Ídolo do Fluminense Fred se despede dos gramados neste sábado (9), na partida contra o Ceará, às 19h, no Maracanã, pela 16ª rodada do Brasileirão.
Toda trajetória tem um fim, mas algumas jamais serão esquecidas. É o caso de Fred, centroavante do Fluminense, que marcou a história do clube e do futebol brasileiro. O camisa 9 empilhou taças, conquistou marcas e teve passagens por gigantes da bola durante a sua carreira.
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Fred começou sua trajetória no futebol em 2002, na base do América-MG, mas foi no ano seguinte que o camisa 9 fez a entrada triunfal no mundo da bola. No jogo contra o Vila Nova-GO, pela Copa São Paulo de Futebol Júnior, o centroavante marcou um gol aos 3,17 segundos. Assim, entrou para a história ao marcar o gol mais rápido do futebol brasileiro, que foi também uma marca mundial até 2009.
Depois do gol na Copinha, Fred subiu para o profissional do Coelho e se destacou no cenário mineiro. Assim, foi transferido para o Cruzeiro em 2004. Com a camisa da Raposa, foi consagrado como o maior artilheiro da Copa do Brasil em uma única edição, com 14 gols.
E apesar das boas atuações no Brasil, foi somente na França quando chegou ao Lyon, que o craque conseguiu levantar a primeira taça. Em 2005/06, sua primeira temporada na Europa, Fred foi Campeão da França. Naquela edição, o atacante marcou 14 gols em 31 jogos.
A boa fase no Lyon (FRA), naturalmente, repercutiu no Brasil. Assim, Fred foi convocado para vestir a Amarelinha pela primeira vez, na Copa de 2006.
Após conquistar três títulos nacionais na França, Fred quis voltar ao Brasil. Em março de 2009, o centroavante assinou com o Fluminense. Ainda em 2009, Fred começou a cumprir um papel único no Fluminense. Mesmo fora de campo em boa parte da temporada por conta de lesões, o camisa 9 foi importante para motivar o elenco na luta contra o rebaixamento quase certo. Na decisão contra o Coritiba, o clube conseguiu o milagre tricolor e nascia, ali, o “Time de Guerreiros”.
A temporada de 2010 também foi especial para Fred. Junto ao elenco do Fluminense, o atacante conquistou o Brasileirão pela primeira vez e dava o pontapé inicial para uma das maiores idolatrias do clube.
Em 2011, o camisa 9 decidiu colocar foco máximo na recuperação física. A dedicação surtiu efeito e Fred foi o artilheiro do estadual, com 10 gols. No Brasileirão, fez um golaço de bicicleta contra o Coritiba, o 200° de sua carreira.
Fred vinha sendo destaque, mas nenhum ano se compara a 2012. Naquela temporada, o ídolo se tornou o maior artilheiro do clube em Brasileirões e marcou o 100° gol no Fluminense.
Além das marcas no clube, Fred também foi artilheiro do Brasileirão de 2012, com 20 gols. Na briga pelo título, em partida contra o Palmeiras, o camisa 9 marcou duas vezes e foi protagonista do tetracampeonato do Fluminense. Em toda a temporada, foram 30 gols em 45 jogos.
Pelo desempenho na temporada anterior, Fred foi novamente convocado, desta vez para a Copa das Confederações de 2013. O centroavante correspondeu e marcou cinco gols pela Seleção, inclusive na final, contra a Espanha. Ao final da competição, o Brasil conquistou o título e o ídolo tricolor levantou a primeira taça no Maracanã.
A Copa de 2014 prometia muito para Fred, mas acabou sendo o oposto. O camisa 9 não fez boa atuação, marcou apenas um gol e foi duramente criticado pelo país. Na goleada da Alemanha sobre o Brasil, por 7 a 1, saiu vaiado e recebeu o apelido “cone”.
Contudo, a torcida do Flu seguiu abraçando o ídolo e forneceu apoio na volta ao clube.
Depois de tantas alegrias, o ano de 2016 foi marcado pelo adeus. Após desentendimentos com a diretoria e o técnico Levir Culpi, Fred deixou o Fluminense. Na despedida, se emocionou e disse que “não queria ser um peso”.
Assim que saiu do Fluminense, Fred decidiu voltar para Minas Gerais e assinou com o Atlético-MG. Assim, entrou para o seleto grupo de jogadores que atuaram nos três maiores clubes do estado, ao lado de Toninho Cerezo e Éder Aleixo.
Ainda em 2016, Fred chegou aos 600 jogos na carreira, na vitória do Atlético-MG sobre o Internacional por 3 a 1, pelo Brasileirão. Em 2017, mais um hat-trick na carreira, na goleada do Galo sobre o América-MG por 4 a 1, no Campeonato Mineiro.
Após dois anos no Galo, Fred se tornou centro das atenções ao decidir retornar ao Cruzeiro. Se não bastasse a troca de clube para o maior rival, a transferência se tornou ainda mais polêmica e foi parar na Justiça por conta de uma cláusula no contrato que o atacante tinha com o Atlético-MG. Fred teve uma boa primeira temporada no Cruzeiro, mas depois participou do rebaixamento da equipe na temporada de 2019.
Porém, o “bom filho” retornou às Laranjeiras. Durante a pandemia da Covid-19, o ídolo foi anunciado e recebeu o carinho da torcida, que nunca deixou de pedir a sua volta.
O camisa 9, que também é ciclista nas horas vagas, decidiu fazer o trajeto Belo Horizonte-Rio de Janeiro de bicicleta em um tour solidário. Mais de 4 mil cestas básicas foram arrecadadas pela iniciativa e doadas para pessoas em vulnerabilidade social.
Fred seguiu escrevendo capítulos na história do futebol nacional na segunda passagem pelo Fluminense. Em 2021, ultrapassou Romário e se tornou o segundo maior artilheiro do Brasileirão, com 157 gols na época, atrás apenas de Roberto Dinamite. Além disso, conquistou a marca de maior goleador do Maracanã no século XXI, com 62 gols naquele momento. Com 198 gols, o camisa 9 também é o segundo maior goleador do Fluminense.
Na Libertadores, Fred se consagrou como o segundo maior artilheiro brasileiro da competição, junto com Palhinha e atrás de Luizão. Em 2022, na vitória sobre o Vila Nova-GO, o ídolo passou Romário novamente e se isolou na artilharia da Copa do Brasil, com 37 gols.
Perto da sua despedida, Fred protagonizou mais um momento marcante com a camisa Tricolor. Na vitória Corinthians, no seu penúltimo jogo, o ídolo marcou o seu gol de número 199 pelo Fluminense. Na comemoração, se emocionou e chorou.