Caiu como uma bomba reportagem desta sexta (16) do site “ge” expondo gravações e detalhes da investigação que levaram à condenação na Itália de Robinho (recentemente contratado pelo Santos) a 9 anos de prisão por violência sexual (estupro) em grupo contra uma jovem de origem albanesa.
Robinho: “Estou rindo porque não estou nem aí, a mulher estava completamente bêbada, não sabe nem o que aconteceu… Isso [sexo oral] não significa transar.”
A extensa matéria do site do Grupo Globo – leia aqui (100% fonte para este post) revela o conteúdo das interceptações telefônicas contidas na sentença da justiça italiana que condenou Robinho e um amigo, fundamentais para o veredito do Tribunal de Milão, em novembro de 2017.
Como deixa claro o site, a condenação se deu em primeira instância. Portanto, ainda não é definitiva. Os advogados do jogador do Santos e de Ricardo Falco, o outro acusado brasileiro no crime, contestam a decisão. De acordo com o “ge”, a análise em segunda instância se dará a partir de 10 de dezembro.
Onde tudo aconteceu
Boate de Milão chamada Sio Café, na madrugada do dia 22 de janeiro de 2013.
O crime teria como envolvidos Robinho, Falco e outros quatro brasileiros (estes deixaram a Itália no decorrer da investigação).
Interrogado em abril de 2014, Robinho admitiu que manteve relação sexual com a vítima, mas, segundo ele foi uma relação consensual de sexo oral. Ele nega a acusação de estupro.
As gravações de conversas de Falco e Robinho no carro do jogador (que foram decisivas para a condenação):
Falco: “Ela se lembra da situação. Ela sabe que todos transaram com ela.”
Robinho: “O (NOME DE AMIGO 1) tenho certeza que gozou dentro dela.”
Falco: “Não acredito. Naquele dia ela não conseguia fazer nada, nem mesmo ficar em pé, ela estava realmente fora de si.”
Robinho: “Sim.”
Resposta de Robinho ao músico Jairo Chagas, que tocou na boate e o alertava sobre a investigação:
“Estou rindo porque não estou nem aí, a mulher estava completamente bêbada, não sabe nem o que aconteceu.”
“Olha, os caras estão na merda… Ainda bem que existe Deus, porque eu nem toquei aquela garota. Vi (NOME DE AMIGO 2), e os outros foderam ela, eles vão ter problemas, não eu… Lembro que os caras que pegaram ela foram (NOME DE AMIGO 1) e (NOME DE AMIGO 2)…. Eram cinco em cima dela.”
Nova conversa entre o músico e Robinho, em janeiro de 2014:
Robinho: “A polícia não pode dizer nada, eu direi que estava com você e depois fui para casa.”
Jairo: “Mas você também transou com a mulher?”
Robinho: “Não, eu tentei. (NOME DE AMIGO 1), (NOME DE AMIGO 2), (NOME DE AMIGO 3)…”
Jairo: “Eu te vi quando colocava o pênis dentro da boca dela.”
Robinho: “Isso não significa transar.”
Conversas entre Robinho e os amigos do jogador presentes na boate:
Amigo 4: “Irmão, tive dor de barriga de nervoso, eu me preocupo por você, amigo.”
Robinho: “Telefonei a (NOME DE AMIGO 3), e ele me perguntou se alguém tinha gozado dentro da mulher e se ela engravidou. Eu disse que não sabia, porque me recordo que eu e você não transamos com ela porque o seu pênis não subia, era mole… O problema é que a moça disse que (NOME DE AMIGO 1), (NOME DE AMIGO 2) e (NOME DE AMIGO 3) a pegaram com força.”
Em uma das conversas monitoradas dentro do carro de Robinho, segundo a sentença, o jogador do Santos e Ricardo Falco combinaram as respostas que dariam à Justiça. Segundo relato do “ge”, Falco comenta “nossa salvação”, referindo-se a ausência de nenhuma câmera que flagrasse eles com a jovem na boate.
Conversa telefônica entre Jairo Chagas (o músico) e uma amiga:
Desabafo da amiga: “Isso é coisa de covarde, pessoas de merda que dão realmente nojo.”
Jairo: ele responde a ela que o que aconteceu tinha nome: “se chama estupro”.
O que disse a vítima no depoimento
A vítima, de origem albanesa, disse que foi ao Sio Café em 21 de janeiro de 2013 para comemorar seu aniversário de 23 anos ao lado de duas amigas.
Robinho estava acompanhado de sua esposa e de um grupo de quatro amigos. A violência sexual teria ocorrido dentro do camarim usado pelo músico.
Ela contou que conheceu Robinho dois anos antes do crime, em 2011, em outra boate de Milão. Na oportunidade, Robinho pegou a mão dela e colocou no seu abdômen. Depois, na segunda vez em que estiveram juntos, eles dançaram numa festa, e o jogador “tentou lamber o seu seio”.
No dia da violência sexual (noite no Sio Café), a vítima disse que foi ao local convidada por um dos amigos do Robinho e que por SMS ele a informou que ela só deveria se aproximar da mesa depois que a mulher do jogador fosse embora, e foi o que aconteceu. Segundo a vítima, os brasileiros ofereceram várias bebidas alcoólicas a ela.
Por volta de 1h30 da madrugada, as duas amigas foram embora, e uma delas se comprometeu a voltar para buscá-la. Depois de dançar com os brasileiros, sem ar e tonta, e
Ela contou que foi de madrugada para uma área externa da boate – estava sem ar e tonta, após ter bebido -, quando um dos amigos de Robinho tentou beijá-la. Pouco depois, os dois foram para o camarim, onde o mesmo amigo continuou tentando beijá-la.
Ela disse se lembrar de ficar sozinha por alguns minutos e “perceber” que o mesmo amigo e Robinho estavam se “aproveitando” dela.
“Acredito que no início estivesse fazendo sexo oral em [NOME DO AMIGO 3], e Robinho aproveitava de mim de outro modo, e depois eles trocaram de papel, dali não me recordo mais nada porque me encontrei rodeada pelos rapazes, não sabia o que acontecia”, disse em depoimento a vítima.
Afirmou, ainda, que ouviu Robinho pedir ao amigo uma camisinha e que chorando depois, foi consolada por Jairo (o músico).