Atual campeão, Palmeiras defende o título da Libertadores diante do Flamengo. Ambos buscam o tri da competição.
É chegada a hora. Neste sábado (27), às 17 horas (de Brasília), Palmeiras e Flamengo vão se enfrentar no Estádio Centenário de Montevidéu, no Uruguai, pela partida única da grande final da Copa Libertadores da América, que vai ser transmitida pelo SBT na TV aberta e pelo FOX Sports na TV fechada. Trata-se do confronto de dois bicampeões, que buscam o terceiro título da competição mais importante do continente para se juntarem a outros três clubes brasileiros que também ostentam três troféus: Grêmio, Santos e São Paulo. O Palmeiras chega para o duelo como o atual campeão e sofreu pouquíssimas mudanças desde o título da última edição da Libertadores. Considerando o time utilizado pelo técnico Abel Ferreira na final da última Libertadores, incluindo os saídos do banco de reservas (como Breno Lopes, autor do gol do título), apenas um não faz mais parte do elenco: Matías Viña. O lateral-esquerdo uruguaio foi vendido à Roma ao fim da última temporada, mas, para o seu lugar, logo chegaram dois reforços: o também uruguaio Joaquin Piquerez, que tomou a titularidade, e o ex-Santos Jorge, que ainda está em período de adaptação. Além deles, o Palmeiras também ganhou um outro reforço de extrema relevância: o atacante Dudu, que retornou de empréstimo ao Al-Duhail. Foi ele, inclusive, o autor do gol que deu a classificação ao Palmeiras sobre o Atlético Mineiro, nas semifinais desta Libertadores.
Do outro lado, o também bicampeão da Libertadores, Flamengo, chega para o duelo como favorito para voltar a levantar o troféu mais importante da América do Sul. Isso porque o Rubro-Negro Carioca, atual bicampeão brasileiro e último campeão da Libertadores antes do Palmeiras, ostenta o elenco mais valorizado do continente. O Flamengo fez história com Jorge Jesus em 2019 e segue praticamente o mesmo agora, sob o comando de Renato Portaluppi. Em relação ao time de 2019, apenas 3 jogadores não fazem mais parte do elenco flamenguista: o zagueiro Pablo Marí, o lateral Rafinha e o meia Gerson, os quais foram substituídos gradativamente por David Luiz, Mauricio Isla e Andreas Pereira. Além dos substitutos de peso, o Flamengo seguiu se reforçando. Desde a saída de Jorge Jesus, chegaram outros nomes de peso para fortalecer o elenco: Gustavo Henrique, Léo Pereira, Thiago Maia, Michael, Pedro e Kenedy. Todos eles, porém, devem ficar como opção no banco de reservas, uma vez que o quarteto formado por Éverton Ribeiro, De Arrascaeta, Bruno Henrique e Gabriel Barbosa. Willian Arão forma o meio de campo ao lado de Andreas Pereira e a defesa deve ser formada por Filipe Luís, David Luiz, Rodrigo Caio, Mauricio Isla e Diego Alves.
Como chega o Palmeiras para a decisão?
O atual campeão não poderia estar mais preparado para a decisão desta Libertadores. O técnico Abel Ferreira conta com elenco completo à sua disposição, mas, diferentemente do Flamengo, a escalação é incerta. O comandante português costuma fazer mudanças estratégicas em partidas como a desta final. Foi o que aconteceu na semifinal, diante do Atlético Mineiro. Na primeira partida, Luiz Adriano apareceu entre os titulares, ao lado de Rony e Dudu no campo de ataque, mas, na partida de volta, Abel sacou o centroavante e foi a campo com 3 zagueiros, mantendo apenas Dudu e Rony na frente. Portanto, é difícil determinar quais jogadores vão estar em campo na decisão, contra o Flamengo, até porque a formação tática é incerta (pode ser com 3 zagueiros e dois atacantes; com três volantes e dois atacantes ou; dois volantes e três atacantes). Isso tudo só é permitido ao técnico português em razão do farto elenco que o Palmeiras também tem. Se Renato Portaluppi tem um elenco recheado de jogadores considerados reservas que podem entrar para definir uma partida, Abel Ferreira confia tanto em seus jogadores que varia o time titular com constância e se torna difícil determinar quais são os verdadeiros titulares, com algumas poucas exceções: o goleiro Weverton, os zagueiros Gustavo Gómez e Luan, o meia Raphael Veiga e os atacantes Rony e Dudu (Felipe Melo e Zé Rafael já foram deixados entre os reservas em alguns momentos, mas também devem estar entre os titulares na final). Como o Palmeiras já não se preocupa com a disputa de outras competições, tem foco total na decisão da Libertadores e, como já demonstrou na semifinal com o Atlético Mineiro, é um time muito duro de ser batido.
Como chega o Flamengo para a final?
O gigante carioca chega para a final com a expectativa de levantar o troféu mais importante do continente e tomar um lugar que parece ser seu: entre os maiores campeões brasileiros. Diferentemente do Palmeiras, as dúvidas que pairam sobre o Flamengo não versam sobre o sistema tático, mas sobre a condição física dos seus atletas. Bruno Henrique, que é um dos jogadores mais importantes de Renato Gaúcho, vem de sucessivas lesões e, depois de ter sido substituído no intervalo da partida contra o Corinthians, não voltou a campo para enfrentar o Internacional e o Grêmio nas últimas duas partidas do Flamengo. Outro jogador de extrema relevância para o time, o uruguaio De Arrascaeta, se recuperou de lesão recentemente: depois de mais de um mês fora, jogou menos de 20 minutos contra o Internacional e outros 30 minutos diante do Grêmio. Além deles, o zagueiro David Luiz e o lateral Filipe Luís também frequentaram o departamento médico recentemente, e o atacante Pedro, que muitas vezes foi visto como um 12º jogador pela importância que demonstrou ao grupo, também está retornando de lesão. De uma forma ou de outra, o fato é que o Flamengo vai ter time completo diante do Palmeiras e possui totais condições de deixar o Palmeiras em situação desconfortável durante a maior parte do jogo. Se tudo funcionar bem para o Flamengo, vai ser difícil para o time de Abel Ferreira aguentar a pressão, que pode ser mais forte do que a aplicada pelo Atlético Mineiro na partida de volta da semifinal. Desde 2019 o Flamengo tem mostrado do que é capaz, agora só falta conquistar um título sob o comando de Renato Portaluppi, que corre risco de perder o cargo caso não consiga o título.