A Copa do Mundo do Catar mal começou e já temos várias polêmicas. O país sede fez muitas proibições durante o campeonato mundial. O comitê da Copa diz que todos os torcedores e turistas são bem vindos ao país e que com certeza são uma nação aberta, tolerante e acolhedora, porém, já vimos algumas imagens que fazem essa frase cair.
O país é de religião muçulmana e esta já tem suas proibições que fazem parte de sua cultura tão forte. É claro que um turista ou visitante deve respeitar isso, já que se propôs a estar lá, mas na prática não é o que acontece.
Dentre as proibições estão:
- Manifestações de afeto em público (de qualquer tipo);
- Andar sem camisa em público;
- Consumir bebida alcóolica em público;
- Regatas e calças rasgadas onde apareçam partes específicas do corpo; foi sugerido que as mulheres usem saias abaixo do joelho, nada de decote ou roupas justas; inclusive não usar shorts.
- Filmar e fotografar as pessoas sem autorização não é apenas uma proibição, mas é um crime.
- Relação de pessoas do mesmo sexo em público ou não, é crime e pode dar até 7 anos de prisão.
- Não pode usar a bandeira “arco-íris” da comunidade LGBTQIA+ em público;
- Armas e munições;
- Qualquer material que seja utilizado para realizar apostas;
- Portar objetos que possam ofender outras religiões ou cultos;
- Imagens pornográficas;
- Consumo de carne de porco e derivados, pois vão contra a religião predominante no país.
- Livros ou materiais religiosos de outra vertente também é proibido;
- Consumo de drogas ou portar;
- Xingamentos;
- Atos obscenos podem inclusive te levar à prisão e a ser deportado.
Apenas dois dias antes do início da Copa do Mundo, o Catar voltou atrás de sua liberação para o consumo de bebidas alcoólicas em lugares fechados e proibiu geral.
Um dos principais patrocinadores da Copa do Mundo era a cerveja Budweiser que investiu milhões em marketing e em uma embalagem especial para a Copa.
O pedido da vetação veio direto do sheik Jassim bin Hamad bin Khalifa al-Thani que é irmão do governante atual. Uma professora de história Árabe da USP, explicou que o consumo em si não é proibido pelo Islã, mas é desaconselhado no Corão, que é o livro sagrado dos muçulmanos. Quando o muçulmano é tido como conservador, ele não bebe e também não vê com bons olhos e como a maioria incluindo a realeza são, preferiram vetar e pressionaram a FIFA até chegar ao ponto de terem que abolir. Tudo para que não haja ofensa religiosa.
Desde o ano de 1970 os países mais conservadores ou fundamentalistas, como é o caso da a Arábia Saudita e o Irã, a bebida é proibida. Liberar a bebida seria um “haraam” (um pecado) aos olhos dos mais conservadores. Somente a cerveja zero álcool foi liberada.
Mas não achem que todos são conservadores, a maioria sim, mas nem todos levam tudo à risca como está no corão. Assim como em outras culturas, lá também tem os mais “relaxados” digamos assim, que não param para rezar todas as vezes que a mesquita chama; tem muitos casais gays sim e também tem os que bebem escondido.
Nas redes sociais já deu pra ver que alguns torcedores estão tentando quebrar as regras, mas parecem não ter consciência de que seus atos podem ter graves consequências. Alguns torcedores inventaram uma capinha de Neoprene para as latas de cerveja, mas com o rótulo da Coca-Cola, outros foram barrados pois insistiam em entrar nos estádios com peças de roupas ou acessórios que remetia a sua opção sexual.
Na segunda-feira a repórter Alex Scott usou uma braçadeira (que foi proibida) do movimento LGBTQIA+ enquanto estava fazendo a transmissão ao vivo. Nas redes sociais a repercussão foi grande, já que ela estava totalmente despreocupada e pelo seu semblante estava inclusive debochando da situação. Ela é comentarista da Copa do Mundo e ex-jogadora de futebol da Seleção da Inglaterra.
A FIFA se pronunciou comunicando que o capitão (do time) que entrar em campo com a braçadeira de apoio ao movimento LGBTQIA+ poderá levar cartão amarelo. Alguns haviam dito que usariam, aí a FIFA teve que se posicionar com mais rigor para que as pessoas entendam a respeitar uma cultura. Os capitães da Inglaterra, País de Gales, Bélgica, Holanda, Suíça, Alemanha e Dinamarca tinham declarado que usariam, mas depois do pronunciamento oficial da FIFA, desistiram. Algumas federações haviam declarado que assumiriam eventuais multas que poderiam ser dadas, mas quando a multa mudou de “valor em espécie” para cartão amarelo, voltaram atrás.
De acordo com a própria FIFA “o uniforme não deve conter slogans, declarações ou imagens políticas, religiosas ou pessoais e, durante as competições da Fifa, o capitão de cada equipe “precisa usar a braçadeira de capitão fornecida pela Fifa”. Acho que agora ficou claro!
Outro jornalista, o americano Grant Wahl disse que foi barrado na entrada de um dos estádios porque estava com uma camiseta com estampa de um arco-íris em apoio à comunidade LGBTQIA+.
Os organizadores da Copa do Mundo foram claros desde o início e disseram que todos são muito bem vindos para assistir aos jogos, fazer turismo e conhecer a cultura deles, disseram ainda que são uma nação aberta e acolhedora.
As autoridades disseram que serão mais tolerantes que o normal, já que se trata de um evento mundial e que a maioria não está familiarizada com a cultura deles, porém, as regras foram divulgadas e os turistas devem ficar atentos para não extrapolar o limite.
Algo que ajudará o público a ter mais bom senso, é a ausência de álcool, pois as pessoas quando estão alcoolizadas, costumam ter comportamentos mais difíceis.
O que um turista que visita um país com várias restrições como o Catar, é que tem que aproveitar ao máximo tudo que é permitido, respeitar as regras e pronto. Afrontas à um país que leva tão a sério sua religião e sua cultura, é falta de respeito e é aí que se deve mostrar o que se pede o tempo todo.