Equipes brasileiras vão ter duelos mais equilibrados na próxima fase
Dois dos três maiores vencedores da Libertadores do Brasil estão em dificuldade na atual edição da principal competição de clubes da América. Assim como o São Paulo, que conseguiu se classificar de forma direta para a fase de grupos, Santos e Grêmio possuem três títulos da Libertadores e são os maiores vencedores entre os times brasileiros. O Santos foi uma grande surpresa na temporada passada, tendo passado por grandes equipes da América do Sul, como o Boca Juniors (o segundo maior vencedor da Libertadores) e o próprio Grêmio, nas quartas de final, mas perdeu para o Palmeiras na decisão, com gol sofrido nos últimos minutos dos acréscimos. O tricolor gaúcho, por sua vez, apareceu nas quartas de final pelo quarto ano consecutivo e só não se garantiu na fase de grupos da atual edição da Libertadores porque não conseguiu parar o embalado Palmeiras na final da Copa do Brasil. Assim, o Fluminense herdou a vaga direta do Palmeiras por ocupar a 5ª posição do Campeonato Brasileiro e o Grêmio, que terminou na 6ª posição, ficou com uma das vagas à Pré-Libertadores, assim como o Santos, 8º colocado. Pode-se dizer que ambos tiveram confrontos tranquilos na segunda fase preliminar. O Grêmio não teve qualquer problema para passar pelo Ayacucho, do Peru, e o Santos teve um pouco mais de dificuldade diante do Deportivo Lara, da Venezuela, mas principalmente em razão da jovialidade e certa imaturidade de seu próprio elenco do que por conta da capacidade do adversário. Nesta terceira fase, porém, a situação das equipes brasileiras vai ser bastante diferente. O Grêmio já tem um adversário certo: enfrenta o Independiente del Valle, que venceu a Copa Sul-Americana em 2019 e chegou às oitavas de final na última temporada. Já o Santos vai aguardar o vencedor do confronto entre San Lorenzo e Universidad de Chile, na Argentina, que acontece nesta quarta-feira (17), às 21:30 (horário de Brasília), com transmissão ao vivo do FOX Sports em TV fechada. Equipes, estas sim, que já estão mais acostumadas com a Libertadores e possuem elencos mais capacitados para surpreender Santos e Grêmio.
Análise do Grêmio:
Depois de mais uma temporada em que o Grêmio esteve nas decisões de todas as competições que disputou, incluindo uma boa campanha no Campeonato Brasileiro, o técnico Renato Portaluppi foi mantido para sua sexta temporada à frente da equipe gaúcha. E logo na estreia do técnico na atual temporada, pela partida de ida de segunda fase da Pré-Libertadores, o Grêmio goleou o Ayacucho por 6 a 1, guiado por Diego Souza dentro de campo, atacante que foi responsável por três gols. Com o resultado conquistado, Renato Portaluppi e seus principais jogadores sequer viajaram ao Peru para fazer a partida de volta contra o Ayacucho, e, mesmo com o time repleto de garotos, o Grêmio venceu de virada, por 2 a 1. Os números do tricolor gaúcho impressionam neste início de temporada, mesmo com os principais jogadores ainda fora de ação: foram quatro vitórias nas quatro partidas disputadas, com um total de três gols sofridos e incríveis catorze marcados. Até aqui, a situação está bastante confortável para o Grêmio, mas tudo pode mudar na última fase da Pré-Libertadores. Isso porque a equipe gaúcha vai enfrentar o primeiro grande adversário da temporada: o Independiente del Valle. É verdade que a não se trata de um nome de grande peso no cenário continental. Além disso, a equipe equatoriana passa por um momento de transição com a saída do espanhol Miguel Ángel Ramírez, com destino ao outro gigante do Rio Grande do Sul, o Internacional. O Independiente del Valle também perdeu jogadores importantes, como a jovem estrela Moisés Caicedo, que se transferiu para o Brighton (da Inglaterra), e o artilheiro panamenho Gabriel Torres, que foi para o Pumas (do México). Por conta disso, a equipe ainda oscila na temporada, computando um total de três vitórias e três derrotas nas seis partidas que disputou neste ano. Ainda assim, trata-se de uma equipe que tem condições de eliminar o Grêmio, caso a equipe brasileira não entre em campo focada e em seu melhor nível de atuação. No entanto, o time brasileiro ainda ostenta o favoritismo.
Ainda incompleto e sem poder contratar, Santos ainda busca o seu melhor equilíbrio
Mesmo em meio a diversos problemas desde o ano passado, o Peixe segue entre os melhores clubes do Brasil e da América. Passando por uma grave crise financeira, que culminou no impeachment do ex-presidente José Carlos Peres em meio a disputa das oitavas de final da Libertadores em 2020. Isso sem se falar na perda de alguns jogadores que eram fundamentais sob o comando de Jorge Sampaoli no vice-campeonato brasileiro de 2019, além das saídas do seu “xerife”, Lucas Veríssimo, e do meia Diego Pituca, que cumpria uma importantíssima função jogando à frente do volante de marcação, Alison. Só que, mais uma vez, o Santos arrumou as soluções buscando jogadores nas categorias de base: Sandry já aparecia entre os titulares em 2020 e tomou conta do meio de campo nesta temporada, e o zagueiro Kaiky Melo, de apenas 17 anos, já se tornou unanimidade, principalmente depois de marcar, de cabeça, o gol que deu a vitória ao Santos na primeira partida da segunda fase preliminar da Libertadores, contra o Deportivo Lara. E não para por aí. A equipe agora comandada pelo argentino Ariel Holan não contava (e ainda não conta) com Marinho (por Covid) e com Kaio Jorge (lesionado) em seus primeiros jogos, e mostrou que já entendeu o que precisa fazer para que o Santos siga forte: apostou em Marcos Leonardo, de 17 anos, para fazer o chamado pivô (ou centroavante), e foi com o menino Ângelo, de apenas 16 anos, no lugar de Marinho. Resultado: Ângelo chamou a atenção pela capacidade no chamado “um contra um” e Marcos Leonardo foi responsável por um dos gols da primeira vitória sobre o Deportivo Lara. Dessa forma, e levando em consideração que Marinho e Kaio Jorge devem retornar em breve, pode-se dizer que o Santos vai depender apenas de si para avançar à fase de grupos, independentemente de quem seja o seu adversário na 3ª e última fase da Pré-Libertadores (Universidad de Chile ou San Lorenzo).