Internacional tropeça e “deixa” troféu para o Flamengo
Nesta quinta-feira (25) aconteceram todos os dez jogos da última rodada do Campeonato Brasileiro e, apesar de algumas coisas ainda estarem indefinidas, muito pouco mudou efetivamente na tabela de classificação. Na parte mais alta da tabela, o Flamengo não cumpriu o dever de vencer o São Paulo para confirmar o título do Brasileirão pela segunda vez consecutiva. A disputa pelo título estava entre o atual campeão, Flamengo, e o Internacional, que tentava acabar com uma seca de mais de quarenta anos sem conquistar o mais importante título nacional. A equipe gaúcha estava dois pontos atrás do rubro-negro na tabela de classificação e, por conta disso, precisava vencer seu confronto com o Corinthians para ter alguma chance de levantar o troféu (na verdade, teria conquistado o título), mas o resultado não veio. Mesmo jogando em casa e pressionando bastante pela vitória, o colorado não conseguiu sair do zero. Inclusive foi o Corinthians que começou jogando melhor e levando perigo, mas o Inter se encontrou dentro de campo ainda no primeiro tempo, passou a controlar a partida com volume ofensivo e teve um pênalti marcado a seu favor em descida de Moisés pela ponta esquerda. O lateral cruzou para trás e a bola parou na mão de Ramiro, mas o VAR entendeu se tratar do braço de apoio (que desconfigura a infração) e chamou o árbitro para conferir, o qual acabou decidindo por anular a penalidade. Ainda antes do intervalo, Patrick fez linda jogada, deixou Yuri Alberto na cara do gol e o camisa 11, em grande fase, mandou pro fundo da rede, mas o gol foi anulado por impedimento. E não foi o único. Todo o segundo tempo foi praticamente como um treino de ataque contra defesa, e sobraram chances para o Internacional sair do Beira-Rio com a vitória e o título, mas a bola parecia não entrar e, quando entrava, não valia. No último dos sete minutos de acréscimos dados no segundo tempo, quando a partida entre São Paulo e Flamengo já tinha sido encerrada e o Inter sabia que seria campeão com a vitória, o zagueiro Víctor Cuesta abandonou a defesa, tabelou com Peglow na entrada da área e bateu cruzado para Edenílson, que apareceu na segunda trave para empurrar pro fundo do gol. Imediatamente, porém, o árbitro auxiliar levantou a bandeira. O lance foi para análise do VAR, que confirmou a condição irregular do meia colorado. O Inter acabou ficando no empate sem gols com o Corinthians e, com isso, perdeu as chances de alcançar os 71 pontos do líder Flamengo, que contou com o tropeço da equipe gaúcha para conquistar o segundo título do Campeonato Brasileiro consecutivo (o oitavo da história do rubro-negro). Isso porque, lá no Morumbi, o São Paulo manteve a invencibilidade diante do ex-jogador Rogério Ceni, que, como técnico, segue sem vencer o tricolor paulista. A derrota, no entanto, não impediu que o ex-goleiro do São Paulo conquistasse o título do Campeonato Brasileiro como treinador do Flamengo em pleno Morumbi.
Flamengo se sagra bicampeão brasileiro pela segunda vez na história
Na partida da última rodada, o Flamengo teve muita dificuldade para criar chances de gol por conta da linha de cinco defensores do São Paulo, que não teve vergonha de se fechar no campo de defesa e explorar os contra-ataques para alcançar o resultado que precisava para garantir um lugar na fase de grupos da próxima Libertadores. Resultado este que veio no último minuto do primeiro tempo, com Luciano cobrando falta da entrada da área. O gol fez o Flamengo intensificar ainda mais a pressão no segundo tempo, o que resultou em gol de Bruno Henrique de cabeça logo aos cinco minutos. Só que o São Paulo voltou a equilibrar a partida depois do empate e, quando pressionava no campo de ataque para recuperar a bola, o goleiro Hugo Souza presenteou Daniel Alves tentando isolar e o lateral-direito mostrou a razão de ser o camisa 10 no tricolor: segurou a “pedrada” matando no peito e, de primeira, deixou Pablo na boa para mandar pra rede. Foi então que se evidenciou o que falta no Flamengo: reservas. As alterações de Rogério Ceni surtiram pouco ou nenhum efeito na partida (Pedro substituiu Gabriel, João Gomes substituiu Diego e Matheuzinho substituiu Isla), incapazes de reverter a derrota por 2 a 1. O badalado e caro Michael, e o camisa 11 Vitinho, que já foi um ótimo 12º jogador, não saíram do banco de reservas. De qualquer forma, por conta do poder de decisão de jogadores como Éverton Ribeiro, De Arrascaeta, Bruno Henrique e Gabriel Barbosa, os quais apareceram de forma fundamental em momentos fundamentais, o Flamengo conseguiu ficar com a taça pelo “conjunto da ópera”. O vice-presidente de futebol do rubro-negro, Marcos Braz, destacou que, assim como o Flamengo, grandes clubes europeus como Juventus, Barcelona e Liverpool tiveram problemas em 2020 por conta da pandemia, e valorizou a conquista do bicampeonato brasileiro, que só havia acontecido uma vez na história rubro negra (nos anos de 1982 e 1983). Grande parte da conquista, vale mencionar, passa pelas mãos do técnico Rogério Ceni, que conseguiu segurar uma barra pesada depois de duras goleadas sofridas por seu antecessor diante de adversários diretos na busca pelo título (São Paulo e Atlético Mineiro), além das eliminações precoces que ele mesmo sofreu na Copa do brasil e na Copa Libertadores da América. Agora, resta ao rubro-negro reorganizar seu farto elenco e dar o suporte que Rogério Ceni precisa para manter o alto nível de competitividade na próxima temporada.