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Jogo entre Coritiba e Athlético Paranaense quase vira uma guerra  

em destaque o estádio do furacão joaquim américo guimarães conhecido por arena da baixada
(Divulgação: CAP)

O jogo clássico paranaense, o Atletiba que aconteceu no domingo (5) terminou empatado em 1 a 1. O jogo, pela 7ª rodada do Campeonato Paranaense, aconteceu na Arena da Baixada.

Minutos antes do juiz apitar o final da partida, os jogadores Terans e Alef começaram a discutir e essa discussão evoluiu para uma briga generalizada entre os jogadores.  Foi uma verdadeira confusão em campo, a polícia teve que intervir, mas a comissão técnica dos dois times entraram em campo tentando acalmar os “ânimos” dos jogadores que se estapeavam por todos os lados, uns corriam atrás dos outros e a o juiz teve que apitar o final  da partida sob a proteção da polícia de choque. Uma situação muito lamentável para o futebol brasileiro.

O jogador Pedrinho chegou inclusive a acertar um chute em Manga, depois disso outros vieram atrás dele e compraram a “briga”. O jogador Gabriel tentou separar os jogadores já no início do tumulto, mas Thiago Heleno só piorou a situação e assim o caos se instalou em campo.

Alguns jogadores se manifestaram nas redes sociais após o ocorrido. O capitão do Coritiba, Gabriel Vasconcelos, disse que repudia esse tipo de comportamento, ressaltando que “os jogadores têm que ser exemplos”.

Algo que o jogador Gabriel falou e que realmente é certo, é que os atletas de modo geral devem ser exemplos para famílias, jovens e crianças, que veem neles ídolos e muitos sonham em ser jogadores. Esse tipo de comportamento pega muito mal, eu diria que as palavras falam, mas o exemplo arrasta. Se uma criança que treina e gosta de futebol vê o seu ídolo brigar em campo, certamente ela se achará no direito de repetir o comportamento, já que o jogador é uma influência, um exemplo a ser seguido, e isso é muito sério.

A conta dessa bagunça foi divulgada pelo árbitro José Mendonça da Silva e sua comissão que resultou em 9 expulsões no total. Do Athlético foram expulsos cinco jogadores, são eles: Terans; Thiago Heleno; Pedro Henrique; Pedrinho e Christian. Já do Coritiba foram quatro jogadores: Fabrício Daniel; Alef; Márcio Gleyson e até o treinador do time!

Ainda foi relatado pelo árbitro que ainda durante o primeiro gol no primeiro tempo, houve arremesso de objetos pela torcida. Também houve  invasão de torcedores do Clube Athlético Paranaense e inclusive um deles acabou dando um chute pelas costas no goleiro do Coxa. Tudo isso foi verificado com a ajuda das imagens do jogo. A equipe de arbitragem e sua comissão passaram a madrugada de domingo para segunda-feira vendo os vídeos da transmissão. Outro ponto, que foi levantado pelo árbitro, foi que a partida não foi encerrada oficialmente e sim suspensa por falta de segurança.

Os dois times estão desfalcados depois de tantas expulsões, mas o Athlético Paranaense confirmou que jogara contra o Cianorte na quarta-feira, já o Coxa não, jogará somente no jogo do fim de semana.

Nas redes sociais, milhares de torcedores e comentaristas deixaram sua opinião de repúdio e lamentaram toda essa situação, onde se faz campanhas para que tenha “paz” entre as torcidas, mas pelo jeito agora a campanha terá que inserir os jogadores também.

Todos sabem que o clássico “Atletiba” é um sinônimo de “quebra-pau” em Curitiba, inclusive, quando há jogos no meio da semana, os trabalhadores do transporte público ficam com medo das torcidas organizadas, pois já a caminho do estádio vão “tocando o terror”, os comerciantes e moradores ao redor dos estádios se dizem coagidos a ficar em casa quando esse jogo “clássico” acontece. Isso tudo é algo sem sentido, pois o sentido do esporte deveria ser o lazer, o prazer de acompanhar o seu time do coração com alegria e não com medo.

Os terminais de ônibus de Curitiba em dia de clássico, viram ringues e os moradores já sabem que é puder, é melhor ficar em casa, pois enquanto se deslocam para as arenas, inevitavelmente as torcidas acabam se encontrando e já causando brigas e pavor por onde passam. Os motoristas de ônibus geralmente não conseguem entrar nos terminais e por isso não cumprem os horários, até para se protegerem mesmo. Os “torcedores” agem como se fosse um arrastão e vão gritando e amedrontando quem estiver pelo caminho. De graça, se você por um azar estiver vestindo uma cor que seja de uma das torcidas, terá mais problemas ainda.

Ter rivalidade é bom, mas deve ter limites. Desde quando bater, dar pontapés, xingar pessoas aleatórias na rua, ser agressivo gratuitamente é ser torcedor de verdade?

No ano passado, um jogo foi paralisado por 20 minutos por causa de brigas entre as torcidas rivais que estavam separadas apenas por um alambrado e começaram a atirar objetos uns nos outros como rojões e outros. A polícia militar teve que intervir e acalmar os ânimos para que o jogo pudesse prosseguir. Na época, Petraglia chegou a comentar: “o que foram fazer lá” ( os torcedores) pois isso não é incentivar o seu time. Errado não está.

Mas já houve um período de “paz” digamos assim, onde ficou 4 anos em incidentes graves, mas a pandemia colaborou para que esse período fosse de calmaria.

Diversas medidas já foram tomadas para tentar “acalmar” e até conscientizar as torcidas, mas nada dura muito tempo. Já foram dadas multas; teve jogos sem nenhuma torcida e com portões fechados; jogos sem as torcidas organizadas.

No ano de 2013, um jovem boliviano acabou sendo morto por causa de um confronto com a Gaviões da Fiel, triste e lamentável e inclusive inaceitável uma pessoa perder a vida por causa de um confronto. Com certeza ele não saiu de casa naquele dia para morrer e sim para apreciar um momento que seria de lazer e de prazer.

Quando mesmo após vários confrontos, confusões e até mortes isso continua acontecendo, temos a impressão de que essas vidas não tinham valor para o seu time, pois uma tragédia dessa deveria ser um exemplo pra nunca mais voltar a acontecer algo parecido que fosse.

Se há punição para as torcidas, deveria ter para os jogadores também.

Quando poderemos frequentar os estádios com nossos filhos sem medo? Esse dia chegará?

 

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