Em entrevista ao BandSports, o treinador do Corinthians, Tiago Nunes, queixou-se de influência política e até de interferência externa em seu trabalho, insinuando que outros técnicos estariam se oferecendo à diretoria do Timão – “mandando currículo” -, de olho no seu cargo.
“A politicagem que a gente vive no Brasil é a seguinte: eu tento destruir o que está dentro para valorizar o que está fora. Todo mundo que está fora tem a solução para o que está acontecendo dentro. Em qualquer instituição funciona dessa maneira. Os treinadores são assim, principalmente alguns que estão mandando currículo, inclusive agora aí, forçando nesse momento. Treinadores importantes. Sempre têm solução para o que está acontecendo no Corinthians”, desabafou.
Nos últimos dias, cresceram as especulações sobre um possível retorno ao clube de Mano Menezes, nome bem cotado por parte da cúpula corintiana e que atualmente está sem clube.
Em ano eleitoral, o Corinthians elegerá o sucessor de Andrés Sanchez na presidência em novembro.
“Sem dúvida que há um ambiente político. A diretoria tem tentado ao máximo nos blindar e nos deixar à margem disso aí, mas, por exemplo, quando em tempos normais a torcida do Corinthians bateu em fevereiro no portão do clube? É engraçado isso, né? É estranho. ‘Ah, por que perdeu a Pré-Libertadores para o Guarani’. Pode ser, é um catalisador isso aí, mas a gente sabe também que tem muito interesse político”, reclamou Tiago Nunes, fazendo referência ao protesto ocorrido em 26 de fevereiro, quando torcidas organizadas foram à porta do CT Joaquim Grava, cobrando a diretoria, jogadores e também o próprio técnico.
Técnico se diz ciente de cobrança por resultados, mas segue convicto no trabalho
Pressionado após eliminação prematura na Copa Libertadores e virtualmente eliminado igualmente no Campeonato Paulista, Tiago Nunes se diz ciente de cobrança por resultados.
“O Corinthians, a exemplo de outros clubes grandes do mundo, precisa de resultado. E resultado não está tendo. Havendo resultado, as coisas fluem de maneira natural, o portão não vai mais bater, a torcida vai ficar mais calma, os políticos vão se acalmar um pouquinho mais.
Mas, ao mesmo tempo, o treinador defende o trabalho de mudança de estilo de jogo corintiano, para o qual foi contratado em 2019.
“Nos meses de novembro e dezembro eu acompanhei as notícias, os programas esportivos. Se clamava por uma transformação em termos de ideia de jogo, de modelo de gestão e tudo mais. Fui contratado com esse objetivo, e com 13 ou 14 jogos agora não serve mais a transformação. Tudo depende do resultado. Não vou ser influenciado pelo resultado. Não sei quanto tempo vou permanecer no Corinthians e não é isso que me preocupa. Estou preocupado em fazer da melhor maneira possível o que fui convidado a fazer, que é mudar a maneira do Corinthians jogar e ajudar a revelar jogadores”, disse, convicto.
Tiago também justificou decisões sobre Ralf e Jadson
O técnico também explicou sobre como se deu as decisões sobre as saídas de Jadson e Ralf, este considerado ídolo do clube, pelas participações nas principais conquistas recentes, entre as quais a Libertadores e o Mundial de Clubes de 2012.
“Foi algo decidido em conjunto, em 20 ou 21 de novembro. A direção ficou incumbida de notificar os atletas. Reiterei e reitero meu maior respeito por eles, mas o Ralf, com 35 anos, por mais que seja uma liderança e muito identificado, não é um jogador construtor de jogo. Em termo de mobilidade não apresentava o que a gente desejava, e o Jadson também não”, justificou.
“Se os resultados estivessem acontecendo, ninguém abordaria isso. Existe muito oportunismo envolvido. São jogadores que fizeram e marcaram história, fica meu respeito aos dois, mas foi decidido com a direção. São jogadores que não teriam neste momento as características para compor a maneira de jogar que eu acredito”, reforçou.
Acesse apostas esportivas no site do Betmotion.
Além disso, confira, também, a nossa seção de Análises e Palpites.