Na última terça-feira (6), a partida entre Santos e Athletico Paranaense, disputada na Vila Belmiro, abriu a décima rodada do Campeonato Brasileiro. Voltando a atuar em seus domínios, o Peixe esperava voltar a vencer para acabar com a seca de dois jogos e, o mais importante, saltar de volta para o G-6 (a zona de classificação para a próxima Copa Libertadores da América). Do outro lado, porém, o Athletico estava em busca dos três pontos para passar o RB Bragantino na tabela de classificação e, assim, assumir a liderança do Brasileirão. Como tem uma partida atrasada para fazer (contra o Flamengo, na Arena da Baixada, válida pela 4ª rodada), o Furacão ultrapassaria o RB (em caso de vitória na Vila), alcançando o mesmo número de jogos do adversário (9), que ainda vai entrar em campo nesta 10ª rodada. Além de tudo isso, o Athletico chegou para o confronto embalado por duas vitórias consecutivas (incluindo a goleada de 4 a 1 sobre o Fluminense), e o Santos estava há exatas duas partidas sem conseguir vencer. Como se todos estes fatores não fossem peso suficiente para os comandados de Fernando Diniz, ainda havia a ausência de jogadores importantes (Kaio Jorge, Alison e Luan Peres, que recentemente foi negociado com o Olympique de Marseille), além do próprio técnico, que estava cumprindo suspensão e teve de ser substituído pelo auxiliar Eduardo Zuma. O auxiliar, no entanto, ousou ao aproveitar o momento para testar Madson na lateral-direita (na vaga de Pará) e Moraes na lateral-esquerda (substituindo Felipe Jonatan) e minimizou os desfalques após a vitória por 2 a 1, afirmando: “o Santos tem uma magia”.
A vitória gigante pelo retorno à luta por vaga na próxima Libertadores:
Dá para entender as palavras do auxiliar-técnico de Fernando Diniz quando pensamos em todos os problemas que a equipe da Baixada Santista enfrenta, que começam com a crise financeira que tenta abalar as estruturas do clube da Vila mais famosa do mundo. Nesta terça (06), o Santos estava diante de um Athletico muito bem estruturado, que se reformulou sob as ordens do presidente Mario Celso Petraglia, na última década, e colhe os frutos de todo o planejamento e seriedade administrativa. O Furacão passou por dificuldades depois de conquistar a Copa Sul-Americana em 2019 e ver grande parte do elenco deixar Curitiba (incluindo o técnico Tiago Nunes, que acabou se transferindo ao Corinthians e recentemente foi demitido do Grêmio). Mesmo assim, o clube paranaense não demorou para reformular o elenco, entre medalhões, contratações e, inclusive, algumas estrelas das categorias de base (como é o caso do lateral-esquerdo Abner Vinícius, de 21 anos, e o meia Christian, de 20 anos). Todo esse planejamento rende ao Athletico, neste momento, a luta direta pelo topo da tabela de classificação da Série A do Campeonato Brasileiro, além de uma vaga nas oitavas de final da atual Copa Sul-Americana e a chance iminente da quarta conquista consecutiva do Campeonato Paranaense (que está na fase de semifinal neste momento, com o principal rival do Athletico, o Coritiba, já eliminado). Sob os comandos do português de apenas 38 anos, António José Cardoso de Oliveira (que passou pelo Santos no início do ano passado, como auxiliar de Jesualdo Ferreira), o Athletico Paranaense almeja conquistar coisas importantes nesta temporada. No entanto, na partida contra o Santos, válida pela 10ª rodada do Brasileirão, o Furacão perdeu a chance de assumir o topo da tabela. A tal magia santista acabou falando mais alto. Em um confronto bastante equilibrado, o Peixe conseguiu ter maior força ofensiva e saiu na frente do placar depois que o goleiro Santos deu rebote em chute forte, de fora da área, de Marinho, e Madson aproveitou para deixar Marcos Guilherme na cara do gol. O sistema de António Oliveira, com três zagueiros, não funcionou da maneira que ele esperava e, apesar de o Athletico ter conseguido o empate com Fernando Canesin nos acréscimos do primeiro tempo, completando cruzamento de Vitinho (outro atleta revelado pelo Furacão), levou outro gol no segundo tempo e não conseguiu evitar a derrota. O jogo esquentou na etapa complementar, mas o Santos conseguiu ser mais presente no setor ofensivo e conseguiu a vitória em gol contra de Zé Ivaldo, que tentava cortar cruzamento de Gabriel Pirani. Com o resultado, o Santos alcançou 15 pontos em 10 rodadas e assumiu a 6ª posição temporária da tabela (a última que garante vaga na fase classificatória da Libertadores). Já o Athletico Paranaense se manteve estacionado nos 19 pontos, agora com 9 rodadas jogadas, e segue dois pontos atrás do líder.
Próximos jogos:
Na próxima rodada, que acontece já no próximo sábado (10), o Santos vai enfrentar o Palmeiras no Allianz Parque. Para o confronto, além do retorno do técnico Fernando Diniz, o Peixe também deve contar com os retornos de Kaio Jorge, Felipe Jonatan e, possivelmente, Alison, que se recupera de lesão no joelho sofrida no empate por 2 a 2 com o Grêmio, no dia 24 de junho. No entanto, o que mais preocupa os santistas certamente é o sistema defensivo, uma vez que o zagueiro mais experiente, Luiz Felipe, está suspenso e a dupla de zaga deve ser formada por Kaiky, de apenas 17 anos, e Danilo Boza, de 23 anos, que fez apenas 3 partidas pelo Santos. Do outro lado, com Dudu inscrito no BID, o Palmeiras vai ter praticamente força total no clássico, mas, antes disso, pensa na partida das 19 horas (de Brasília) desta quarta-feira (07), também em casa, contra o lanterna, Grêmio, que vai estar sob o comando de um técnico interino pela primeira vez neste Brasileirão.
Já o Athletico Paranaense, que também entra em campo, pela 11ª rodada, no próximo sábado (10), enfrenta exatamente o líder, RB Bragantino, na Arena da Baixada, em Curitiba. Antes disso, às 18 horas desta quarta-feira, o RB Bragantino enfrenta o Cuiabá no estádio Nabi Abi Chedid, em Bragança Paulista, podendo abrir boa vantagem no topo da tabela de classificação.