Equipe catalã passa por período conturbado e pode perder Messi ao final da temporada
Lionel Messi ainda é uma incógnita: pode sair ou ficar no time que defende desde as categorias de base. Até lá, o craque argentino segue entrando em campo com a camisa 10 e ostentando a faixa de capitão do Barcelona. No entanto, o clube catalão passa por um período de transição antes mesmo da saída de seu principal jogador.
O Barcelona já ficou sem vencer nada na temporada passada, quando perdeu o título de La Liga (primeira divisão espanhola) para o Real Madrid e caiu para o Athletic Bilbao na final da Copa do Rei, além dos 8 a 2 que sofreu para o Bayern de Munique nas quartas de final da Liga dos Campeões. E as coisas só pioraram nesta temporada. O clube catalão já apresentava problemas desde as saídas de Xavi, Iniesta e Daniel Alves, e ainda perdeu peças fundamentais na atual temporada, como Luis Suárez. Enquanto o Barcelona ocupa a 3ª posição da tabela de classificação de La Liga neste momento, o atacante uruguaio é artilheiro do campeonato, com 16 gols, defendendo o líder, Atlético de Madrid. Além dele, outro titular absoluto do Barça campeão de tudo na temporada 2015/16, Ivan Rakitic também deixou o clube para se juntar ao Sevilla. O meia croata estava em campo pelo Sevilla na partida da última quarta-feira (10), no estádio Ramón Sánchez Pizjuán, válida pela partida de ida das semifinais da Copa do Rei. Do outro lado, o Barcelona chegou até a poupar Lionel Messi no fim de semana, em partida válida pela 22ª rodada de La Liga. No entanto, o técnico Ronald Koeman teve de recorrer ao argentino no banco de reservas para conseguir reverter a derrota que sofria para o Real Betis, e o Barcelona conseguiu vencer de virada, por 3 a 2. Na última quarta-feira, porém, o Barcelona teve pela frente uma equipe bem mais estruturada e com maior capacidade de decisão.
Com direito à “lei do ex”, Sevilla o Barcelona na ida das semifinais da Copa do Rei e encaminha classificação à final
A partida de ida da semifinal da Copa do Rei, entre Sevilla e Barcelona, disputada no estádio Ramón Sánchez Pizjuán, na Andaluzia, foi um verdadeiro banho de água fria para torcedores, diretores e jogadores da equipe catalã. O confronto teve um início equilibrado e até favorável para o Barcelona: aos 10 minutos do primeiro tempo, Antoine Griezmann recebeu na entrada da área e deu passe de “cavadinha” para Lionel Messi, que ficou na cara do gol, mas parou em grande defesa do goleiro Yassine Bono. Conforme o tempo foi passando, porém, o Sevilla foi conseguindo se impor no jogo e as descidas do zagueiro Jules Koundé foram decisivas. Foi em uma delas que, ainda no primeiro tempo, a equipe da Andaluzia abriu o placar. Depois de já ter levado perigo em chute cruzado de dentro da área, Koundé voltou a aparecer no campo de ataque do Sevilla: aproveitou sobra na entrada da área, passou por Umtiti com um drible seco e bateu cruzado para vencer Ter Stegen. Talvez por conta da perda de jogadores importantes no início da temporada, além das lesões de Gerard Piqué, Sergi Roberto, Philippe Coutinho e Ansu Fati, o técnico Ronald Koeman não fez uma única alteração na equipe até os 40 minutos do segundo tempo, quando tirou Pedri para colocar Riqui Puig. Do outro lado, Julen Lopetegui fez as cinco alterações que tinha direito antes mesmo do Barcelona fazer sua primeira alteração, e o Sevilla não teve problemas para controlar a vitória. Lionel Messi até conseguiu levar alguns perigos, em chutes de fora da área e em uma cobrança de falta muito venenosa, mas não foi o suficiente para vencer o goleiro Bono. E o Sevilla ainda conseguiu aumentar a vantagem no placar na reta final do jogo, com o ex-Barcelona Ivan Rakitic. O agora camisa 10 do Sevilla avançou nas costas da defesa catalã, ficou cara a cara com Ter Stegen e bateu forte e alto para vencer o goleiro alemão.
A realidade de um Barcelona quase sem brilho
Depois de ter encantado o mundo com o “tik-taka” de Pep Guardiola e, pouco depois, com o trio “MSN”, o Barcelona está longe de ser o mesmo. A saída do treinador catalão, somada à aposentadoria do zagueiro e capitão Carles Puyol, já havia abalado a estrutura de jogo da equipe, mas o técnico Luis Enrique conseguiu espantar qualquer sinal de crise com o trio “MSN”. No entanto, sobrevieram as saídas de Xavi, Daniel Alves e do próprio Luis Enrique nas temporadas seguintes, conforme o Barcelona foi caindo de rendimento nas principais competições. E não parou por aí. Neymar, seguido por Javier Mascherano e Andrés Iniesta, foi mais um que deixou o clube um tanto desfalcado sob o comando de Ernesto Valverde, que foi o primeiro técnico, em muito tempo, a ser demitido no meio de uma temporada. O Barcelona não conseguiu vencer absolutamente nada na última temporada (2019/20) e, para fazer a crise se instalar de vez no clube, Lionel Messi anunciou que queria seguir novos rumos. Depois de muita discussão, o craque argentino decidiu cumprir seu contrato, com duração até o fim da atual temporada (2020/21), mas o Barcelona já sofre os problemas de uma transição que mal começou. Acontece que, apesar de Messi ter continuado, o Barcelona segue perdendo jogadores que se mostravam fundamentais no elenco: Rakitic, Arthur, Vidal e Suárez foram os últimos nomes a deixarem a Catalunha. O resultado de tudo isso é o Barcelona ocupando a 3ª posição de La Liga, com uma partida a mais e oito pontos a menos que o líder, Atlético de Madrid. O clube tentou concentrar suas forças na Copa do Rei para garantir um título na temporada, mas a derrota para o Sevilla na partida de ida da semifinal já torna a missão quase impossível. E já na próxima terça-feira (16) o Barcelona recebe o Paris Saint-Germain no Camp Nou, em partida válida pela ida das oitavas de final da Liga dos Campeões.