Em partida desastrosa, Fluminense perde para o Olimpia no Paraguai e deixa escapar vaga na fase de grupos da Libertadores.
Nesta quarta-feira (16), o Fluminense visitou o Olimpia no Estádio Defensores del Chaco, na capital do Paraguai, pela partida de volta da última fase qualificatória da Copa Libertadores da América. A equipe comandada por Abel Braga tinha tudo para alcançar a vaga na fase de grupos depois da vitória por 3 a 1 conquistada na primeira partida, no Rio de Janeiro, mas um erro da arbitragem e a apatia dos cariocas na partida de volta custou a classificação e a paz que se instalava entre o grupo e os torcedores. Desde a chegada de Abel Braga para sua quarta passagem como técnico do Fluminense, os torcedores do Fluminense deixaram clara a insatisfação com a decisão da diretoria, pois queriam a aposta em um trabalho mais moderno, como tem sido comum nas equipes brasileiras nos últimos anos. No entanto, depois de uma derrota para o Bangu pela estreia no Campeonato Carioca, que deixou os ânimos dos torcedores ainda mais acalorados, o Fluminense de Abel embalou uma sequência de 12 vitórias, que lhe garantiu a liderança e o título simbólico da Taça Guanabara (a primeira fase do Campeonato Carioca) e a classificação para a última fase qualificatória da Libertadores. A última vitória do Fluminense foi exatamente na primeira partida desta última fase eliminatória da chamada “Pré-Libertadores”, diante do Olimpia, no Engenhão, pelo placar de 3 a 1. Com o resultado, qualquer tipo de crítica ao trabalho de Abel Braga se tornou mera insatisfação com a forma de trabalho do treinador, a chamada “rusga”, mas sem grandes fundamentos para tanto. Nem mesmo a interrupção da sequência de vitórias, após o empate sem gols com o Boavista na última rodada da Taça Guanabara, seria capaz de abalar a confiança dos torcedores do Fluminense, mas uma eliminação inesperada da “Pré-Libertadores”, com certeza seria, e foi.
Resumo da derrota e eliminação do Fluminense da Libertadores e os próximos passos do time de Abel Braga:
O Olimpia recebeu o Fluminense no Paraguai na última quarta-feira (16) precisando vencer por dois gols de diferença para levar a decisão para os pênaltis, mas, em toda a temporada, o time de Abel Braga ainda não tinha perdido uma única partida por dois gols de diferença. Na verdade, até então, o Fluminense havia sofrido apenas quatro gols em catorze partidas disputadas neste ano. Com um sistema defensivo muito bem equilibrado e tendo a vantagem de poder perder por até um gol, o Fluminense chegou no Paraguai ostentando todo o favoritismo para avançar à fase de grupos da Libertadores, mas, no futebol, o inesperado sempre pode acontecer. Na verdade, tudo poderia ter sido bem diferente se o VAR pudesse intervir na decisão do árbitro de anular um gol do Fluminense, marcado por David Braz aos 7 minutos do primeiro tempo, em razão de um toque inexistente no braço do zagueiro tricolor. No entanto, como o árbitro de vídeo ainda não é utilizado na fase qualificatória da Libertadores, a decisão do árbitro de campo não pôde ser revisada e o gol do Fluminense foi mal anulado. Depois disso, o Olimpia acordou na partida e contou com o apoio intenso do seu torcedor para pressionar o Fluminense e deixar a equipe carioca em situação bastante desconfortável na partida. O gigante paraguaio, dono de três títulos de Libertadores e único a participar de pelo menos uma final a cada década, soube se impor diante do Fluminense mesmo contando com um elenco bem mais modesto. Contando com mais uma ótima atuação do goleiro Fábio, o Fluminense conseguiu segurar a pressão por algum tempo, mas a apatia dentro de campo, com a ausência de contra-ataques efetivos, que levassem perigo à meta paraguaia, deixou o Olimpia muito confortável na partida. 10 minutos antes do fim do primeiro tempo, Fernando Cardozo voltou para armar a jogada e descolou um belo lançamento para Alejandro Silva, que se projetou nas costas da defesa tricolor e, de cabeça, serviu Jorge Recalde, que, também de cabeça, só teve o trabalho de empurrar para o fundo da rede. Depois do intervalo a pressão paraguaia se intensificou e as mudanças feitas por Abel Braga no Fluminense não deram o resultado esperado. Em uma roubada de bola, Willian Bigode até conseguiu justificar sua entrada no lugar de Luiz Henrique, que não estava em seu melhor nível, mas o jovem Gabriel Teixeira, que substituiu Jhon Arias e recebeu de Willian na cara do gol poucos minutos depois de entrar em campo, acabou parando em grande defesa do goleiro Gastón Olveira e desperdiçou a melhor chance do Fluminense de marcar. No fim da partida, mais um erro claro da arbitragem acabou prejudicando o Tricolor das Laranjeiras. É verdade que Nino correu um grande risco ao driblar o atacante sendo o último homem na defesa do Fluminense, mas ele sofreu uma falta clara antes de ficar entre três jogadores do Olimpia e errar o passe, se vendo obrigado, posteriormente, a parar o contra-ataque com falta e, assim, ser expulso de campo aos 35 minutos do segundo tempo. Com um jogador a menos o Fluminense se viu numa panela de pressão dentro do Estádio Defensores del Chaco e acabou cedendo à pressão aos 44 minutos do segundo tempo. Com a vitória por 2 a 0, o Olimpia levou a decisão para os pênaltis, onde venceu com tranquilidade, pelo placar de 4 a 1. Com a derrota e a eliminação, o Fluminense voltou a sentir a pressão da torcida em seu desembarque no aeroporto do Rio de Janeiro. Agora, a equipe de Abel Braga volta a concentrar suas forças no Campeonato Carioca, visando acabar com a hegemonia do Flamengo e, assim, reestabelecer sua confiança e se reconciliar, ao menos em parte, com a torcida. O próximo compromisso do Tricolor das Laranjeiras é com o Botafogo, no Engenhão, às 20 horas (de Brasília) do próximo sábado (19), pela partida de ida da semifinal do Campeonato Carioca. Além disso, o Fluminense também vai ficar com uma vaga na Copa Sul-Americana, onde certamente sonha em conquistar o título.