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Manchester City de Guardiola celebra título da Premier League  

Qual o segredo de todo o sucesso do Manchester City de Guardiola, que levantou um dos troféus mais concorridos do mundo pela terceira vez em cinco temporadas?

Guardiola orientando seu time na vitória do Manchester City sobre o Arsenal, no Emirates Stadium
Pep Guardiola, técnico do Manchester City, campeão mais uma vez da Premier League (Divulgação)

Prestes a disputar a final da Liga dos Campeões pela primeira vez em sua história, o Manchester City de Guardiola levantou o título da primeira divisão do futebol inglês pela sétima vez em sua história. Cinco destas sete conquistas foram nas últimas dez temporadas, o que significa que o Manchester City venceu metade das edições da Premier League que aconteceram na última década (2011/12, 2013/14, 2017/18, 2018/19 e, agora, na temporada 2020/21). Os últimos três títulos da Premier League (a primeira divisão do Campeonato Inglês) foram sob o comando do ex-treinador de Messi no Barcelona, que nesta temporada conseguiu se sagrar campeão com três rodadas de antecedência. A verdade foi que o Manchester City de Guardiola sobrou em uma temporada na qual os clubes sofreram para manter as economias intactas. Muitas equipes do mais alto escalão, como o Barcelona e o próprio PSG, tiveram de se desfazer de alguns jogadores para manter as economias equilibradas e pouco movimentaram as últimas janelas de transferências. O Manchester City, por sua vez, não só conseguiu manter suas principais estrelas, ainda que não estivessem rendendo da mesma forma que antes e estivessem sentindo a alta concorrência do elenco (casos de Agüero e Fernandinho), como também continuou investindo pesado em novos reforços (tanto que quase acabou sendo punido pela FIFA, sob a alegação de falta do chamado “fair-play financeiro”). O trabalho financeiro, tático, psicológico e físico, entre outros aspectos, que foi realizado no Manchester City foi mesmo tão bom que definitivamente poderia ser entendido como falta de fair-play com os adversários. O catalão Josep Guardiola montou um esquadrão que, mesmo em uma temporada atípica, com pouco tempo de descanso e jogos acumulados, conseguiu manter o mais alto nível de competitividade e só fez melhorar seus números, que já eram espantosos. Ao todo, o Manchester City disputou 60 partidas oficiais nesta temporada e perdeu apenas 7, tendo vencido 47 e empatado outras 6 (o que dá ao time quase 80% de aproveitamento). Além disso, foram 131 gols marcados (média de pouco mais de dois por partida) e apenas 41 sofridos (cerca de dois a cada três partidas). Esta foi uma temporada na qual, por competência administrativa, o Manchester City ficou muito a frente das demais equipes, tanto na Inglaterra como na Europa. No próximo sábado (29), os Citizens vão disputar a primeira final de Liga dos Campeões de sua história e são tidos como favoritos, diante do Chelsea, para levantar o troféu, que seria inédito para o clube. Tudo isso foi transformado em realidade por Pep Guardiola do banco de reservas de cada jogo e por seus atletas (com destaque para Kevin de Bruyne, Ilkay Gundogan, o jovem Phil Foden e o “xerife”, recém-contratado, Rúben Dias) dentro de campo, mas só se tornou possível em razão do planejamento e da capacidade financeira da direção do clube.

Tudo sobre o desenvolvimento do City Football Group, que gira em torno do Manchester City

Mais de dez anos atrás, lá em 2008, o Manchester City foi comprado pelo Abu Dhabi United Group (um grupo de investimentos da família real da capital dos Emirados Árabes, que conta com participações acionárias, minoritárias, de um fundo norte-americano e outro chinês). O projeto, desenvolvido sob a marca do City Football Group, possui times em diversos outros países, como China, Estados Unidos, França, Japão e, também, na América do Sul (o Montevideo City Torque, do Uruguai, é financiada pelo grupo e desempenha um papel de preparação e desenvolvimento dos atletas). Coincidentemente, ou não, diversas das equipes financiadas pela família real arábica estão conseguindo resultados que vão muito além do esperado. A equipe uruguaia, por exemplo, que é financiada e administrada pelo City Group, está disputando a Copa Sul-Americana e vai para a última rodada da fase de grupos ainda com alguma chance de classificação. E, entre as várias outras equipes (espalhadas pelo mundo) que cumprem uma função parecida com a do Montevideo City Torque, de descoberta e preparação de atletas para alcançar o mais alto patamar (que é a Europa, o Manchester City), algumas se destacam pelo desempenho recente. O Troyes, da França, acabou de conquistar o acesso para a Ligue One, ao ter vencido o título da Ligue 2 (a segunda divisão francesa) nesta temporada (2020/21). E não para por aí. O Melbourne City e o Mumbai City são os atuais campeões das primeiras divisões da Austrália e da Índia, respectivamente. E tudo isso é feito, principalmente, para alimentar o gigante Manchester City, que já se estabeleceu entre as maiores potências do futebol Europeu há algum tempo, antes mesmo de ter conseguido vencer a principal competição do continente, que é a Liga dos Campeões. Este fato, porém, está muito próximo de ficar no passado, pois o Manchester City está há pouco menos de uma semana de entrar em campo para disputar sua primeira final continental e, quem sabe, levantar a “orelhuda” pela primeira vez. No último domingo (23), o Manchester City recebeu a taça da Premier League após a disputa da última rodada, no Etihad Stadium, que terminou com goleada por 5 a 0 sobre o Everton. Vale lembrar que os comandados de Pep Guardiola também já levantaram o troféu da Copa da Liga Inglesa (Carabao Cup) nesta temporada, que marcou a quarta conquista consecutiva.

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