Apesar de homens e mulheres se enfrentarem em pé de igualdade nas mesas de feltro, o poker foi considerado, durante muito tempo, território masculino. Ao longo dos últimos anos, as jogadoras foram aparecendo e, como é natural, destacando-se no esporte da mente. Hoje, a presença feminina não é mais rara nos corredores de grandes eventos ao vivo.
O campeonato Ladies do WSOP 2016, por exemplo, contou com mais de 800 mulheres, totalizando um prize pool de US$ 745.200. A grande vencedora deste ano foi Courtney Kennedy, de 37 anos, dealer no MotorCity Casino em Detroit. Ela enfrentou oponentes de renome mundial, como Amanda Musumeci, Wendy Freedman e Amanda Baker, e levou para casa US$ 149.108.
Jogadoras Betmotion em Las Vegas
Falando em mulheres no WSOP, o Betmotion está muito bem representado em Las Vegas. As jogadoras profissionais Caroline Dupré e Milena Magrini estão firmes e fortes no maior torneio de poker do mundo, marcando presença em vários eventos e lutando para se destacarem entre tantos regulares bons – alguns considerados os melhores do planeta.
“Aqui, eu posso simplesmente sentar ao lado do Daniel Negreanu em um evento. Inclusive, em um desses dias, estava saindo do banheiro e esbarrei sem querer na Vanessa Selbst na porta! É um lugar é apaixonante!”, contou Milena.
A jogadora ressaltou a importância do evento para quem vive – ou quer viver – do poker: “O WSOP é o sonho de todo profissional, ter um resultado aqui é um passo enorme para a carreira, e esse é o meu objetivo. Porém, a luta é grande, a quantidade de regulares é gigantesca, sendo que a maioria se prepara meses para estar aqui. Por isso, engana-se quem pensa que é um pouquinho fácil. Mas sou brasileira e não desisto nunca (rs). Aliás, GL para todos os brazucas que estão na reta!!!”.
Contra o sexismo
Para Carol Dupré, o aumento de mulheres no poker é algo significativo, assim como em todas as outras áreas. “Na época em que comecei a jogar, a pressão era maior, pois era destoante a presença feminina na mesa. Hoje, realmente vejo uma evolução natural e de constante crescimento”, afirmou.
Além de admirar e se espelhar na grande jogadora Vanessa Selbst, Carol concorda plenamente com a famosa frase da americana sobre o sexismo existente no meio: “espero ver o dia em que não falaremos sobre homens e jogadoras mulheres. Mas apenas jogadores de poker”.
“Acho que pra mim e para muitas já é assim. Muitos ainda falam e falarão. Mas o que interessa é a forma como eu me sinto quando sento à mesa. Esqueço realmente dessa diferença e penso apenas no jogo”, destacou.
Para Milena, o primeiro desafio para se tornar uma profissional foi superar a imagem “café com leite” que antigamente era dada às jogadoras. “Eu admiro várias mulheres e amigas que, como eu, lutaram muito para poder viver disso. Não é nada fácil chegar a ter bons resultados e manter-se na rotina de um poker player. Eu me inspiro em todas elas que amam o que fazem, dedicam-se e se esforçam”, disse.
Para finalizar, Carol deixou uma mensagem para as mulheres apaixonadas pelo esporte da mente e que querem jogar profissionalmente: “Encare o jogo sem preconceitos, começando por você mesma! Poker não tem gênero, jogue de igual para igual!”.