Em disputa com Neymar pelo primeiro título da Copa América, Messi leva a melhor e acaba com seca de quase 30 anos da seleção.
No último sábado (10), Brasil e Argentina se enfrentaram no Maracanã pela final da Copa América 2021. A principal competição de seleções da CONMEBOL (a Confederação Sul-Americana de Futebol) havia sido adiantada para 2020 com o intuito de acontecer simultaneamente a Eurocopa, que é a principal competição de seleções da UEFA (União das Federações Europeias de Futebol). Como sabido, ambas tiveram de ser adiadas para 2021 em razão da pandemia e a Copa América, inclusive, ficou muito próxima de ser mais uma vez suspensa em razão da crise social colombiana (país que receberia a maioria dos jogos), mas aconteceu no Brasil apesar de todas as questões levantadas pelo alto número de contaminações e mortes pela Covid no país. Outros temas também foram levantados durante a competição, como a qualidade dos gramados e das acomodações dos estádios que receberam as partidas, em especial o Engenhão, que recebeu a maioria dos jogos da Seleção Brasileira. Em meio a tudo isso, a Copa América conseguiu atrair a atenção dos espectadores e, como já era esperado, dois grandes nomes se destacaram ao longo do caminho: Neymar e Messi. A dupla, que já faturou diversos títulos pelo Barcelona e agora encontram-se em lados opostos, foi a principal responsável por fazer a Copa América brilhar. No entanto, apenas um deles ia poder comemorar ao fim da partida entre Brasil e Argentina, que definiu o título da competição. Mesmo sem ter conseguido ser decisivo na final, Lionel Messi foi o principal responsável pela campanha invicta da Argentina, tendo marcado 4 gols e dado 5 assistências ao longo das 7 partidas disputadas (foi artilheiro da Copa América ao lado de Gianluca Lapadula, do Peru, e Luis Díaz, da Colômbia. Com a vitória simples sobre o Brasil, por 1 a 0, com gol de Ángel Di Maria, o capitão e camisa 10 da Seleção Argentina, Messi, levantou seu primeiro troféu com a seleção e acabou com uma seca de longos 28 anos da Argentina sem conquistar títulos.
Trajetória dos argentinos na conquista do 15º título da Copa América:
A Seleção Argentina estreou nesta Copa América com um sentimento amargo, pois não sabia o que era levantar um título desde 1993, quando acontecia a 36ª edição da Copa América e os argentinos se tornavam os maiores vencedores da competição com um total de 14 troféus conquistados. Logo na edição seguinte, porém, o Uruguai colou nos mesmos 14 títulos da Argentina e, em 2011, se tornou o maior campeão da Copa América ao levantar o 15º troféu. Agora, em 2021, na 47ª edição do torneio sul-americano de seleções, os Argentinos voltaram a igualar a marca dos uruguaios, alcançando o 15º troféu e acabando com a seca de 28 anos. Desde a conquista anterior, os argentinos disputaram 4 finais de Copa América, tendo sido duas delas contra a Seleção Brasileira e outras duas contra o Chile, mas ficou com o vice em todas. Desta vez, com um capitão experiente, calejado por ter participado de três das quatro derrotas anteriores em finais (além da derrota para o Brasil na semifinal da Copa América de 2019 e para a Alemanha na final da Copa do Mundo de 2014), a Seleção Argentina mostrou que estava pronta para acabar com a longa seca de títulos e voltar a dar alegria aos torcedores hermanos. Agora, diferentemente de quando era cobrado por não ter conquistado títulos pela seleção principal, Lionel Messi pode dizer que ganhou uma Copa América com a Argentina, além do Mundial Sub-20 e dos Jogos Olímpicos (competições que envolvem jogadores com limite de idade, e não as principais seleções). Vale sempre lembrar que o craque argentino está há apenas 1 gol de igualar a marca de Pelé, como maior artilheiro de uma seleção sul-americana. O Rei do futebol marcou 77 vezes em 92 partidas oficiais da Seleção Brasileira (sendo um total de 95 em 114 partidas, oficiais ou não) e é seguido por Messi, que chegou a 76 gols em 151 partidas (contando as disputadas nesta Copa América) pela Argentina: com outras 47 assistências, tem participação em um total de 123 gols da seleção.
Resumo da decisão:
O duelo que definiu o campeão da Copa América 2021, disputado no Maracanã, entre Brasil e Argentina, não foi exatamente como os torcedores esperavam. A expectativa era de que a Seleção Brasileira se sobressaísse através do conjunto, tendo Neymar como a grande esperança de uma jogada que resultasse em gol (direta ou indiretamente). Do outro lado, a Seleção Argentina deveria apostar única e exclusivamente em Lionel Messi para chegar ao gol, assim como tem sido nos últimos anos e como foi durante toda a competição. O técnico da albiceleste, Lionel Scaloni, surpreendeu ao escalar Ángel Di Maria apenas pela segunda vez nesta Copa América (a outra foi na 2ª rodada da fase de grupos). Mais do que isso, a Seleção Argentina entrou em campo com uma postura aguerrida, pronta para fazer uma partida em pé de igualdade com os brasileiros, que acabaram sendo surpreendidos. Quando o relógio marcou 20 minutos do primeiro tempo, Brasil e Argentina ainda não haviam conseguido criar nenhuma grande chance de marcar, mas estavam se concentrando em ganhar cada dividida. E foi em um lindo lançamento de um jogador inesperado, Rodrigo de Paul (revelado no Racing Club e contratado recentemente pelo Atlético de Madrid, junto a Udinese), que a Argentina marcou o gol que deu o 15º título de Copa América para a seleção: Ángel Di Maria escapou nas costas de Renan Lodi e esbanjou categoria para encobrir Ederson e marcar um golaço. O Brasil acabou se vendo em uma partida totalmente controlada pela Argentina, que fez valer dentro de campo a velha estratégia da catimba. O técnico Tite até tentou alguma coisa com a entrada de Roberto Firmino no lugar de Fred já na volta do segundo tempo e o Brasil até chegou a balançar as redes com Richarlison, mas o atacante do Everton estava impedido no início da jogada e o gol foi anulado. Neymar conseguiu criar algumas boas situações de gol e Vinícius Júnior e Gabigol deram maior ofensividade à Seleção Brasileira, mas o goleiro Emiliano Martínez fez pelo menos duas grandes defesas e garantiu que a Argentina segurasse o 1 a 0 até o apito final.