Início » Colunas » Coluna do Verchai » Análise: Athletico-PR é campeão da Sul-Americana 2021

Análise: Athletico-PR é campeão da Sul-Americana 2021  

O Athletico Paranaense é bicampeão da Copa Sul-Americana. Em primeira participação na competição continental, Red Bull Bragantino fica com o vice. Confira a análise:

nikão comemora gol na final da sul-americana 2021
Nikão, de voleio, marcou um golaço para o Athletico na decisão (Foto: Gustavo Oliveira/athletico.com.br)

Sobre o vice do Massa Bruta 

A Copa Sul-Americana 2021 marcou o retorno do Bragantino a uma competição continental depois de 25 anos. O Massa Bruta já havia participado da extinta Copa CONMEBOL em três oportunidades: 1992, 1993 e 1996, quando fez sua melhor campanha ao passar pelo Palmeiras na primeira fase, mas perdendo para o Independiente Santa Fé logo na fase seguinte (equivalente às quartas de final). Naquele tempo, porém, a situação financeira do Bragantino era completamente diferente da atual, tanto é que o time não resistiu por muito mais tempo na Série A do Campeonato Brasileiro. Foi só a partir de 2019, com a compra do clube pela empresa austríaca Red Bull que a situação financeira do clube do interior de São Paulo mudou drasticamente. No mesmo ano o então Clube Atlético Bragantino conquistou o acesso de volta para a Série A do Campeonato Brasileiro, com o título da Série B. Investindo em contratações importantes enquanto outros gigantes nacionais sofriam para manter as contas equilibradas em meio à pandemia, pode-se dizer que a primeira temporada do agora Red Bull Bragantino, na elite do futebol brasileiro, foi abaixo do esperado, mas a 10ª posição do Brasileirão em 2020 já serviu para levar o time a disputar a Copa Sul-Americana pela primeira vez em sua história. Neste ano, mesmo sem abdicar do Campeonato Brasileiro, no qual segue vivo na luta por uma vaga direta para a fase de grupos da próxima Copa Libertadores da América, o Red Bull Bragantino fez uma campanha quase impecável na Copa Sul-Americana. O time de Bragança Paulista continuou se reforçando neste ano, mas também sofreu perdas importantes, como a do camisa 10, Claudinho, que foi vendido ao Zenit. Em meio a idas e vindas, o Bragantino manteve um bom equilíbrio e demonstrou força para chegar na final da Copa Sul-Americana: liderou com certa tranquilidade um grupo complicado, que tinha Emelec, Talleres e Tolima, depois passou pelo Independiente del Valle nas oitavas de final, superou o Rosario Central, da Argentina, vencendo as partidas de ida e volta das quartas de final, assim como fez nas semifinais, diante do Libertad, do Paraguai. Faltou algo, talvez experiência ou um pouco de sorte, para vencer a final, mas a luta para estar na Libertadores de 2022 continua, agora pelo Brasileirão, onde a 4 rodadas do fim o Red Bull Bragantino ocupa a 6ª posição, 1 ponto atrás do 4º colocado e com 4 pontos de vantagem para o 7º colocado.

Furacão conquista segundo título da Sul-Americana e volta a sonhar com a Libertadores

festa do athletico com troféu de campeão da sul-americana 2021
Capitão Thiago Heleno ergue troféu de campeão da Sul-Americana em festa do campeão Athletico (Foto: Staff Images / Conmebol)

O Athletico Paranaense já está acostumado a disputar competições continentais e não foi por acaso que, no último fim de semana, venceu a Copa Sul-Americana pela segunda vez em sua história. O Furacão já foi campeão brasileiro, já esteve em final de Libertadores e, em 2018, consagrou um projeto ambicioso do presidente Mario Celso Petraglia com a primeira conquista da Copa Sul-Americana. De acordo com o presidente, o até então chamado Atlético Paranaense seria campeão do mundo em 10 anos depois da construção da Arena da Baixada para a Copa do Mundo que aconteceu em 2014. Em 2019, já com a mudança de nome para Club Athletico Paranaense, o objetivo de chegar ao Mundial de Clubes com o título da Libertadores foi frustrado com a derrota para o Boca Juniors nas oitavas de final, mas o título da Copa do Brasil reascendeu as esperanças da torcida. No entanto, com a saída do técnico Tiago Nunes e de tantos outros jogadores titulares (como Weverton, Bruno Guimarães e Rony), que optaram por se transferirem a outros gigantes (do Brasil e de fora), o Athletico teve dificuldade em 2020, caiu para o River Plate nas oitavas de final da Libertadores e foi apenas o 9º colocado do Brasileirão. Alguns outros nomes estruturais do Athletico (como o zagueiro Thiago Heleno e o atacante Nikão), porém, foram mantidos, e, com as contas equilibradas, o clube ainda conseguiu investir em contratações pontuais. Muitas destas, como o uruguaio David Terans e o artilheiro Renato Kayzer, foram certeiras, e o Athletico voltou a crescer em 2021. Com o calendário apertado e uma certa instabilidade sob o comando do português António Oliveira, que foi substituído por Alberto Valentim a menos de dois meses, o Furacão foi mal no Brasileirão, onde ainda corre risco de queda para a Série B, mas está na final da Copa do Brasil (que está marcada para acontecer em meados de dezembro) e, no último sábado (20), conquistou a Copa Sul-Americana pela segunda vez. O título garante o Athletico na fase de grupos da Libertadores de 2022 e o sonho continua. “E esperem que nós vamos cumprir a palavra de que dez anos depois de construir a Arena para a Copa do Mundo, nós seríamos campeões do mundo” disse o presidente em seu discurso para a torcida na comemoração do título.

Análise da final:

Pela primeira vez em uma final continental, o Red Bull Bragantino não se acanhou. A jovem equipe comandada por Mauricio Barbieri se lançou para o ataque nos primeiros minutos e criou a primeira chance de balançar as redes: Santos evitou gol olímpico praticamente em cima da linha e, no rebote, Tomás Cuello bateu bem, mas mandou pra fora. Aos poucos, o Athletico foi crescendo na partida, até que, em pancada de Terans, Cleiton deu rebote e Nikão aproveitou para marcar um golaço, se lançando do chão com os dois pés para acertar um voleio no canto do gol. Depois do gol o Bragantino até ameaçou uma pressão pelo empate, mas o Athletico estava confortável jogando na defesa e explorando os contra-ataques. Em uma das melhores chances, Artur estava pressionado na área e acabou chutando pra fora e, já no apagar das luzes, quando até o goleiro foi para a área do Athletico, o zagueiro Fabrício Bruno ganhou na área, mas a bola passou pela linha de fundo, rente à trave, mas não entrou. O Athletico Paranaense foi campeão com a vitória por 1 a 0 na partida única da final, disputada no Estádio Centenário de Montevideo, no Uruguai.

Deixe um comentário