No programa Bem, Amigos! desta segunda (14), o narrador Galvão Bueno e o comentarista Walter Casagrande criticaram fortemente todos os movimentos que começam a haver para uma prematura volta do esporte, ainda em meio à grave crise mundial pelo novo coronavírus (COVID-19).
“Não se pode conversar nada no Brasil [sobre retorno do futebol] se não tiver como referência as mortes que estão aumentando a cada dia. As mortes aumentaram de ontem para hoje. Aí o cara [jogador]: ‘Vamos treinar amanhã’. Pra mim é um contrassenso completo”, opinou Casão, logo na sua primeira participação na mesa redonda do canal SporTV.
O comentarista havia sido perguntado sobre como ele enxergava os times da Alemanha que aos poucos já começaram a voltar a treinar.
Sobrou críticas até para o chefe do UFC
Galvão concordou com o colega e demonstrou incredulidade com a ideia do todo poderoso dirigente do UFC, Dana White, de fazer uma edição da organização de MMA, com todo o caos mundial pela pandemia.
“Tô fechado com o Casa. Eu saí barbarizado, horrorizado do programa da última segunda-feira quando soube que nós íamos ter luta de MMA. O Dana White tá com a cabeça onde? Disse que vai pegar uma ilha que é dele e levar lutadores de avião. Isso é um absurdo. Nenhum esporte voltou e não é o momento de se pensar em voltar. O momento é de continuar essa luta mundial contra a pandemia, contra o coronavírus”, comentou.
Tanto o narrador quanto o comentarista demonstraram incômodo com declarações do presidente da Federação Paulista de Futebol, Reinaldo Carneiro Bastos, garantindo que o Campeonato Paulista deste ano vai voltar e terá um fim dentro de campo.
“O presidente da Federação Paulista disse ‘vamos decidir em campo’. Mas como é que pode afirmar isso? Quando vai poder ter jogo de novo? Não é o momento para se pensar nisso”, observou Galvão.
Casão vê reuniões entre cartolas desnecessárias
Casagrande discorda até de reuniões, como a Federação Paulista pretende fazer nesta semana, e como a CBF vem promovendo virtualmente com dirigentes, já que na visão do comentarista eles não são os especialistas que devem falar neste momento, mas sim os profissionais de saúde do país.
“As discussões deveriam começar a partir do ponto que as mortes começarem a diminuir… Sabe quem vai apresentar cenários? Infectologistas, médicos, eles é que são especialistas e sabem o que está acontecendo. Se eles falam: ‘Gente, fica isolado, aumentaram as mortes de ontem para hoje, contágio aumentou em São Paulo, Rio, aumentaram as mortes no Brasil’, essas são as informações que interessam, esses são os especialistas que devem ser ouvidos. Presidente de clube vai falar o quê?”, questionou Casão.
“É bravata. Ninguém pode afirmar nada nesse momento”, definiu Galvão.