeu a esperança de conquistar seu primeiro título estadual sob o comando de Abel Ferreira. Graças ao gol do meia palmeirense no fim da partida no Morumbi, o Verdão vai precisar de uma vitória por 3 gols para ficar com o título, ou por 2 gols para levar a decisão para os pênaltis.
Partida de volta no Allianz Parque promete intensidade e muita luta dos dois lados
“Vai ser uma guerra” foram as palavras de Rogério Ceni sobre a partida de volta da final do Campeonato Paulista, que acontece no próximo domingo (3), às 16 horas (de Brasília), no Allianz Parque, com transmissão da Record na TV aberta e do Youtube, de forma gratuita, pelo canal do Paulistão. No ano passado, sob o comando do argentino Hernán Crespo, o São Paulo venceu o Palmeiras de Abel Ferreira por 2 a 0 no Morumbi, depois de empatar sem gols fora de casa, e conquistou o título, mas, desta vez, apesar da derrota por dois gols fora de casa, o Palmeiras vai ter a chance de reverter a situação jogando em casa. O Palmeiras busca o primeiro título estadual sob o comando de Abel Ferreira, enquanto o São Paulo busca o bicampeonato paulista sobre uma das principais equipes do continente na atualidade.