O Santos sempre será uma das maiores equipes do Brasil, não só por seus títulos, mas também por revelar diversos jogadores para o futebol profissional.
O clube do litoral paulista que já revelou grandes nomes do Futebol como o Rei Pelé, Neymar, Robinho, Diego, Paulo Henrique Ganso, Gabigol entre outros atletas. Mas atualmente a equipe segue em uma crise que parece estar longe do fim.
Já são seis jogos sem vitórias, duas derrotas, quatro empates e a eliminação precoce nas oitavas de final da Copa Sul-Americana, e pra piorar um time de venezuelano de baixa expressão. Vivendo seu pior momento na temporada, o Santos se reapresentou nesta sexta- feira, no CT Rei Pelé, tentando juntar os cacos.
Pela primeira vez sem o comando do técnico Fabián Bustos, demitido após a derrota para os venezuelanos nos pênaltis, o time recebeu palavras de incentivo do presidente Andres Rueda antes de ir a campo, onde os jogadores conversaram bastante e ainda deram um abraço coletivo tentando demonstrar união para fugir da crise.
O time volta à campo no próximo domingo (10), na Vila Belmiro, diante do Atlético-GO, necessitando acabar com a série de insucessos e também buscando desencantar como mandante. Já são sete partidas sem nenhuma vitória.
O auxiliar permanente Marcelo Fernandes será o comandante na beira do campo, auxiliado pelo ídolo Giovanni. O técnico interino falou bastante com seus jogadores, tentando reerguer o ânimo do abalado grupo. Na base da conversa, ele espera fazer com que os jogadores esqueçam a queda precoce na Sul-Americana. O Santos ganhou somente um de seus últimos 13 jogos e Marcelo Fernandes espera findar com este incômodo jejum.
No domingo, Marcelo Fernandes terá reforços. Depois de o Santos precisar improvisar o zagueiro Kaiky e o atacante Lucas Braga na lateral-direita, agora são duas opções para o setor: Madson, recuperado de um estiramento muscular na coxa esquerda, trabalhou normalmente com os companheiros, assim como Auro, livre da covid-19. Auro depende de aval da CBF para poder encarar os goianos. Caso seja liberado, deve ficar na reserva de Madson. Situação idêntica do volante Sandry, que também testou negativo para o vírus, mas como sentiu uma lesão muscular no posterior da coxa, seu retorno será adiado.
Marcelo Fernandes reintegrou alguns jovens que vinham trabalhando separado do grupo para encorpar o elenco. São eles: Ed Carlos, Weslley Patati, Tailson e Allanzinho. A ordem no Santos é reagir.
Antes da atividade, porém, o presidente Andres Rueda conversou com jogadores e comissão técnica. Rueda e outros membros da diretoria participaram primeiro de uma conversa com os atletas no auditório do CT do clube. A ideia do encontro foi, mais uma vez, tentar entender o motivo da queda de rendimento recente e cobrar uma melhora. Após o papo com os jogadores, Andres Rueda conversou também com membros da comissão técnica fixa do Santos.
Agora que Fabián Bustos foi dispensado pelo clube o Uruguaio Carlos Sanchez pode voltar a ter novas oportunidades na equipe do Santos. Um dos jogadores mais experientes do elenco do Santos, o volante uruguaio Carlos Sánchez pouco jogou em 2022. Por conta da recuperação de uma cirurgia no joelho, do limite de estrangeiros em um jogo no Brasil e da pouca confiança do agora ex-técnico Fabián Bustos – demitido nesta quinta-feira – em seu futebol, o jogador de 37 anos só atuou sete vezes nesta temporada.
Agora, com um novo comandante, pode ter mais chances. Em quatro partidas pelo Campeonato Paulista, uma pelo Campeonato Brasileiro e duas pela Copa Sul-Americana, Sánchez sempre entrou em campo vindo do banco de reservas. Parecia que estava conquistando a confiança de Bustos, já que jogou justamente nos três últimos duelos – empate com o Deportivo Táchira, na Venezuela; derrota para o Flamengo, na Vila Belmiro; e empate e eliminação nos pênaltis para o time venezuelano, na última quarta-feira, também em Santos.
O uruguaio não quer sair do Santos na próxima janela internacional de transferências, que será aberta no próximo dia 18. A sua prioridade é dar a volta por cima. Sánchez reconhece o momento ruim e recebeu sondagens por meio de seus empresários, mas gostaria de cumprir o seu contrato, que é válido até 22 de julho de 2023. Contratado em 2018, o volante uruguaio, que teve destaque no River Plate, é o maior artilheiro estrangeiro da história do Santos, com 32 gols. Ele e sua família já afirmaram que estão adaptados na Baixada Santista e querem ficar.
Entenda os bastidores da queda de Fabián Bustos:
Após 132 dias no comando, o técnico Fabián Bustos foi demitido do Santos. Ele resistia mesmo com apenas uma vitória em 12 jogos, goleada sofrida clássico para o Corinthians e uma sequência de sete jogos sem vencer na Vila. Porém, após a eliminação para o Deportivo Táchira, na Vila Belmiro, a conta chegou.
O treinador chegou ao Brasil com confiança de quase todo o Comitê de Gestão do clube. Em um calendário apertado, Bustos conseguiu fazer o Peixe avançar da primeira fase na Copa Sul- Americana, com time misto em quase todos os jogos, e também eliminou o Coritiba na Copa do Brasil.
Os dias se passaram e os problemas começaram aparecer. Bustos sempre foi um treinador intenso e, em certos momentos, considerado teimoso. O treino na parte da manhã desagradou boa parte do elenco, principalmente em dias após longa viagem, como foi para Venezuela. O argentino não abriu mão.
Apesar disso, Bustos não foi fritado pelo elenco. O dia a dia do clube era bom, apesar da insatisfação em alguns aspectos por parte dos jogadores. Outros atletas gostavam e viam com naturalidade algumas exigências, principalmente tratando-se de um treinador estrangeiro. Um dos jogadores insatisfeitos com Bustos era o zagueiro Emiliano Velázquez, que já deixou o clube. Para ele, faltava critério ao treinador.
Na goleada sofrida pelo Corinthians, na Neo Química Arena, o defensor fez algumas atividades entre os titulares, mas não jogou. Na partida seguinte, o uruguaio foi titular e, em sua leitura, fez um bom jogo. Na outra semana, Velázquez viajou para a Venezuela e não saiu do banco de reservas. Foi a gota d’água. O jogador procurou a diretoria do Santos e pediu para sair. O ex-camisa 61 entendia que seu trabalho estava sendo prejudicado e para não piorar a situação, preferiu deixar o clube da Vila.
Parte do CG santista começou a se incomodar com tantas desculpas nas coletivas. Haviam erros claros contra o Santos em arbitragem, de fato, mas começou a se tornar um argumento em todos os jogos. O discurso de “mesmo com a derrota, jogamos de igual para igual” também não foi suficiente.
O Peixe fez bons jogos contra Palmeiras e Athletico, mas não saiu vencedor. E esse bom rendimento deixou de acontecer para os membros da diretoria do Santos.
Jogos contra o Juventude, em que venceu por 2 a 1, não foi considerado bom. Contra o Red Bull Bragantino, a equipe abriu 2 a 0, mas levou o empate. Os dois jogos contra o Táchira também deixaram a desejar. Contra o Flamengo, após a derrota por 2 a 1, muitos no clube já consideravam o treinador “demitido”.