Time de Renato Portaluppi volta à final da Copa do Brasil e frustra sonho de conquista inédita do São Paulo. Palmeiras supera América e também vai à decisão
Nesta quarta-feira (30), o São Paulo recebeu o Grêmio no Morumbi, pela partida de volta da semifinal da Copa do Brasil. Mesmo tendo, uma semana antes da partida de ida, se frustrado com uma eliminação nas quartas de final da Libertadores (diante do Santos), o Grêmio conseguiu mostrar força para bater de frente com o atual líder isolado do Campeonato Brasileiro, pela semifinal da Copa do Brasil, e mais uma vez deixou clara a razão de ser chamado de Imortal.
O técnico Renato Portaluppi certamente pode ser destacado como o grande trunfo da classificação, pois era fundamental um líder para manter a cabeça dos jogadores no lugar para a decisão. E o Grêmio entrou para a primeira partida decidido a conquistar a vitória e, mesmo correndo alguns riscos, conseguiu sair de casa com uma vitória por 1 a 0, com gol de Diego Souza. Na partida da volta, a estratégia gremista mudou, mas a eficiência foi a mesma e o Grêmio conseguiu sair do Morumbi com o resultado que precisava para avançar à grande final.
Desde muito chamado de “copeiro” por conseguir se sobressair em decisões, o Grêmio mais uma vez superou as expectativas. Diferentemente do que aconteceu na partida de ida, quando o São Paulo teve volume, tentou controlar a posse de bola e levou perigo à meta gremista, apesar de não ter conseguido balançar a rede, a volta foi muito mais tranquila para o Grêmio.
A equipe gaúcha começou a partida fazendo marcação alta e acelerando nas jogadas ofensivas, em busca de abrir o placar e dar ainda mais tranquilidade na partida, mas não conseguiu aproveitar o momento favorável: na melhor oportunidade, aos 10 minutos do primeiro tempo, Victor Ferraz ficou na cara do gol, mas parou na trave.
O São Paulo só foi conseguir chegar com perigo à meta adversário quando o ponteiro já chegava aos 30 minutos, mas Gabriel Sara mandou a oportunidade para longe. À partir de então, o Grêmio recuou um pouco suas linhas de marcação e passou a explorar os contra-ataques: foi assim que Pepê quase marcou para o time gaúcho na reta final do primeiro tempo, mas o chute passou por cima do gol.
No segundo tempo, o Grêmio não se envergonhou de abusar do “estilo copeiro”: recuou ainda mais, abusou das bolas longas para tentar achar um gol em contra-ataque e segurou o andamento da partida o máximo que pôde. Funcionou. O São Paulo não conseguiu uma forma de furar o forte bloqueio gremista, caiu na “pilha” do adversário, perdeu o foco em ir atrás do gol, insistiu em ficar reclamando com a arbitragem e saiu de campo com mais uma eliminação da Copa do Brasil na conta.
EU GOSTO DISSO! ESTAMOS EM MAIS UMA FINAL!
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— Grêmio FBPA (@Gremio) December 31, 2020
Agora são 20 participações do tricolor paulista na competição, tendo chegado apenas uma vez na final, em 2000, quando perdeu para o Cruzeiro. Do outro lado, o Grêmio é o completo oposto do São Paulo, sendo o clube que mais vezes chegou à final (9), com média de uma decisão a cada 3 edições da Copa do Brasil e um total de 5 títulos (agora na busca pelo hexa).
Do outro lado da chave, Palmeiras passa sufoco com América Mineiro, mas vence e se garante na final
Na outra semifinal da Copa do Brasil, o Palmeiras enfrentou a grande zebra da competição e não teve nenhuma facilidade para avançar até a final. Depois de empatar em 1 a 1 no Allianz Parque, pela partida de ida, o Palmeiras foi até a Arena Independência com um objetivo claro: vencer no tempo normal para não correr risco na cobrança de pênaltis (onde a partida seria definida em caso de novo empate).
No entanto, o atual vice-líder da Série B já tinha deixado Corinthians e Internacional pelo caminho, e sabia o que precisava fazer para eliminar mais um gigante: se defender. Foi assim que o América Mineiro arrastou o primeiro tempo. O Palmeiras não conseguiu arrumar uma forma de furar o bloqueio do Coelho e ainda teve que se preocupar (e muito) com os contra-ataques traiçoeiros do adversário.
A partida acabou indo para o intervalo com a tensão tomando conta dos torcedores palmeirenses, que já se preparavam para o pior. Mas não com Abel Ferreira. O técnico português até tentou voltar para o segundo tempo apenas com uma mudança de postura, sem fazer qualquer substituição, mas não deu certo. O Palmeiras acabou se expondo ao tentar atacar e, em dois contra-ataques, o América por muito pouco não conseguiu abrir o placar: na melhor chance, Ademir bateu colocado da entrada da área, mas acabou tirando demais e mandando pra fora.
Então não teve jeito. Abel Ferreira fez logo três substituições e menos de 10 minutos depois aconteceu: Rony recebeu lançamento longo e, de primeira, acionou Luiz Adriano, que dominou com estilo, ajeitou na entrada da área e bateu com categoria da entrada da área, mandando no cantinho, sem chances de defesa para Matheus Cavichioli.
Com o placar aberto e a classificação encaminhada, o Palmeiras não teve problemas para controlar o jogo e ainda voltou a marcar nos minutos finais: Rony aproveitou sobra em cruzamento de Lucas Lima e testou pro fundo da rede. Com uma assistência e um gol, o camisa 11 foi eleito o craque do jogo através de votação em tempo real no Ge.
Pela quinta vez na história, estamos na final da @CopaDoBrasil! 🏆🐷
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— SE Palmeiras (@Palmeiras) December 31, 2020
Agora, o Palmeiras vai enfrentar o Grêmio Imortal na grande final, e, como deveria ser, vai estar diante do maior desafio para se sagrar campeão da Copa do Brasil pela quarta vez na história. Assim como aconteceu com Jorge Jesus na Libertadores da América, Abel Ferreira vai ser testado diante do técnico com maior regularidade do Brasil, isto é fato. Agora, qual é o futebol mais bonito jogado, isso é conversa para ser resolvida nos debates da imprensa e em rodas de amigos (ou melhor, em grupos de WhatsApp enquanto dura esta pandemia).