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Final da Libertadores no Maracanã será entre brasileiros  

Santos sobra diante do Boca Juniors na Vila Belmiro e avança à final da Libertadores em busca de feito inédito no Brasil

Marinho, destaque santista na campanha da Libertadores 2020 (Reprodução: Twitter/Santos)

Nesta quarta-feira (13), o Santos recebeu o Boca Juniors no Estádio Urbano Caldeira (a Vila Belmiro) para um clássico histórico e mostrou porque é um dos poucos times brasileiros que não sentem a pressão de enfrentar um dos maiores campeões da América do Sul. Na verdade, foram os argentinos que pareceram sentir a pressão de jogar dentro da Vila Belmiro, diante de uma equipe que, além do peso histórico, também havia demonstrado superioridade na partida de ida, em pleno estádio da Bombonera, em Buenos Aires. No início da atual temporada, porém, o Santos enfrentou a desconfiança de ter que se reinventar após a saída do badalado Jorge Sampaoli. E a desconfiança só aumentou depois que o então presidente José Carlos Peres colocou o clube em uma crise financeira sem precedentes, perdeu jogadores até então titulares absolutos (Everson e Eduardo Sasha) e acabou sofrendo o impeachment no fim de novembro do ano passado (2020), dias antes de o Santos jogar a partida de ida das oitavas de final da Libertadores, contra o LDU de Quito (que havia eliminado o São Paulo na fase de grupos). Mesmo em meio a tantos problemas financeiros causados por uma gestão no mínimo irresponsável, jogadores fundamentais bateram no peito e assumiram a responsabilidade de carregar o peso da camisa santista. Entre eles, o venezuelano Yeferson Soteldo, o uruguaio Carlos Sánchez (que não pôde ajudar o Santos por conta de lesão grave, mas em nenhum momento cogitou a possibilidade de abandonar o clube) e o zagueiro Lucas Veríssimo, que apesar de ter tentado forçar uma saída para o Benfica em um determinado momento (e, agora, já até está acertado com o clube português), sempre apresentou um futebol sólido dentro de campo. No entanto, é preciso destacar o que fez o atacante Mário Sérgio Santos Costa, o Marinho. Foi ele quem conduziu a equipe em seu pior momento, motivou seus companheiros com a garra entregue em cada partida da temporada e foi fundamental para o clube, que agora comemora um 3 a 0 sobre o Boca Juniors e a classificação para mais uma decisão de Libertadores da América. Marinho não deixou sua marca contra o Boca, mas deu assistência para o gol de Lucas Braga, com direito a entortada sobre o “xerifão” da zaga argentina, Carlos Izquierdoz, que foi parar no chão tentando roubar a bola do camisa 11 do Santos. E ainda há uma decisão pela frente, na qual Marinho ainda pode gravar seu nome para sempre na história daquele que pode se tornar o maior campeão brasileiro da Libertadores. A final, em partida única contra o Palmeiras, já está marcada para o dia 30 de janeiro, às 17 horas (de Brasília), no estádio do Maracanã. Caso o Santos consiga levantar o troféu, vai se tornar o primeiro clube brasileiro tetracampeão da Libertadores da América, deixando para trás Grêmio e São Paulo, que neste momento são os maiores campeões brasileiros, somando as mesmas 3 conquistas do Peixe.

Resumo da goleada: Tevez nervosinho e comemoração dos meninos da vila

Nesta quarta-feira, os torcedores santistas não puderam ver das arquibancadas o espetáculo que a equipe protagonizou diante do segundo maior vencedor da Libertadores da América, mas certamente vibraram muito diante da televisão e puderam tirar uma onda de um de seus maiores carrascos: Carlos Tevez. O atual camisa 10 do Boca Juniors estava presente na última vez em que o time argentino enfrentou o Santos, na final da Libertadores de 2003, e marcou um dos gols da vitória do Boca em plena Vila Belmiro, que confirmou o título da equipe buenairense naquele ano. Isso sem falar que Tevez jogou no Corinthians e marcou 3 vezes em uma das maiores goleadas do Timão sobre o Peixe (7 a 1 pela 37ª rodada do Campeonato Brasileiro de 2005). Mas isso tudo é passado. Na noite de ontem (13/01), o Santos não tomou conhecimento do Boca Juniors na Vila Belmiro e Carlos Tevez, apesar de ter tentado, não conseguiu assustar os torcedores alvinegros. O Santos sequer deu chance para o Boca: Marinho mandou na trave logo na primeira chegada ao ataque e, aos 15’ do primeiro tempo, Diego Pituca aproveitou um cochilo incomum da defesa argentina para abrir o placar: a bola havia batido na mão do zagueiro do Boca em chute de Soteldo e, enquanto os jogadores reclamavam da possibilidade de pênalti, Pituca mandou pro fundo do gol. E mesmo depois de sair na frente, o Santos não diminuiu o ritmo: ainda no primeiro tempo, em cobrança de falta, Soteldo rolou e Marinho soltou uma verdadeira pancada, que mandou o goleiro Andrada pro fundo da rede depois da defesa difícil. Mas se o Santos não aumentou no primeiro tempo, logo aos 4 minutos do segundo resolveu a questão: Soteldo recebeu de Felipe Jonatan na ponta, encarou a marcação, invadiu a área, ajeitou para a direita e soltou o pé para marcar um golaço. E não parou por aí. Menos de dois minutos depois, Marinho fez tabela com Kaio Jorge na entrada da área e deixou Izquierdoz no chão antes de deixar Lucas Braga na boa para decretar a vitória santista por 3 a 0. E o placar poderia ter sido ainda mais elástico se o próprio Marinho não desperdiçasse uma grande chance de marcar e Kaio Jorge não parasse em grande defesa de Andrada ao sair cara a cara com o goleiro do Boca já nos acréscimos da etapa final. Já o Boca ficou marcado pelas agressões, como em uma pisada maldosa de Frank Fabra sobre Marinho, que terminou na expulsão do lateral, e pelas reclamações de Carlitos Tevez, que pouco conseguiu fazer e mais uma vez contou com pouco apoio de seus companheiros. O camisa 10 do Boca ficou tão irritado que, ao fim do jogo, recusou trocar de camisa com a estrela do Santos, Marinho. Agora, o Santos se prepara para enfrentar o Palmeiras na decisão, o qual possui um farto elenco e mostrou sua força ao derrotar o River Plate de Marcelo Gallardo na semifinal.

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