Ariel Holan mostra serviço, domina o San Lorenzo na Argentina e leva vantagem importante para a partida de volta
Na última terça-feira (06), depois de quase um mês sem entrar em campo, o Santos foi até Buenos Aires para enfrentar o San Lorenzo no Estádio Pedro Bidegain. O confronto é válido pela terceira e última fase eliminatória da Copa Libertadores e, consequentemente, garante uma das equipes na fase de grupos da principal competição de clubes da América. Por conta disso, e, também, pela primeira partida ser na Argentina, esperava-se um Santos cauteloso, que ficaria satisfeito com um empate fora de casa para definir a classificação em casa. No entanto, nada disso estava nos planos do técnico Ariel Holan. Mesmo com desfalques na equipe considerada titular (Sandry Roberto e Kaio Jorge) e com o camisa 10, Yeferson Soteldo, tendo de ser poupado pelo tempo que ficou sem treinar (por ter ficado “preso” na Venezuela em razão da pandemia), o comandante argentino não quis saber de controlar a partida. Ariel Holan foi a campo com quatro jogadores recentemente promovidos das categorias de base (três deles com 18 anos ou menos), mas não abdicou do estilo ofensivo que o Santos tem em seu DNA e colheu os frutos dessa coragem. Além de ter a classificação para a fase de grupos da Libertadores encaminhada pelo resultado conquistado na primeira partida da última fase eliminatória, contra o San Lorenzo, o atual finalista deu confiança para os “meninos da Vila” e mostrou que mais uma vez vai dar trabalho aos concorrentes.
Resumo da partida:
A primeira partida entre Santos e San Lorenzo foi marcada por ritmo intenso, com ambas as equipes saindo para o jogo em busca de um resultado positivo. O San Lorenzo tentou se aproveitar da inexperiência de alguns jogadores santistas para colocar pressão sobre a equipe brasileira, mas provavelmente não esperava que ia esbarrar em uma equipe valente e qualificada. Os primeiros minutos foram de luta intensa pela posse de bola no meio de campo e foi assim que aconteceu o primeiro gol. Em uma roubada de bola, a equipe argentina tentou puxar o contra-ataque, mas parou em interceptação de Luan Peres e foi pega de surpresa: Lucas Braga foi acionado na ponta esquerda, encarou a marcação, limpou para a direita e soltou o pé para abrir o placar. Mesmo depois do gol, o Santos seguiu fazendo marcação alta para não dar espaços ao adversário, mas o San Lorenzo segurou um pouco a intensidade, começou a controlar a posse de bola e cresceu no jogo. No entanto, quando parecia que o San Lorenzo ia chegar ao empate, dois “meninos da Vila” apareceram nos minutos finais do primeiro tempo para dar mais tranquilidade ao Santos: Gabriel Pirani (meia de 18 anos) se livrou de dois marcadores no meio de campo e deu um lindo passe nas costas da defesa argentina para Marcos Leonardo (atacante de 17 anos), que acabou sendo derrubado pelo goleiro José Devecchi dentro da área. Então entrou em ação a experiência de Marinho, que se encarregou de cobrar a penalidade e não desperdiçou a chance de abrir 2 a 0 para o Santos. Precisando reagir no segundo tempo, o San Lorenzo se lançou ao ataque e conseguiu acuar a equipe brasileira no campo de defesa. Mesmo tendo corrido alguns riscos nos contra-ataques, o San Lorenzo criou boas chances de balançar as redes, até que, aos 27 minutos, conseguiu o gol: Nicolás Fernández fez cruzamento da direita e a bola atravessou a área santista até chegar em Angel Romero, que matou no peito antes de mandar pro fundo da rede. E a equipe argentina quase chegou ao empate poucos minutos depois, mas João Paulo salvou o Santos em um primeiro momento e, na sobra, Óscar Romero (ex-Corinthians) mandou pra fora. Só então Ariel Holan resolveu mexer na equipe, colocando mais dois garotos das categorias de base e, também, Yeferson Soteldo. As mudanças logo surtiram efeito, o Santos voltou a crescer no jogo com as jogadas individuais do camisa 10 venezuelano. Foi com ele, inclusive, que nasceu o terceiro gol santista: em contra-ataque, Soteldo carregou pelo meio e abriu para a descida de Madson, que obrigou o goleiro argentino, em forte chute cruzado, a rebater para o meio da área, onde Ângelo apareceu para empurrar pra rede. Mais do que a tranquilidade de poder até perder por 1 a 0 no Brasil, na partida de volta, o gol de Ângelo pulverizou o recorde de jogador brasileiro mais jovem a marcar na Libertadores, que havia sido quebrado recentemente por um companheiro de equipe. O recorde, que era de Rodrygo (ex-Santos, que agora defende o Real Madrid), foi quebrado na segunda fase desta eliminatória para a fase de grupos, diante do Deportivo Lara, pelo zagueiro Kaiky Melo, que marcou aos 17 anos, 1 mês e 25 dias de vida. Mais uma vez, porém, o recorde foi quebrado por um jogador do Peixe: Ângelo balançou as redes por uma Libertadores com 16 anos, 3 meses e 17 dias de vida e se tornou, com sobra, o jogador mais jovem a marcar na competição continental. Agora, dois dos cinco jogadores mais jovem a terem balançado as redes na Libertadores são do Santos (os outros são Juan Cárdenas, do Racing; Julio Enciso, do Libertad; e Juan Madruñero, do Barcelona de Guayaquil).
Independiante del Valle x Grêmio é adiado para sexta-feira (09)
Outro time brasileiro que luta por uma vaga na fase de grupos da Libertadores é o Grêmio, que passou com tranquilidade pelo Ayacucho na segunda fase eliminatória. Agora, porém, o Grêmio vai ter de superar uma das equipes mais qualificadas da América do Sul na atualidade: o Independiente del Valle. Para piorar, um surto de Covid no elenco gremista, que havia começado com o técnico Renato Portaluppi (que sequer viajou com a delegação para o Equador), pode colocar a classificação em risco. Além do técnico, o goleiro Paulo Victor, os zagueiros Paulo Miranda e Vanderson, e até o preparador físico, Reverson Pimentel, foram cortados da partida por testarem positivo para a Covid. Por conta disso, o Grêmio não pôde circular no Equador e tampouco treinar. Dessa forma, a partida foi mandada para o Paraguai (não mais na casa do Independiente, no Equador) e remarcada para a sexta-feira (09), às 19:15 (horário de Brasília).