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Brasil mantém invencibilidade diante da Argentina  

Sem Neymar, Seleção Brasileira empata com a Argentina em San Juan e segue líder invicta das Eliminatórias da CONMEBOL.

(Foto: Lucas Figueiredo/CBF)

A cada Data FIFA que passa a seleção comandada pelo técnico Tite se prova mais e convence o torcedor de que pode lutar pelo título da Copa do Mundo do Catar, em 2022. A grande questão é se o rendimento da seleção comandada por Tite vai ser tão bom na Copa do Mundo, diante de seleções do porte de França, Alemanha e Inglaterra, quanto é nas Eliminatórias da América do Sul, onde enfrenta seleções mais modestas como a Venezuela, a Bolívia, ou mesmo Equador e Chile. É inegável, porém, que o caminho está sendo preparado para tanto. Além de estar sobrando nas Eliminatórias, ostentando 11 vitórias em 13 rodadas disputadas e liderando com folga de 6 pontos em relação à Argentina, o desempenho da Seleção Brasileira dentro de campo está se tornando cada vez mais apreciável. E eficaz. O técnico Tite conseguiu consolidar um sistema defensivo muito eficiente (que é disparado o melhor da competição, com apenas 4 gols sofridos nas 13 rodadas disputadas) e ainda não se acomodou com o rendimento no setor ofensivo, razão pela qual é comum nos depararmos com mudanças, principalmente no trio de ataque (mesmo ostentando, também, o ataque mais efetivo da competição, com média de pouco mais de dois gols marcados por partida). À exceção de Neymar, nenhum outro atacante tem vaga cativa entre os titulares, e a competição está ficando cada vez mais acirrada. Na final da Copa América, pouco mais de 4 meses atrás, quando o Brasil perdeu para a Argentina pelo placar simples de 1 a 0 no Maracanã, Neymar, Richarlison e Everton “Cebolinha” formaram o trio de ataque, e Vinícius Júnior, Roberto Firmino e Gabriel Barbosa entraram no segundo tempo. Na última terça-feira (16), porém, enfrentando a Argentina fora de casa pela 14ª rodada das Eliminatórias da CONMEBOL, sem Neymar em razão de problema muscular, Tite levou a campo um trio ofensivo formado por Raphinha, Matheus Cunha e Vinícius Júnior, e Antony e Gabriel Jesus entraram no segundo tempo (respectivamente nas vagas de Raphinha e Matheus Cunha), e manteve o meio de campo estruturado com Fabinho (primeiro volante), Fred (segundo volante) e Lucas Paquetá (meia de armação). Danilo e Alex Sandro foram mantidos nas laterais, assim como Alisson no gol, e Éder Militão fez dupla de zaga com Marquinhos. Foi assim que a Seleção Brasileira empatou sem gols com a Argentina, que pode comemorar o resultado em razão de uma cotovelada de Otamendi em Raphinha logo nos primeiros minutos do clássico, que poderia, ou melhor, que deveria ter sido punida com o cartão vermelho. Tanto é que a CONMEBOL considerou que o árbitro de campo, Andrés Ismael Cunha Soca, e do árbitro do VAR, Esteban Daniel Vega, cometeram erros graves e suspendeu-os por tempo indeterminado.

Análise do clássico:

Sem o camisa 10, Neymar, em campo, Tite fixou Lucas Paquetá como meia de armação, sem liberdade para flutuar pelas pontas como de costume, em razão da velocidade de Vinícius Júnior na ponta esquerda e de Raphinha na ponta direita. Foi através da velocidade deles, nos contra-ataques, que a Seleção Brasileira criou as melhores chances de balançar as redes. A primeira foi em um lançamento de Éder Militão direto da defesa para Vinícius Júnior: a defesa argentina cortou mal e a bola sobrou para Paquetá, que deixou Vinícius na cara do gol, mas o camisa 20 tentou encobrir o goleiro e acabou pegando mal na bola, desperdiçando uma das melhores chances do jogo. Na sequência, em outro erro da Argentina na defesa, Matheus Cunha recuperou atrás do meio de campo e mandou dali mesmo tentando encobrir o goleiro, mas a bola viajou e passou caprichosamente por cima do travessão, saindo pela linha de fundo. Logo depois, aos 33 minutos do primeiro tempo, a arbitragem tendenciosa ficou escancarada: Otamendi esquece da bola e dá uma cotovelada em Raphinha, uma clara agressão que o árbitro de campo não viu e o árbitro do VAR interpretou como “de intensidade média”, “para cartão amarelo”, com certeza porque não foi em cima dele. Com a ajuda da arbitragem a Argentina cresceu na reta final do primeiro tempo e teve uma boa chance após jogada de Messi, abrindo espaço pelo meio, que terminou com uma bela finalização de Rodrigo de Paul da entrada da área, exigindo uma grande defesa de Alisson. No segundo tempo, sem mudanças, a Seleção Brasileira voltou a controlar bem o jogo e teve mais uma grande chance de balançar as redes depois de um corte mal feito pela defesa argentina, mas o chute de Fred da entrada da área bateu no travessão e saiu. O Brasil seguiu criando chances e não permitiu espaços para que a Argentina levasse perigo. Mesmo assim, já no fim do segundo tempo, De Paul se antecipou a Gerson (que substituiu Paquetá) na saída de bola e encontrou Messi nas costas de Fabinho: o camisa 10 limpou bem a marcação de Fred, mas, pressionado por Marquinhos na entrada da área, não conseguiu vencer Alisson na finalização da entrada da área. A partida terminou empatada sem gols, o que acabou sendo um resultado melhor para a Argentina do que para o Brasil considerando o que foi o jogo. No entanto, na tabela de classificação, a Seleção Brasileira segue líder invicta e isolada, com 6 pontos de vantagem para os argentinos, que ocupam a 2ª posição. A 3ª colocada é a Seleção Equatoriana, que soma 24 pontos nas 14 rodadas disputadas. Na 4ª colocação, a última que garante vaga direta para a próxima Copa do Mundo, está a Seleção da Colômbia, que soma os mesmos 17 pontos do Peru, atualmente o 5º colocado (posição que dá direito à disputa de uma repescagem para a Copa do Mundo) pelo saldo de gols. Chile (6º) e Uruguai (7º) somam os mesmos 16 pontos e seguem sonhando com uma vaga entre os 4 primeiros, assim como a Bolívia, 8ª colocada com 15 pontos. O Paraguai é o penúltimo (9º) colocado com 13 pontos, e a Venezuela é a lanterna com apenas 7 pontos somados.

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