Como não poderia ser diferente, a mesa redonda do SporTV, “Bem, Amigos!”, na noite desta segunda-feira (25) debateu manifestação do presidente do Flamengo, Rodolfo Landim, por carta, na qual se defende de críticas por sua ida a Brasília na semana passada para buscar apoio do presidente da República, Jair Bolsonaro, pela volta aos treinos e à realização de partidas de futebol.
Em sua argumentação, o dirigente rubro-negro diz, por exemplo: “Meu papel como presidente do Clube é o de defender seus interesses e para isso é necessário me relacionar com autoridades. Para mim, não importa a orientação política delas. Busco a todas no sentido de conseguir os apoios que precisamos para melhorar continuamente o nosso Flamengo… É impensável para mim, na posição de líder de uma instituição democrática como o nosso Clube, deixar de discutir problemas e interesses dela com o presidente eleito democraticamente do país”.
Galvão Bueno elogiou carta, mas lamentou falta de preocupação com a saúde:
O narrador Galvão Bueno, apresentador do programa, mas participando da atração esportiva à distância, de sua casa, em Londrina (PR), por conta de ser do grupo de risco para a COVID-19 (idoso e hipertenso, por exemplo), cobriu de elogios a carta de Landim, fazendo apenas uma única crítica: a ausência da palavra saúde na manifestação do presidente do time flamenguista.
“Acho essa carta à nação rubro-negra absolutamente bem colocada. Só senti falta de uma palavra nessa carta muito bem escrita e bem colocada: a palavra saúde, que é a mais importante neste ano de 2020”, avaliou.
Bem mais crítico do que Galvão, o comentarista, Walter Casagrande, este presente no estúdio do program em São Paulo, foi além e disse que não viu democracia alguma na postura do presidente do Flamengo, de buscar lobby de Bolsonaro, indo a Brasília para com ele se reunir (também foi o presidente do Vasco, Alexandre Campello), para fazer valer o interesse dele, Rodolfo Landim, falando pelo Flamengo, pela rápida volta do futebol no Rio de Janeiro.
O que disse Casão sobre Landim:
“Eu defendo a democracia, sempre defendi a democracia. Todo mundo tem o direito de opinar. A questão da carta do [presidente do] Flamengo eu só acho o seguinte: discutir com opiniões diversas dentro de uma democracia na minha visão seria sentarem Flamengo e Vasco [favoráveis ao retorno do futebol no Rio], Fluminense e Botafogo [mais cautelosos, preocupados com a pandemia no estado] e eles discutirem até chegarem a um acordo para voltar ou não a treinar. Os interessados do futebol discutirem isso abertamente.
Eu não acho certo ir até Brasília conversar com o presidente [da República, Jair Bolsonaro] para talvez querer a colaboração, a ajuda do presidente para defender a ideia desse lado [o de Flamengo e Vasco]. Não é justo, não tá certo. Pô, se temos [os presidentes flamenguista e cruz-maltino] a ideia querer voltar a treinar e jogar, e eles [presidentes de Fluminense e Botafogo] não concordam, então a discussão tem que ser aqui [entre os clubes, no Rio], a solução tem que ser definida aqui. Democracia é isso, e não ir num ponto mais alto [presidente do País], mostrar a sua ideia, [em busca de] uma possível colaboração, autorização. Isso aí não é democracia, esse comportamento não é democrático.
E falo com conhecimento de causa. Democrático é discutir entre as partes que pensam diferente e chegar a um acordo ali. ‘Eu vou mostrar para eles porque não quero voltar a jogar, vou dar as minhas explicações, o meu ponto de vista, e eles vão dar o ponto de vista deles porque querem voltar a jogar, com a solução saindo daqui, desse lugar aqui. Não tem que ir lá.'”
Futebol, um mundo à parte no Brasil
Casagrande concordou com Galvão sobre a ausência de preocupação com a saúde, em plena pandemia, por parte do presidente do Flamengo.
“Concordo com Galvão. A palavra saúde incrivelmente é pouco falada por quem tem que falar. Os presidentes de clubes, de federações e da CBF, tô dando um exemplo, ninguém fala em saúde. Eles falam em voltar a treinar, voltar a jogar, em economia, que o clube precisa de dinheiro, mas ninguém fala de saúde. Parece que a morte de mais de 23 mil pessoas está em outro universo”, criticou Casão.
Em outro momento, afirmou: “O futebol nunca vai mudar enquanto não entenderem que o universo do futebol é o mesmo que a gente vive.”
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