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Os opostos de dois Rubro-Negros  

Em duelo de Rubro-Negros, Athletico Paranaense supera Flamengo no Maracanã e está na final da Copa do Brasil 2021.

em destaque nikão autor de dois gols sobre o flamengo nas semifinais da copa do brasil 2021 no maracanã
(Foto: Gustavo Oliveira/athletico.com.br)

A partida da última quarta-feira, entre Flamengo e Athletico, em pleno Maracanã, fez Renato Portaluppi pagar caro por sua arrogância. Quando estava no comando do Grêmio e levou uma tremenda goleada do Flamengo de Jorge Jesus na Libertadores, o técnico gaúcho disse de boca cheia que era muito fácil vencer tudo com o dinheiro que o Rubro-Negro carioca investia. Pois bem. Na partida de volta desta semifinal de Copa do Brasil, o Flamengo recebeu o Athletico Paranaense em pleno Maracanã, contando com o apoio de mais de 30 mil torcedores para vencer por qualquer placar que fosse e, assim, carimbar sua passagem para a final da cobiçada competição, que dá vaga direta para a fase de grupos da próxima Libertadores e, de quebra, garante um belo prêmio em dinheiro. Só de avançar para a final, o clube já garante mais de 35 milhões de reais, e o vencedor fatura quase 70 milhões. Desta vez, porém, o Flamengo vai ter de se virar com a premiação de cerca de 15 milhões de reais por ter alcançado as semifinais, mas não vai passar disso, ao menos na Copa do Brasil. Surpreendentemente, o Athletico Paranaense, assim como em 2019, superou o Flamengo em pleno Maracanã e tirou o Rubro-Negro Carioca da competição. Naquela oportunidade, porém, o Athletico fez isso nos pênaltis. Desta vez, os comandados de Alberto Valentim tiveram a audácia de vencer no tempo normal, e pelo placar de 3 a 0. O resultado é uma prova de que, apesar de ser fundamental para todas as equipes que querem lutar por coisas importantes, o dinheiro não é tudo. O Furacão sabe muito bem investir o seu dinheiro e montar equipes competitivas, tanto que, mesmo em meio à pandemia, volta a estar em duas finais de extrema relevância: a Copa do Brasil e a Copa Sul-Americana (as mesmas que conquistou em 2019 e 2018, respectivamente, ou seja, antes da pandemia e antes de perder o técnico Tiago Nunes e quase todo o elenco). No entanto, nem se compara ao investimento que é feito pelo Flamengo, que já contava com um elenco de peso em 2019, quando foi campeão de praticamente tudo o que disputou (com exceção da Copa do Brasil, na qual foi eliminado por este mesmo Athletico), e que, perdendo apenas 3 titulares desde então, se reforçou ainda mais neste período, contratando nomes como o do zagueiro David Luiz e do meia Andreas Pereira, além de Pedro, Kenedy, Michael e companhia quase ilimitada. Mesmo assim, não conseguiu evitar sua ruína diante de uma equipe bem mais modesta e, agora, Renato Portaluppi coloca o seu cargo à disposição, talvez pela vergonha de ter sido prova da irrealidade de seus próprios discursos imodestos (ou não). Fato é que, em menos de um mês de trabalho e com um time consideravelmente mais barato, Alberto Valentim deu a volta em Renato e está na final da Copa do Brasil.

Análise:

“Perfeito” foi o adjetivo que o “GE” usou em sua matéria principal para definir o Athletico na partida de volta desta semifinal da Copa do Brasil. O Furacão pegou o Urubu de surpresa e fez um estrago no Maracanã. Apostando em uma estratégia reativa desde os primeiros minutos, com um sistema de 3 zagueiros e 3 atacantes, o Athletico Paranaense conseguiu ser uma parede na defesa e se aproveitou do frágil sistema defensivo flamenguista para abrir o placar logo aos 10 minutos do primeiro tempo, depois que Renato Kayzer foi derrubado por Filipe Luís na área e Nikão venceu Diego Alves com uma cobrança perfeita. Pouco criativo no ataque, talvez pela falta que De Arrascaeta faz na construção das jogadas (seja com dribles ou com toques de extrema qualidade), o Flamengo só conseguiu levar perigo nas escapadas de Bruno Henrique. No entanto, voltando de lesão e sendo muito bem marcado pelos 3 zagueiros atleticanos, com uma atenção especial do capitão Thiago Heleno, o camisa 27 do Flamengo não conseguiu ser decisivo. Nas duas vezes em que conseguiu se desvencilhar da marcação no primeiro tempo, parou nas defesas monumentais do goleiro Santos. E nos acréscimos do primeiro tempo, um banho de água fria: Terans armou contra-ataque e Nikão, em jogada com Renato Kayzer, apareceu na área para fazer o segundo do Athletico, contando com um vacilo do goleiro Diego Alves. No segundo tempo, a entrada de Michael no lugar de Diego deu ao Flamengo a versatilidade que a equipe precisava, mas não foi o suficiente para vencer o goleiro Santos. Provavelmente abençoado por todos os santos, o goleiro atleticano pegou até pensamento. Mesmo quando Michael decidiu fazer tudo sozinho e deixou a defesa praticamente inteira do Athletico na saudade, Santos fez um verdadeiro milagre para evitar o gol do Flamengo, pegando um tiro à queima roupa. Uma coisa é inegável: o Flamengo fez tudo o que pode. No entanto, mesmo depois que Khellven foi expulso, aos 36 do segundo tempo, o gol não aconteceu. Na verdade a rede voltou a balançar, aos 44’, mas mais uma vez pelo lado atleticano: em contra-ataque, o zagueiro Zé Ivaldo arrancou desde a defesa para receber de Pedro Rocha nas costas de Rodrigo Caio, na área flamenguista, e tocar na saída de Diego Alves para decretar a vitória por 3 a 0 que garantiu o Furacão na final.

No outro jogo da semifinal, Atlético Mineiro volta a vencer e confirma classificação

A outra partida de volta da semifinal da Copa do Brasil, entre Fortaleza e Atlético Mineiro, já estava praticamente definida depois da goleada de 4 a 0 (a mais elástica da história desta fase da competição) na ida. Podendo até perder por 3 gols de diferença, o técnico Cuca se deu ao luxo de poupar nomes como Nacho Fernández e Hulk e, mesmo assim, voltou a vencer. Com gols de Diego Costa e Hulk (entrando no segundo tempo), o Galo bateu o Fortaleza fora de casa e carimbou sua vaga na final, para enfrentar o Athletico Paranaense.

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