Tanto André Jardine como Arturo Reyes, treinador da Seleção Olímpica da Colômbia, fizeram modificações para a primeira partida do quadrangular final. Pelo lado colombiano, Arturo Reyes apostou em alterações táticas para surpreender a Seleção Brasileira.
Mesmo contando com o apoio da torcida, uma vez que a competição é disputada na Colômbia, Reyes inovou em seu time principal. Seu anterior 4-5-1 ofensivo (com um meia de armação, um centroavante e pontas chegando pelas laterais), se transformou em um 4-1-4-1 diante da Seleção Brasileira.
Isso porque o treinador sacou do time seu centroavante (Ricardo Márquez), colocando em seu lugar o volante Kevin Balanta, à fim de povoar o meio de campo e não dar espaço para as chegadas de Matheus Henrique e Bruno Guimarães. E a estratégia funcionou.
Sem espaço para infiltrar por entre as linhas de marcação da Seleção Colombiana, o Brasil teve que sair cada vez mais para o ataque, em busca de mais opções ofensivas. Por isso, os laterais passaram a se aproximar cada vez mais da área adversária, pelos lados do campo, fazendo com que os pontas (Antony e Paulinho) fechassem pelo meio.
O Brasil era superior no jogo, controlava a posse de bola e tinha mais volume ofensivo, mas tinha muita dificuldade para concluir as jogadas. A melhor chance de gol brasileiro apareceu quando Bruno Guimarães conseguiu infiltrar pelo meio e tocou na área para Paulinho, que ganhou da marcação e teve espaço para finalizar, mesmo que quase sem ângulo, mas mandou pra fora.
BRASIL ‘COCHILA’ NA DEFESA E VÊ A COLÔMBIA SAIR NA FRENTE
Depois dos primeiros 15 minutos de total domínio, começou a ficar claro que a estratégia de André Jardine não havia dado certo. O treinador da Seleção brasileira Sub-23, na verdade, foi para o jogo com as laterais totalmente modificadas pensando, exatamente, em ter menos apoio ofensivo e não tomar contra-ataques. Foi por isso que Dodô ficou no lugar de Guga na lateral-direita, e, principalmente, Caio Henrique (que muitas vezes atua como atacante no Fluminense) deu lugar à Iago Borduchi na lateral-esquerda.
Na zaga, Bruno Fuchs também tomou o lugar de Robson Bambu, mas nada disso funcionou. No entanto, com os laterais passando a ser mais acionados no setor de ataque por conta da retranca colombiana, o Brasil não teve tanta qualidade pelos lados como poderia ter com Guga e Caio Henrique, e a defesa ficou exposta aos contra-ataques do mesmo jeito. Foi assim que a Colômbia abriu o placar: com jogada em velocidade pelo lado direito da defesa brasileira, o zagueiro Nino teve que sair para fazer a cobertura na linha de fundo, mas Benedetti conseguiu fazer o cruzamento. A bola passou por Bruno Fuchs, chegando na segunda trave para Iago, que cochilou na hora de fazer o corte e deu chance para Cetre abrir o placar: 1 a 0 Colômbia.
A Seleção Brasileira tentou responder ainda no primeiro tempo, mas seguiu esbarrando na retranca adversária. A melhor alternativa acabou sendo os chutes de fora da área. Paulinho e Antony, os melhores do primeiro tempo conseguiram levar perigo em chutes de média distância, mas sequer acertaram o alvo. André Jardine, que passou vídeos mostrando que o goleiro colombiano era o principal “ponto fraco” da seleção adversária, certamente não ficou feliz com a falta de pontaria do primeiro tempo. Para piorar, em outro contra-ataque da Colômbia pouco antes do intervalo do jogo, Ivan fez linda defesa para evitar o segundo gol.
SELEÇÃO BRASILEIRA PRESSIONA E BUSCA EMPATE NO SEGUNDO TEMPO
Se o Brasil foi superior no primeiro tempo, a etapa complementar pode-se dizer que foi de pressão total. Logo na primeira descida ao ataque, Antony cruzou na medida para Pedrinho, que teve espaço na área para cabecear como quis, mas mandou pra fora, desperdiçando a melhor chance até ali. O meia corintiano acabou sendo substituído por Pepê logo depois, o que deu mais mobilidade ofensiva ao Brasil. Mas foi Antony quem seguiu “carregando o piano”. Em duas boas finalizações da entrada da área, o atacante do São Paulo obrigou Ruíz a fazer boas defesas, mas a bola custava a entrar.
A Colômbia ainda conseguiu levar perigo quando, em chute direto da defesa, Bruno Fuchs falhou e Carrascal teve espaço para avançar no campo de ataque, mas pegou mal na bola na hora de finalizar e mandou a oportunidade para longe. E logo na jogada seguinte, aos 26 minutos, Matheus Cunha recebeu de Paulinho por entre as linhas de marcação, dominou já ajeitando para a perna direita e bateu cruzado da entrada da área, contando com uma quicada da bola no “morrinho artilheiro” para deixar tudo igual no placar.
A partida ficou totalmente aberta após o empate. A Seleção Brasileira ainda era superior, mas as principais chances apareciam em finalizações de longa distância e cruzamentos na área. Faltou o conjunto, a troca de passes envolvente, uma infiltração com tabela rápida. Nada disso aconteceu. A Colômbia também teve suas chances, assustou o goleiro Ivan em outro contra-ataque perigoso, mas a partida terminou na igualdade: Colômbia 1 x 1 Brasil.
ARGENTINA VENCE URUGUAI E MANTÉM 100%
Na outra partida do quadrangular final, a Argentina não teve sossego diante do Uruguai, mas conseguiu sair com a vitória. Destaque para Alexis Mac Allister, meia do Boca Juniors de 21 anos de idade que carrega a camisa 10 argentina. Foi Mac Allister quem abriu o placar no primeiro tempo, em cobrança de falta de longa distância, contando com uma falha do goleiro uruguaio. Ainda no primeiro tempo, após cruzamento cortado parcialmente pela defesa uruguaia, a bola sobrou na entrada da área para Fausto Vera, que acertou um belo chute “sem-pulo” para aumentar a vantagem da Argentina.
No segundo tempo, em outro belo chute colocado da entrada da área, Mac Allister fez 3 a 0. O Uruguai descontou com Ignacio Ramírez após cochilo da defesa adversária e saída toda desengonçada do goleiro Facundo. De cabeça, aproveitando cruzamento de Rodríguez, Matías Arezo marcou o segundo do Uruguai no jogo. Mas a partida já estava nos acréscimos e não houve tempo para mais nada. Placar final: Argentina 3 x 2 Uruguai.
Com a vitória, a Argentina larga na frente no quadrangular final, somando 3 pontos. Colômbia e Brasil vem logo atrás, com um ponto cada, enquanto o Uruguai ficou na última colocação. Nesta quinta-feira (06/02), o Brasil joga contra o Uruguai e a Argentina encara a Colômbia. No domingo (09/02), pela última e decisiva rodada, Colômbia e Uruguai jogam às 20 horas e, às 22h30, Argentina e Brasil encerram o Torneio Pré-Olímpico Sul-Americano Sub-23.
As duas seleções que mais somarem pontos garantem vaga direta nas Olimpíadas de Tóquio (2020), no Japão. O terceiro colocado poderá disputar uma fase preliminar, contra seleções de outros continentes, em busca de uma vaga na fase de grupos das Olimpíadas.