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Dois gigantes que podem surpreender na Champions League  

Paris Saint-Germain e Barcelona são dois grandes clubes do futebol mundial que podem surpreender na nova edição da Champions League. A Uefa sorteia os grupos da Champions nesta quinta-feira (25). 

O PSG ainda não possui um título da competição para se vangloriar. O seu melhor resultado na competição foi uma vice na temporada 2019-20. Com o time que foi montado nos últimos anos, desde a contratação de Neymar, ser campeão europeu é a principal ambição do clube na sua história.

Já o Barcelona possui cinco títulos da Champions, mas o clube vem sem resultados expressivos nas últimas temporadas e tem buscado reconstruir a equipe para retornar aos tempos de glória. 

Paris Saint-Germain

em destaque os craques do psg neymar e messi se cumprimentam durante jogo
Neymar e Messi, companheiros desde o Barcelona, atualmente a serviço do PSG, que ainda tem a estrela francesa Mbappé (Divulgação/Uefa Champions League)

O time de Paris já estabeleceu um padrão alto para a temporada 2022-23, muito foi mostrado depois de uma vitória por 7 a 1 sobre o Lille, seguida de grandes vitórias sobre Clermont Foot 63 e Montpellier HSC. Kylian Mbappe abriu o placar em 10 segundos no Stade Pierre Mauroy no domingo (21), antes de Lionel Messi, Achraf Hakimi e Neymar marcarem seus gols. O francês ainda fechou a partida com dois gols e fez seu hat-trick.

Mbappé recebeu passe de Messi para abrir o placar, mas foi Neymar quem foi o rei das assistências na partida e completou três, incluindo duas para gols do super astro francês, além de seus dois gols na última partida de uma série de ótimas atuações. O desempenho coletivo do ataque do PSG vem sendo realmente impressionante nas partidas iniciais dessa temporada e gera muita expectativa em todos para a atual UEFA Champions League.

“Estamos muito felizes e nos divertimos muito. Não estou feliz com o gol que sofremos, mas o mais importante foi vencer. Jogamos muito bem e produzimos um futebol excelente. Fomos ótimos no ataque e mostramos que somos muito bons no topo e no todo o time mostrou grandes coisas e que temos jogadores excelentes. Estamos trabalhando bem e isso mostra em campo que estamos muito felizes.”  Disse o goleiro Gianluigi Donnarumma.

Pensar em quão imparáveis os parisienses podem ser se eles se concentrassem em seu futebol tem sido bastante comum nos últimos anos, mas a equipe da capital francesa realmente colocou sua casa em ordem desde que Galtier assumiu o cargo de treinador com o consultor esportivo Luis Campos. De repente, o que era um time letárgico sob Mauricio Pochettino encontrou um novo propósito com o ataque repleto de estrelas.

É como se os acontecimentos dos últimos meses sobre Mbappé optar por estender seu contrato no Parc des Princes em vez de se juntar ao Real Madrid e a realização de pequenas alterações na equipe, como adicionar Vitinha ao meio-campo, tivessem revigorado o PSG como coletivo. Seja devido à Copa do Mundo da FIFA ou não, os jogadores parecem querer alcançar coisas e não apenas viver a boa vida que eles desfrutaram um pouco demais nos últimos anos.

Paris encontrando essa força tão cedo na temporada levanta a possibilidade de um novo e significativo recorde que ainda não foi aproveitado por este time, uma temporada invicta. Isso poderia ser possível na era Laurent Blanc e talvez também nos anos de Thomas Tuchel, nas passagens de Unai Emery e Mauricio Pochettino nunca mostrou ter base para esse tipo de supremacia, apesar das impressionantes atuações individuais na UEFA Champions League, que indicavam brilhantismo.

A Champions será o teste final para essa revolução atual do PSG, mas os primeiros sinais são de que é significativo e talvez o mais convincente time já montado até agora. Se Mbappé e Neymar deixaram definitivamente suas tensões para trás, como sugere o resultado do último jogo, Galtier ainda pode minimizar sua relativa inexperiência na Europa e tornar esse time uma grande força no continente.

Barcelona

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Goleador polonês Robert Lewandowski em ação pelo Barcelona, no Camp Nou (Divulgação/FC Barcelona )

Uma das grandes novidades do futebol europeu nessa temporada foi o incrível ressurgimento do Barcelona como uma superpotência no mercado de transferências. A equipe contratou Robert Lewandowski do Bayern de Munique, Raphinha do Leeds United e Jules Kounde do Sevilla por valores consideráveis, enquanto Franck Kessie e Andreas Christensen chegaram de graça do AC Milan e Chelsea, respectivamente. Todos os cinco fizeram check-in no Camp Nou como parte da revolução do Barça com o novo quinteto de estrelas.

Essas contratações levaram a uma grande reformulação do elenco que ainda não está completa, já que Kounde continua sem ser registrado e serão necessários aproximadamente $20 milhões para o Blaugrana resolver essa situação para que o jogador francês possa entrar em campo. O Barcelona tentou seguir em frente com nomes como Frenkie de Jong, Memphis Depay, Samuel Umtiti e agora Pierre-Emerick Aubameyang, mas sem muito sucesso e com as novas contratações, esses jogadores tem futuro indefinido no clube. 

As partidas iniciais da equipe na temporada mostraram que o Barça pode e provavelmente irá jogar um bom futebol de forma regular. Apesar de começar a temporada com um empate em 0 a 0 contra o Rayo Vallecano, os jogadores de Xavi são claramente capazes de performances melhores e podem impressionar. No domingo (21) o time fez ótima exibição e saiu com uma vitória marcando 4 gols fora de casa contra o Real Sociedad.

Mas não bastam grandes atuações para trazer o time de volta à disputa pelo título espanhol e uma boa campanha na Liga dos Campeões. A nova realidade para o clube é que agora eles precisam recuperar sua glória na Espanha e depois pensar em conquistar o continente para evitar falsas expectativas.

Colocados em dificuldades pelo mandato anterior do ex-presidente Josep Bartomeu, os 26 vezes campeões espanhóis estão buscando um retorno aos dias de glória de sua geração de ouro sob o comando do atual presidente Joan Laporta. Ao contrário da era de Lionel Messi, Xavi, Andrés Iniesta, Sergio Busquets, Gerard Piqué, Carles Puyol e Victor Valdés, há menos foco no crescimento orgânico de dentro da famosa academia La Masia e mais ênfase em uma estratégia de solução mais rápida no mercado de transferências.

Há uma representação local simbólica do espírito Catalão dentro do elenco atual mostrada por Ansu Fati, enquanto Eric Garcia é um jogador da La Masia que acabou surgindo somente com o Manchester City. No entanto, as principais pontes com o passado glorioso do Barça são dadas pelo atual técnico Xavi e pelos veteranos Piqué e Busquets desde que Messi se mudou para o Paris Saint-Germain por causa de dificuldades financeiras anteriores.

O Barça é um time que pode conquistar mais do que se espera, os atuais contratados podem resolver jogos de forma individual e consequentemente elevar o nível da equipe diante de adversários mais sólidos e consistentes na disputa pela UEFA Champions League. Os Culés podem ver seu time disputar cada troféu com muitas ambições, mas sem muito foco em grandes conquistas, o time precisa mostrar bons resultados, sem essa pressão a equipe pode ser mais criativa e encarar seus futuros desafios de forma mais leve, podendo assim trazer bons momentos e até mesmo voltar a ganhar títulos nessa temporada.

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