Em meio às partidas de ida e volta das quartas de final da Liga dos Campeões, Real Madrid tem clássico decisivo com o Barcelona pelo Campeonato Espanhol
Com a paralisação das competições europeias de clubes para a chamada data FIFA (período no qual os jogadores vão defender suas nações dentro de campo), o técnico do Real Madrid, Zinédine Zidane, teve tempo para observar alguns atletas com mais atenção e preparar a melhor estratégia para terminar a temporada 2020/21 com algum título. Neste momento, a situação da equipe da capital espanhola está longe de ser simples. Isso porque os merengues foram eliminados pelo Athetic Bilbao na Supercopa da Espanha e, logo na partida seguinte, perdeu para um time da terceira divisão espanhola em partida única, válida pela fase de 1/16 avos de final da Copa da Espanha. Com isso, restou ao Real Madrid “apenas” o Campeonato Espanhol (La Liga) e a Liga dos Campeões para esta temporada. No entanto, a equipe de Zidane é apenas a terceira colocada em La Liga, estando dois pontos atrás do Barcelona (2º colocado) e seis atrás do Atlético de Madrid, faltando dez rodadas para o fim da competição (ou seja, 30 pontos para serem disputados). É verdade que alguns pontos podem ser recuperados no clássico com o Barcelona, pela 30ª rodada, que está marcado para acontecer no dia 10 do próximo mês. Além disso, o Barcelona ainda vai jogar contra o Atlético de Madrid e pode tirar pontos do líder, dando ainda mais possibilidade de recuperação para o Real. O problema é que, para conseguir tirar os seis pontos de vantagem do Atlético, o Real vai precisar manter um nível de rendimento que só alcançou nos últimos jogos antes da paralisação para a data FIFA. A equipe merengue vem de oito vitórias e dois empates nos últimos dez jogos que disputou, mas a distância em relação ao líder caiu apenas em três pontos desde então (de 9 para 6), e bastou os dois empates para o Barcelona, que venceu 12 das últimas 13 rodadas que disputou, assumir a vice-liderança do campeonato. Sendo assim, nota-se a dificuldade em tirar a distância em relação aos concorrentes ao longo das rodadas. Qualquer mínimo tropeço serve para o adversário abrir vantagem. Para piorar, o confronto direto com o Barcelona no próximo dia 10 vai ser exatamente entre as partidas de ida e volta das quartas de final da Liga dos Campeões, marcadas para os dias seis e catorze de março. Mesmo assim, a expectativa é de que o Real Madrid vá com força total em todos os jogos, deixando o desgaste de seus principais atletas de lado em um primeiro momento, com exceção, é claro, de Eden Hazard e alguns outros atletas propensos a lesão. Neste caso, a prioridade deve ser a Liga dos Campeões, onde a equipe costuma ter mais forças e, também, onde a equipe parece ter mais chances no momento. Mesmo em se tratando de um confronto que reedita a decisão da Liga dos Campeões de 2017/18, o Real Madrid espera, assim como naquela oportunidade, sair de campo vitorioso. Vale lembrar que os merengues são, de longe, os maiores vencedores da Liga dos Campeões, com praticamente o dobro de títulos do próprio Liverpool (13 a 6), que vem logo atrás do segundo maior vencedor, o Milan, com sete conquistas.
Qual o futuro do Real Madrid?
Já foi falado diversas vezes neste blog, e não é novidade para ninguém, que o Real Madrid está passando por problemas desde a saída de Cristiano Ronaldo, o qual, agora, está sendo cogitado para voltar ao time da capital espanhola. Era tudo o que o técnico Zinédine Zidane, tricampeão europeu com o português, queria para o seu time. No entanto, a realidade na atual temporada é outra. Aquele que era para ser o substituto natural de Ronaldo, o habilidoso (e mais jovem) Eden Hazard, não desencatou na Espanha. O atacante belga ficou mais vezes fora de combate do que jogou, por conta das lesões recorrentes, e não consegue apresentar a capacidade de decisão de seu antecessor quando está em campo. Para se ter uma ideia, Hazard marcou apenas quatro gols nos 36 jogos que disputou desde que chegou ao Real Madrid (média de um gol a cada nove partidas), no início da temporada passada, enquanto, em sua última temporada pelo Chelsea, na temporada 2018/19, balançou as redes 21 vezes em 52 partidas (média de um gol em menos de três partidas). Com isso, a responsabilidade de decisão dos jogos passa para Karim Benzema, que está sendo considerado o salvador do Real Madrid já há algum tempo. O atacante francês marcou 23 gols em 32 partidas que disputou na atual temporada e ostenta a excelente marca de 0,71 gols por partida. O problema é que dois jogadores ainda muito jovens e sem rodagem por outras equipes acabam sendo sobrecarregados pela tarefa de criar algo diferente. Principalmente Vinícius Júnior, que costuma ser mais utilizado por Zidane, mas também Rodrygo, oscilam entre lampejos e apagões, e sofrem com a forte pressão da torcida e da imprensa madrilenha. O lateral-esquerdo Marcelo, que era unanimidade e um dos principais abastecedores de Cristiano Ronaldo em outras temporadas, agora já não serve mais e dificilmente vai permanecer na Espanha para a próxima temporada. Sendo assim, resta a Zidane apostar nos lampejos de Marco Asensio, que é mais aceito do que os brasileiros no campo de ataque, a experiência e a qualidade de Karim Benzema, e a segurança defensiva que a equipe apresenta quando conta com Sergio Ramos. O zagueiro de 35 anos vem tendo problemas de lesão nas últimas temporadas, perdeu a última partida do Real Madrid antes da paralisação, mas deve retornar ao time até o confronto com o Liverpool e é um jogador sempre muito decisivo. No entanto, a grande força do Real Madrid está no meio de campo, onde o time de Zidane costuma controlar o jogo e criar suas melhores oportunidades. É através das chegadas de Modric e Kroos, e, mais recentemente, de Fede Valverde, que o Real consegue espaço para infiltrar pelo meio ou achar espaço nas laterais. Um pouco mais atrás, mas à frente da zaga, Casemiro dá a segurança que a equipe merengue precisa para se lançar ao ataque e fazer a blitz em busca do gol.