Após o empate por 1 a 1 com o Vasco, nesta terça (30), o técnico do Fluminense, Roger Machado, analisou o clássico e falou sobre a busca por reforços.
Cano e Fred, artilheiro tricolor, marcaram os gols do jogo disputado no estádio Raulino de Oliveira, em Volta Redonda, pela 7ª rodada do Carioca.
Com o empate, o Flu sobe para o quarto lugar, com 10 pontos. No entanto, Madureira e Botafogo, que se enfrentam hoje, e também o Resende, que pega a Portuguesa-RJ amanhã, podem ultrapassá-lo na tabela.
O próximo compromisso tricolor será contra o Macaé, na terça que vem, às 21h35. Falta definir o local do jogo.
O Vasco, por sua vez, encara o Bangu no sábado (3), às 21h05, novamente no Raulino de Oliveira. O Cruz-Maltino está em oitavo lugar.
Ainda nesta rodada, porém, o Fluminense pode ser ultrapassado por . O Vasco também pode ser superado por Boavista ou Nova Iguaçu.
A seguir, os principais trechos da entrevista coletiva do técnico do Fluminense, Roger Machado:
Análise dos erros do Fluminense no clássico
“Vejo que foi um primeiro tempo equilibrado, os números mostram. No momento que tomamos o gol, talvez estivéssemos num melhor momento na partida. Porém, a gente tava se equivocando em algumas tentativas de saída pelo centro do campo. O Vasco tava fazendo uma pressão nos nossos laterais quando a bola chegava, e a gente em alguns momentos não conseguia construir, devolvendo a bola para o Vasco nos contra-atacar. Com as alternativas de intervalo, com a mexida, colocando o Biel (Gabriel Teixeira) no time, o objetivo era ter uma vitória pessoal pelo lado, levar o nosso time à frente pela velocidade, como aconteceu no segundo tempo. Controlamos o jogo a partir do momento que fizemos o gol.”
“O final do jogo teve uma características muito parecida com o último jogo que fizemos, em que ao retomar a bola no ataque não finalizávamos a jogada e sofríamos o contra-ataque, muitas vezes em inferioridade numérica. O que a gente precisa corrigir é buscar o equilíbrio defensivo na hora que estamos atacando. Ou pela troca de sistema, ou pela alteração de característica de alguns jogadores, mas o que eu vejo, sobretudo nos momentos mais contundentes que nós estamos quase dentro da área adversária, é que estamos um pouco desprotegidos pelo número de jogadores que nós colocamos à frente da linha da bola. Esse é um equilíbrio que vai precisar ser buscado a partir desse momento.”
Problemas na pressão de saída de bola adversária
“A gente precisa definir melhor quais serão esses gatilhos de pressão. Ou eles serão pela bola ruim, bola mais longa, passes trocados mais longos entre os zagueiros, ou quando ele entrar em corredor lateral. Mas, sobretudo, a gente precisa compactar mais o time no sentido do gol adversário, quando estamos pressionando dentro do campo e escolher o melhor momento de pressionar.”
“Muitas vezes o que aconteceu nessas ocasiões que o Vasco conseguiu sair foi justamente que a gente descolou nossos dois atacantes da linha defensiva para pressionar, só que não escolhemos o melhor momento e subimos com poucos jogadores para dentro do campo. À medida que você vá pressionar o adversário, a pressão tem que ser feita e não pode ser interrompida. Às vezes, quando você afrouxa um pouquinho a pressão dentro do campo de ataque e tá com seis, sete jogadores pressionando, se o adversário conseguir sair, a grande chance dele atacar a sua linha aumenta, porque sobrepôs seis ou sete jogadores da linha de pressão.”
“Então, é trabalhar melhor esses momentos, esses gatilhos. Ou bola no corredor lateral ou bola ruim, bola longa, ou bola em determinado jogador que a gente identifique que possa ser pressionado e que vá ter um pouco de dificuldade. Isso alterna de jogo para jogo, dependendo da característica do adversário. Mas, sobretudo, é a gente compactar melhor no sentido vertical e horizontal do campo, para termos mais jogadores no setor onde a bola tá e, por consequência, mais chance de roubar.”
Parecendo briga de rua
“A forma como a gente ataca determina a forma como a gente defende. Se eu já tenho dois jogadores à frente, um meia-atacante, tenho um dos volantes que passam da linha da bola e se eu tiver os dois laterais em amplitude completa, ao mesmo tempo, automaticamente eu vou ter três ou quatro jogadores para as transições. É muito pouco. Não vou conseguir pressionar o adversário de frente e vou acabar correndo na direção do meu gol quando da perda dessa bola.”
“Vou ter que encontrar esse equilíbrio, ou pela troca do sistema ou pela troca da característica de algum jogador, para que a gente consiga atacar com um volume bom de jogadores, consiga continuar criando as oportunidades, mas não sofra contra-ataques como nós estamos sofrendo. Estamos parecendo que estamos fazendo uma briga de rua, e não podemos ceder para o adversário tantos espaços como estamos deixando. Não vai ser a todo momento que o adversário não vai ter êxito num contra-ataque com maior número de jogadores.”
Decisões erradas dos jovens
“Com a mexida, sobretudo de Biel, Kayky e John, que são jogadores mais jovens, eles levam para dentro de campo toda a espontaneidade, irreverência e vitalidade, mas também levam naturalmente a ansiedade da juventude. Por vezes, tomam decisões equivocadas. No momento do drible, às vezes dá um passe. No momento do passe, às vezes dá um chuta. E, no momento do chute, às vezes dá uma segura a bola, quando deveria finalizar.”
“É importante darmos rodagem a esses jogadores para eles irem identificando esses momentos. O que eu salientei, por exemplo, numa jogada que o Kayky jogou na frente do zagueiro do Vasco e ainda tentou mais um drible em diagonal. Finaliza a jogada. Permita que possa haver nem que seja um rebote do goleiro e que na sequência da jogada um outro jogador possa terminar. Ou que, pelo menos, ao errar a finalização, você dê um tiro de meta ao adversário, mas não dá um contra-ataque.”
“Essas decisões só a maturidade vai dar, com uns ajustes táticos específicos, mas há algo, sim, a corrigir. Na menor oportunidade que eu tenha de finalizar a jogada, eu tenho que acabar com a jogada, finalizar a jogada. Não adianta ficar muito tempo com a bola, se você não finaliza no alvo do adversário. A posse de bola é meio. Não pode ser fim para nada.”
Reforços
“A gente tem feito duas a três reuniões por semana. Não são tão fáceis as questões de acerto e de prospecções de jogadores no mercado. Já estamos com jogadores mapeados e [estamos] discutindo algumas questões, e algumas delas em um estágio relativamente avançado, esperando resposta concreta.”
“O fato é que o mercado está muito agitado. A gente procura pontualmente algumas posições, para elevar o nível do nosso time, do nosso elenco. O que posso dizer de concreto é que nós estamos trabalhando muito para definir algumas questões, para que os reforços cheguem e nós tenhamos esse tempo hábil para trabalhar os jogadores, para encorpar o grupo para o campeonato estadual e também para a Libertadores que se inicia daqui a pouco.”