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Análise das semifinais da Liga dos Campeões  

(Imagem: reprodução Manchester City)

Vitória no Parque dos Príncipes deixa Manchester City próximo de vaga inédita na decisão.

Os duelos de semifinal da Liga dos Campeões comumente envolvem mais do que os 90 que são jogados nas partidas de ida e volta. No caso do confronto Paris Saint-Germain x Manchester City, são muitos os fatores que o tornam especial. E, como não poderia deixar de ser, tudo começa com os altos investimentos que vieram do Oriente Médio. Ambas as equipes começaram a aparecer entre as melhores da Europa recentemente, apesar da diferença de idade entre as equipes: o Manchester City, comprado em 2008 pelo sheik Mansour Bin Zayed Al Nahyan (membro da família real dos Emirados Árabes), é uma das primeiras equipes a serem fundadas na Inglaterra, em 1880, enquanto o PSG, que foi comprado em 2011 pela Autoridade de Investimento do Catar (QIA), só foi fundado em 1970. Só então PSG e City se lançaram fortes na busca pelo título mais cobiçado da Europa, a Liga dos Campeões, para se colocarem entre os melhores e maiores do mundo. Apesar de que, vale lembrar, o PSG já havia chegado às semifinais na temporada 1994/95, ou seja, antes de ser comprado por um grande investidor do Oriente Médio, a equipe da capital francesa foi uma mera surpresa que logo cedeu aos gigantes nas temporadas que se sucederam. No entanto, o time do Paris só foi voltar ás semifinais na temporada passada (2019/20), já com Neymar, Mbappé e companhia. Antes disso, na temporada 2015/16, o PSG estava nas quartas de final (como já havia se tornado comum) e teve pela frente exatamente o Manchester City. Foi o primeiro grande
confronto entre as equipes, que terminou melhor para os ingleses, que chegaram às semifinais pela primeira vez na história, apesar de terem sido derrotados pelo Real Madrid antes de conseguir sonhar com algo mais. Agora, cinco temporadas depois, o PSG ostenta um vice- campeonato, mas ainda sonha com um título inédito. No entanto, buscando a primeira decisão  de Liga dos Campeões de sua história, o Manchester City já mostrou que vai tornar a missão da equipe francesa quase impossível. E aí devemos mencionar os outros duelos que a partida entre PSG e Manchester City envolvem, como dos técnicos (Pochettino e Guardiola), dos craques (Neymar e De Bruyne), dos xerifes (Marquinhos e Rubén Días), dos goleiros (Navas e Courtois), entre outros.

Resumo da primeira partida

A partida de ida desta semifinal, disputada no Parque dos Príncipes, em Paris, começou exatamente como a equipe da casa esperava. Apostando em uma postura agressiva, com pressão na troca de passes do City e muita velocidade nas descidas ao ataque, o PSG dominou completamente a partida, até abrir o placar, aos 15 minutos, com gol de Marquinhos em cobrança de escanteio de Ángel Di María. Só então a partida se equilibrou e a equipe de Pep Guardiola passou a criar suas primeiras ocasiões de gol. Na melhor delas, Phil Fode chutou em cima de Keylor Navas, que não teve grandes problemas para fazer a defesa. Depois do intervalo, porém, o Manchester City cresceu muito na partida. O PSG permitiu que a equipe de Guardiola ficasse com a posse e se aproximasse demais da meta de Keylor Navas, que acabou ajudando Kevin de Bruyne: em uma tentativa de cruzamento do belga, a bola cruzou passou por todo mundo na área e surpreendeu o goleiro ao terminar no fundo da rede. Pouco depois, em uma cobrança de falta na intermediária, a barreira abriu entre o volante Paredes e o zagueiro Kimpembe e foi exatamente ali que Mahrez chutou para colocar o Manchester na frente do placar: 2 a 1. E se o PSG já estava com dificuldade, tudo ficou ainda mais difícil depois de sofrer a virada, principalmente depois que Gana Gueye foi expulso. Com isso, o Manchester City teve tranquilidade para levar a vantagem da vitória para a partida de volta, no Etihad Stadium, na qual pode até perder por 1 a 0 que avança à final. O PSG, por sua vez, precisa balançar as redes pelo menos duas vezes se quiser voltar à decisão da Liga dos Campeões.

Empate no Santiago Bernabéu deixa duelo entre Real e Chelsea em aberto para partida de volta

A outra semifinal da Liga dos Campeões envolve duas equipes que já foram campeãs da Liga dos Campeões, mas a semelhança entre elas acaba por aí, até porque, enquanto os espanhóis ostentam 13 títulos, os ingleses levantaram a taça apenas uma vez. Isso porque, assim como Manchester City e PSG, o Chelsea se lançou recentemente no cenário europeu, enquanto o Real Madrid venceu, logo de cara, as cinco primeiras edições da Liga dos Campeões. E nem se diga que a equipe da capital espanhola vive de passado, pois três conquistas aconteceram recentemente, entre as temporadas 2015/16 e 2017/18. É verdade que, desde então, o Real Madrid não vive um grande momento, mas isso não significa que a equipe não tem total capacidade para levantar mais um troféu da principal competição europeia, principalmente porque conta com grandes estrelas, além de um técnico de primeira linha. No entanto, isso tudo o Chelsea também tem. O técnico, o alemão Thomas Tuchel, se destacou pelo Borussia Dortmund e, na temporada passada, se tornou o primeiro a levar o PSG para a final da Liga dos Campeões. Nesta temporada, apesar do insucesso no PSG, logo chegou ao Chelsea e alavancou de forma impressionante o nível de competitividade da equipe londrina. Não à toa os Blues perderam apenas duas das 22 partidas que fez sob o comando do comandante alemão. E sob as ordens de Thomas Tuchel, estão jogadores que misturam jovialidade com experiência e esbanjam capacidade. Todos estes fatores foram comprovados na primeira partida desta semifinal, disputada em Madrid, no Santiago Bernabéu. O equilíbrio prevaleceu dentro de campo e foi refletido no resultado: 1 a 1. O Chelsea abriu o placar com sua maior arma: velocidade de seus atacantes (no caso Christian Pulisic), que recebeu lançamento longo e fez o que quis com a defesa merengue antes de mandar pra rede. Ainda no primeiro tempo, o Real deixou tudo igual com sua maior arma: Karim Benzema, após bate-rebate na área.

Fernando Verchai

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