A Orthopride, rede de franquias da área de ortodontia estética, rescindiu o contrato de patrocínio com o Santos (previsto até fevereiro de 2021) devido à contratação de Robinho, condenado em 2017 na Itália a 9 anos de prisão pelo crime de violência sexual (estupro) contra uma mulher de origem albanesa, junto com outros cinco homens, fato ocorrido no fim de 2013, quando o atacante defendia o Milan.
A decisão é em primeira instância. O jogador nega que tenha cometido o crime e está recorrendo.
Robinho (36 anos), que já treina e pode entrar em campo pelo Brasileirão, assinou acordo por cinco meses com o Santos.
Richard Adam, diretor de operações da Orthopride, justificou a decisão:
Presidente do Santos defende contratação
Em meio a muitas críticas, Orlando Rollo, presidente do Santos, defendeu a contratação em entrevista no último fim de semana ao jornal “Folha de S.Paulo”.
“Robinho não está condenado com trânsito em julgado. Quem somos nós para atirar pedra no Robinho? Atire a primeira pedra quem nunca pecou. E será que ele pecou? Vamos esperar o desfecho do processo.”
Em nota, clube reclamou de “era dos cancelamentos” e “julgamento precipitado”:
“O Santos FC, em seus 108 anos de história, sempre se caracterizou por ser uma instituição inclusiva e socialmente responsável. Referência no combate ao racismo, contra qualquer tipo de violência, especialmente contra a mulher, referência no investimento no futebol feminino e engajamento em diversas causas. Estes são pilares e valores que formam a identidade do Clube brasileiro mais conhecido no Mundo e motivo de raro orgulho por todas as suas contribuições para o desporto nacional. A agremiação também reconhecida pela excelência na formação de atletas, relação próxima e respeitosa por todos aqueles que em campo ajudaram a construir nossa história.
Com relação ao processo do atleta Robson de Souza, o Clube não pode entrar no mérito da acusação, pois o processo corre em segredo de Justiça na Itália e sobretudo o Santos FC orgulha-se de, em sua história, sempre respeitar as garantias fundamentais do ser humano, dentre as quais, a presunção da inocência e o respeito ao devido processo legal.
Ressalta-se ainda que não há condenação definitiva e o atleta responde em liberdade e não será o Santos FC que lhe dará uma sentença antecipada, prejulgando e o impedindo de exercer sua profissão.
Como Clube formador, onde o atleta viveu seus melhores momentos, em que teve diversas conquistas, não seria a nossa coletividade a lhe dar as costas e decretar juízo final de valor em um processo com recursos em andamento.
Não há mudança no posicionamento do Clube em relação ao combate à violência contra a mulher ou outras campanhas que sempre participou neste sentido. São valores irrenunciáveis e que fazem parte da história do legado Alvinegro.
Infelizmente vivemos na era dos cancelamentos, da cultura dos tribunais da internet e dos julgamentos tão precipitados quanto definitivos, porém há a certeza que o torcedor do Santos FC entenderá que compete exclusivamente a Justiça realizar o julgamento.”