Ah, Seleção Francesa! A atual campeã do mundo mais uma vez surpreende e encanta com as suas virtudes, e se coloca como grande favorita para levantar mais um título de Copa do Mundo (o segundo consecutivo e o terceiro de sua história). É impossível falar desta seleção francesa sem pensar no seu camisa 10, Kylian Sanmi Mbappé Lottin, de apenas 23 anos.
Unindo vigor físico com qualidade técnica, o jovem atacante do Paris Saint-Germain se coloca como a principal estrela da Seleção Francesa. Não à toa ele é o principal artilheiro da Copa do Mundo do Catar, pelo menos até aqui, com 5 gols marcados em 5 partidas disputadas, estando à frente, inclusive, do experiente e consagrado Lionel Messi, que, com 4 gols marcados, se coloca como o principal concorrente de Mbappé na luta pela artilharia da competição.
No entanto, há sempre que se falar que, apesar da importância incontestável de Kylian Mbappé, a Seleção Francesa não gira em torno de um único jogador. Karim Benzema, o melhor jogador do mundo eleito pela FIFA na última temporada, que o diga! O craque do Real Madrid, 5 vezes campeão de Liga dos Campeões, 4 vezes campeão do Mundial de Clubes, 4 vezes campeão do Campeonato Espanhol e dono de diversas outras conquistas coletivas e individuais, não estava presente na conquista do título mundial da França em 2018, na Rússia, e ficou de fora, também, da atual edição da Copa do Mundo, desta vez por conta de uma lesão. E não para por aí. Além dele, a França teve outros desfalques importantíssimos para esta Copa do Mundo do Catar 2022, dos quais se destacam N’Golo Kanté e Paul Pogba, dupla titular do meio de campo no título francês de 2018.
Muito por conta destes desfalques, a França não foi considerada a principal favorita ao título no início desta Copa do Mundo, mas ficou atrás da Seleção Brasileira, que tinha força total na busca pelo hexacampeonato. No entanto, depois de liderar o Grupo D na primeira fase, passar com propriedade pela Polônia nas oitavas de final e superar a fortíssima Seleção inglesa nas quartas, a França provou e comprovou que é uma seleção completa, totalmente favorita para conquistar o bicampeonato do mundo. Faltam, agora, dois jogos para que a Seleção Francesa consiga o que apenas outras duas seleções conseguiram: vencer a Copa do Mundo duas vezes seguidas (sendo elas: a Itália, em 1934 e 1938; e o Brasil, em 1958 e 1962). Neste sentido, vamos fazer uma análise das principais virtudes da Seleção Francesa na sua campanha até a semifinal, que vai ser disputada nesta quarta-feira (14), às 16 horas (de Brasília), contra o Marrocos.
França x Austrália:
Logo em sua estreia, diante da Austrália, a Seleção Francesa levou um susto: saiu atrás no placar, sofrendo um gol ainda aos 9 minutos do primeiro tempo. Foi aí que apareceu a primeira grande virtude da Seleção Francesa: a tranquilidade (ou a confiança de que a virada viria). Sem se afobar dentro de campo, os franceses continuaram controlando a posse de bola depois de sofrer o gol, trabalhando com paciência até que Adrien Rabiot empatasse a partida aos 27’ e Olivier Giroud virasse aos 32’, ainda no primeiro tempo. Aí estão dois nomes pouco badalados, mas de suma importância para a Seleção Francesa. No atual esquema utilizado pelo técnico Didier Deschamps, Rabiot funciona, primeiramente, como um homem de marcação, mas demonstra muita técnica para apoiar na construção das jogadas e, inclusive, como visto diante da Austrália, aparece como elemento surpresa no campo de ataque para incomodar a defesa adversária. Tanto é que o gol da virada da França sobre a Austrália, marcado por Giroud, teve assistência de Rabiot, que apareceu mais uma vez na área adversária para servir o companheiro. No segundo tempo, Mbappé entrou pra festa, marcando o terceiro dos franceses, e Giroud, com assistência de Mbappé, decretou a goleada: França 4 x 1 Austrália.
França x Dinamarca:
Na segunda rodada da fase de grupos, a França fez uma partida mais desafiadora diante da boa Seleção Dinamarquesa. No entanto, a Seleção Francesa dominou completamente a partida e criou as melhores oportunidades. A Seleção Dinamarquesa até conseguiu segurar o zero no placar no primeiro tempo, mas, depois do intervalo, aos 16 minutos da etapa final, Mbappé abriu o placar para a França. Os dinamarqueses até conseguiram buscar o empate em uma jogada quase isolada, com Christensen aproveitando cobrança de escanteio de Eriksen para testar para o fundo da rede, mas, com mais um gol de Mbappé nos minutos finais, a França carimbou a segunda vitória na fase de grupos.
Por conta disso, Didier Deschamps poupou grande parte de seus titulares na última rodada, e a França acabou perdendo para a Tunísia por 1 a 0.
França x Polônia, oitavas de final:
Diante da Polônia, observamos mais um passeio da dupla Olivier Giroud e Kylian Mbappé. Também podemos destacar Antoine Griezmann, que controlou a partida ditando o ritmo no meio de campo, permitindo que a França controlasse o ímpeto inicial da Polônia, que incomodou bastante os franceses, principalmente no primeiro tempo. Mas, aos 45 da etapa inicial, com uma bela assistência de Mbappé, Giroud abriu o placar para os franceses. No segundo tempo, com mais dois gols de Mbappé, a França sacramentou a vitória por 3 a 1 (Robert Lewandowski, em cobrança de pênalti, marcou o gol de honra da Polônia nos acréscimos da etapa complementar).
França x Inglaterra, quartas de final:
Nesta fase a França teve o seu maior desafio, sem sombra de dúvidas, mas, assim como todos os outros, conseguiu superar. E, bem na verdade, a França esteve em melhores condições que a Inglaterra durante a partida, apesar de ter encontrado grande dificuldade para vencer. O primeiro gol da partida evidenciou esta superioridade francesa. Mbappé inicia a jogada na ponta direita, se livra de 3 marcadores e faz a bola chegar na direita, com Dembélé, que faz o passe para Griezmann. O camisa 7 francês rola no meio para Tchouaméni, que ajeita antes de soltar uma pancada de fora da área, não dando qualquer chance de defesa para Pickford. Um gol em equipe, uma equipe de muita qualidade.
Depois de abrir o placar a França deixou a Inglaterra crescer na partida, visando um contra-ataque para matar o jogo, mas a estratégia não funcionou muito bem. A Inglaterra pressionou até conseguir o empate, que veio depois que Saka foi derrubado na área por Tchouaméni e Harry Kane converteu a cobrança do pênalti marcado pelo árbitro brasileiro Wilton Pereira Sampaio. Mas foi só os ingleses empatarem para a França voltar a crescer na partida. E aos 33 minutos do segundo tempo, Antoine Griezmann cruzou na medida para Giroud marcar o gol que acabou dando a vitória para a França, por 2 a 1. A Inglaterra teve a chance de empatar em um pênalti totalmente desnecessário cometido por Theo Hernández em Mason Mount no fim do jogo, mas Harry Kane mandou a chance para longe na cobrança.
