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Messi sonha em dar título mundial à Argentina  

Muito provavelmente em sua última Copa do Mundo, ou pelo menos a última em que carrega o peso de ser a grande esperança dos argentinos para a conquista do terceiro título mundial da seleção, uma vez que já está com 34 anos, Lionel Messi demonstra gana em cada partida disputada no Catar.

messi posa com camisa 10 da argentina copa do mundo catar 2022
(Reprodução: Twitter Fifa World Cup)

E o craque, capitão e camisa 10 da Seleção Argentina está contagiando todo o elenco convocado pelo seu xará, o técnico Lionel Scaloni, para defender os argentinos nesta Copa do Mundo. Apesar de ser considerado um extraterrestre, por fazer, dentro de campo, coisas que nenhum outro ser humano havia conseguido, Messi também é um ser humano, e comete erros. Por isso, ter ao seu lado uma equipe que lhe ajude é fundamental para que ele consiga ajudá-los a ir ainda mais longe. E, também, é claro, um treinador que entenda o que ele e o time precisam para atingir um nível mais alto. Foi isso o que aconteceu no Barcelona e é exatamente isso que a Seleção Argentina está demonstrando na Copa do Mundo do Catar 2022.

Neste sentido, vamos fazer uma breve análise da caminhada da argentina até as semifinais, com destaque para a classificação sobre a Holanda nas quartas:

Argentina x Arábia Saudita:

Na primeira rodada da fase de grupos a Argentina demonstrou muitas fragilidades, e fez o mundo acreditar que faria uma campanha vexatória no Catar: perdeu para a modesta Seleção da Arábia Saudita de virada, depois de Messi ter aberto o placar logo aos 9 minutos do primeiro tempo. Na verdade, a Argentina chegou a fazer 4 gols na Arábia Saudita, mas 3 deles foram anulados por impedimento e, no segundo tempo, os sauditas conseguiram a virada, expondo os muitos problemas defensivos e a incapacidade da seleção de Lionel Scaloni de reagir depois disso. Vale lembrar que a Arábia Saudita fez 2 a 1 ainda antes dos 10 minutos do segundo tempo, de forma que os argentinos tiveram quase um segundo tempo inteiro para pelo menos empatar. A estreia foi uma prova clara de que, sozinho, Messi não conseguiria fazer nada pela Argentina.

Argentina x México:

Mas, se dentro de campo, os jogadores não conseguiram reagir diante da Arábia Saudita, fora dele, o técnico Lionel Scaloni reagiu. Para a segunda partida da fase de grupos, com a Argentina precisando vencer o México para ter boas chances de se classificar, o comandante argentino promoveu 4 mudanças no time titular, sendo 2 delas no setor defensivo. Mas, apesar de ter melhorado na defesa, a Seleção Argentina não conseguiu criar no campo de ataque. Com o zero se mantendo no placar no primeiro tempo, Scaloni fez duas mexidas no ataque antes que Lionel Messi abrisse o placar para a Argentina no segundo tempo, marcando um golaço em chute forte da entrada da área. A equipe melhorou muito com as mudanças de Scaloni e, no fim do jogo, ampliou a vantagem sobre o México: 2 a 0.

Argentina x Polônia:

Com a vitória sobre o México, a Argentina foi para a última rodada da fase de grupos da Copa do Mundo do Catar na vice-liderança do Grupo C em razão do saldo de gols, com 1 ponto a menos que a então líder, Polônia, e os mesmos 3 pontos da Arábia Saudita. Portanto, a Seleção Argentina dependia apenas de si para conquistar não só a vaga nas oitavas de final, mas a liderança do Grupo C. E mesmo vindo de uma boa vitória, o técnico Lionel Scaloni não descansou e fez mais 4 mudanças em relação ao time que começou a partida contra o México. Desta vez, uma das mudanças foi no setor ofensivo, que até então não havia sido modificado (nas 2 primeiras partidas tinha sido formado por um trio com Messi, Di Maria e Lautaro Martínez). Diante da Polônia, Lautaro Martínez, que ainda não havia rendido o esperado, deu lugar a uma jovem promessa argentina: Julián Álvarez, de 22 anos, que se destacou pelo River Plate e foi contratado pelo Manchester City de Josep Guardiola nesta temporada europeia (2022/23). Deu certo. Messi não conseguiu ser decisivo contra a Polônia, e chegou a perder um pênalti (ou melhor, o goleiro Szczesny defendeu) no primeiro tempo, mas seus companheiros assumiram a responsabilidade e o ajudaram a dar a liderança do Grupo C à Seleção Argentina. Um outro jovem argentino, de 23 anos, Alexis Mac Allister, que se destacou no Boca Juniors e hoje defende o Brighton, tratou de abrir o placar logo no início do segundo tempo e Julián Álvarez decretou o placar de 2 a 0, que só não foi maior porque Szczesny, o mesmo que defendeu a cobrança de pênalti de Messi, fez muitas outras defesas que acabaram garantindo a classificação da Polônia às oitavas de final (pelo saldo de gols).

Argentina x Austrália, oitavas de final:

Para as oitavas de final, Lionel Scaloni provavelmente, pela primeira vez, manteria o time que havia enfrentado a Polônia na última rodada da fase de grupos, mas, por uma lesão de Ángel Di Maria, foi obrigado a mexer na equipe titular. No entanto, mesmo sem contar com um de seus jogadores mais importantes, a Seleção Argentina não teve problemas para superar a Austrália nas oitavas de final. Se Lionel Messi foi um mero coadjuvante na vitória sobre a Polônia, diante da Austrália ele voltou a ser protagonista, assumindo a responsabilidade que naturalmente ele tem e abrindo o placar ainda no primeiro tempo, após uma jogada ensaiada, em cobrança de falta na lateral, a qual ele mesmo começou. No segundo tempo, com mais tranquilidade e com Messi ditando o ritmo do jogo no meio de campo, a Argentina ampliou o placar com Julián Álvarez, que desde que entrou não saiu mais do time titular. A Austrália até diminuiu na reta final da partida, em um lance isolado, no qual Craig Goodwin chutou mal de fora da área e acabou contando com um desvio em Enzo Fernández para marcar, mas, como disse Messi após a partida, a Argentina “soube sofrer” e sustentou a vitória por 2 a 1.

Argentina x Holanda, quartas de final:

Apesar de todos os seus méritos, a Seleção Argentina não teve nenhum grande desafio até chegar às quartas de final, quando enfrentou a Holanda. Só então os argentinos realmente provaram que estão fortes na luta pelo título da Copa do mundo do Catar 2022. Mais uma vez sem contar com Ángel Di Maria, Lionel Scaloni fez uma mudança tática em sua equipe: saiu do 4-3-3 para uma espécie de 3-5-2, deixando apenas Lionel Messi e Julián Álvarez no ataque. Mais uma vez funcionou. Em uma grande jogada de Lionel Messi, Julián Álvarez atraiu a atenção de Virgil van Dijk e o lateral Nahuel Molina, que fazia a função de um ponta (apesar de voltar bastante para marcar), escapou livre de marcação nas costas da defesa holandesa, recebendo um passe milimétrico do camisa 10 e capitão argentino para abrir o placar. No segundo tempo, o próprio Messi ampliou o placar para a Argentina em cobrança de pênalti. Só que, se até Lionel Messi erra, imagina Lionel Scaloni! O técnico argentino quis tirar um dos seus 2 zagueiros que já tinham cartão amarelo para evitar uma expulsão, mas o substituto, que ainda não tinha entrado em nenhuma partida, não deu conta do recado. Wout Weghorst entrou no final da partida para marcar duas vezes e levar a decisão para a prorrogação. A argentina pressionou, mas o empate persistiu na prorrogação e a decisão foi para os pênaltis. Messi fez a parte dele: o primeiro a bater pelo lado argentino, converteu sua cobrança e deu confiança aos companheiros que o sucederam (Paredes, Montiel, Lautaro), que também marcara, (com exceção de Enzo Fernández, o único a errar pela Argentina). E Messi teve mais uma ajuda para levar a Argentina às semifinais da Copa do Mundo: do goleiro Emiliano Martínez, que defendeu 2 das 5 cobranças da Holanda.

 

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