San-São na Vila Belmiro é crucial na briga pelas primeiras colocações.
Depois de uma rodada bastante movimentada neste meio de semana, com incríveis 27 gols nas 10 partidas válidas pela 9ª rodada, o Campeonato Brasileiro retorna já neste sábado (12), com 2 grandes clássicos. Primeiro, às 16h30, na Arena da Baixada, o campeão paranaense (Athletico) recebe em seu estádio o Coritiba, para uma partida que vale muito, pois ambos precisam da vitória para deixar a zona de rebaixamento. Um pouco mais tarde, às 19 horas, é a vez do Santos receber o São Paulo na Vila Belmiro para um dos maiores clássicos do Brasil. É uma partida que envolve praticamente tudo aquilo que um fã de futebol espera em um jogo: duas equipes historicamente vencedoras, com grande rivalidade envolvida, além de dois técnicos que gostam de jogar pra frente e, mais do que ganhar, procuram apresentar um bom futebol aos telespectadores. Vale lembrar ainda que o São Paulo, atualmente na 3ª colocação da tabela, com 17 pontos (3 atrás do líder), já se estabeleceu entre um dos candidatos ao título. É verdade que o trabalho de Fernando Diniz ainda é bastante questionado, principalmente por conta da eliminação precoce no Campeonato Paulista, mas o treinador não teve medo de fazer mudanças na sua equipe principal e, assim, tem encontrado a melhor escalação. Na última partida, o São Paulo passou sufoco para apenas empatar com o RB Bragantino em pleno Morumbi. Portanto, trata-se de uma equipe que ainda é muito inconstante, mas que já está entre as melhores e tem boas chances de fazer um campeonato em alto nível. “Estamos trabalhando, focados para conseguir grandes objetivos. Todos correndo um pelo outro” comentou o recém-chegado Luciano, que já balançou as redes 4 vezes em apenas 7 partidas com o tricolor paulista. Uma vitória neste clássico com o Santos é importante não só por conta da moral que ganha o elenco, mas porque o São Paulo se manteria muito próximo da liderança.
A importância de Cuca e Marinho para o Santos
O Santos, por sua vez, que agora ocupa a 7ª posição da tabela, com 14 pontos em 9 partidas, ainda não conseguiu se estabelecer na busca pelo título, mas vale lembrar que se trata do atual vice-campeão brasileiro. Além disso, o técnico Cuca parece ter conseguido colocar a equipe praiana novamente no eixo, depois que o Peixe passou por maus bocados com a saída de Jorge Sampaoli do comando técnico. A vitória por 3 a 1 sobre o Atlético Mineiro na última rodada, equipe que Sampaoli atualmente comanda, também serve como motivação para os “meninos da vila”. É verdade que muito dessa mudança tem início com a chegada de Cuca, mas não há como deixar de lado aquilo que Marinho tem apresentado, tanto dentro de campo como fora dele. O atacante de 30 anos sofreu com lesões que o deixaram de fora de algumas partidas no ano passado e até chegou a chorar por ter sofrido racismo neste ano, mas o jogador superou todas as adversidades e tem se mostrado decisivo para a equipe, aparecendo como um dos maiores marcadores do Brasileirão, atualmente com 6 gols marcados. Como se não bastasse seu poder de decisão dentro de campo, Marinho também acabou assumindo um papel de liderança dentro do elenco e vem servindo como exemplo até para alguns jogadores mais experientes, que não tem mostrado a mesma dedicação. No entanto, os mais beneficiados com a experiência e dedicação do atacante, evidentemente, são os “meninos da vila”, aqueles jogadores que ainda estão se adaptando ao futebol profissional. Para confirmar a informação, Arthur Gomes, de 22 anos, afirmou em entrevista à Gazeta Esportiva que Marinho conversa bastante com ele para que não perca a confiança. “Ontem (dia 10) eu pude fazer o gol e ele (Marinho) me falou: ‘mano, eu nem queria fazer o gol. Só de ver você fazer o gol para mim foi sensacional. Sei da desconfiança sobre você, mas aqui você tem uma família. Conta com a gente’” revelou Arthur Gomes.
Athletiba sob pressão
Em Curitiba, na Arena da Baixada, os finalistas do Campeonato Paranaense (Athletico e Coritiba) se enfrentam pela primeira vez no Campeonato Brasileiro desde 2017, quando o alviverde acabou rebaixado. Agora, em 2020, até esta 10ª rodada, que se inicia neste sábado, com este clássico paranaense, Athletico (17º) e Coritiba (18º) lutam para deixar a zona de rebaixamento. Ambos somam 8 pontos em 9 partidas disputadas, mas o Furacão está na frente por ter um melhor saldo de gols (7 gols marcados e 10 sofridos, contra 7 marcados e 11 sofridos do Coxa). Trata-se de duas equipes qualificadas, mas que ainda não conseguiram encontrar o seu melhor equilíbrio neste início de campeonato. O Athletico caiu muito de rendimento após a saída de Dorival Júnior, primeiro sendo afastado por ter sido diagnosticado com Covid-19, depois por ter sido demitido em razão dos resultados ruins de seus auxiliares (que tiveram de assumir o comando em seu lugar). O Coritiba, por sua vez, está em ascensão. A equipe alviverde mostrou boa evolução nas últimas rodadas, após um início bastante conturbado com Eduardo Barroca como técnico. Sob o comando de Jorginho, o Coritiba computa 2 empates, 1 vitória e 1 derrota (diante do Atlético Mineiro). Sendo assim, a expectativa é de que o clássico seja bastante movimentado, com o rubro-negro tomando a iniciativa ofensiva da partida, certamente, mas com o Coritiba respondendo bem nos contra-ataques. Ou seja, algo parecido com o que aconteceu na final do estadual, quando o Athletico Paranaense, virando o placar da decisão em pleno Couto Pereira (com 2 gols nos acréscimos do segundo tempo), faturou o título.