Não é que todos os clubes sejam unânimes na preferência por manter o Brasileirão no sistema de pontos corridos, turno e returno, disputado ao longo de 38 rodadas. A opção é por outra razão: não perder parte do dinheiro da Globo referente aos direitos de TV da competição.
Quem explicou isso foi o jornalista Jorge Nicola, da ESPN Brasil, no programa “Bate-Bola Debate”, desta quarta-feira (22).
“Já teve presidente de clube grande e de clube médio que propôs: ‘Pessoal, vamos fazer em mata-mata , porque vai ter mais disputa pelo título’. Isso chegou aos ouvidos da Globo, que entrou em contato com os líderes do movimento dos clubes para mandar o seguinte recado: ‘Se a gente tiver campeonato por mata-mata, quem for campeão terá feito 25 jogos e vai ganhar proporcional a 25 jogos. Eu não vou pagar por 38 jogos nem para o campeão. E se o seu time for eliminado na primeira fase, vai ganhar metade do que ganharia com o Brasileiro por pontos corridos’.”
“Assim que a mensagem chegou – continuou Nicola -, pessoal foi para a calculadora e (os clubes chegaram à conclusão): ‘Vamos fazer por pontos corridos, nem que a gente acabe o Campeonato Brasileiro deste ano em janeiro, fevereiro ou março do ano que vem.”
“Foi por conta do recado da Globo”, reforçou o comentarista da ESPN.
Resumindo
Se já não faz muito sentido abrir mão de dinheiro em uma situação normal, menos ainda agora que os clubes estão com enormes dificuldades de caixa, devido à paralisação do futebol por consequência da pandemia do novo coronavírus, e com a praticamente certa realidade de que o Brasileirão não terá presença de público nos estádios quando voltar. Logo, os times já não terão a bilheteria como uma das fontes de renda. Então, nenhum sentido topar ganhar menos receita da televisão. E a própria Globo está certíssima em não aceitar pagar pelo que não terá direito a exibir.
Vale lembrar que, além da Globo, o Grupo Turner também possui os direitos televisivos do Campeonato Brasileiro, só que restritos à TV paga e, mesmo assim, podendo exibir apenas as partidas entre Athletico, Bahia, Ceará, Coritiba, Fortaleza, Internacional, Palmeiras e Santos, equipes com as quais possui acordo nessa mídia fechada. Assim, fica impedida, por exemplo, de transmitir jogos de quaisquer desses times contra equipes acordadas com o Grupo Globo.
Ou seja, a esmagadora maioria dos jogos passa em canais do Grupo Globo, seja na TV aberta, no SporTV ou mesmo via serviço pay-per-view “Premiere”.
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