São Paulo x Botafogo: duelo de dois opostos. Tricolor paulista pode abrir 7 pontos de vantagem na liderança do Campeonato Brasileiro
Nesta quarta-feira, às 21h30, A Globo transmite em TV aberta para todo o Brasil (com exceção do estado de Mato Grosso) a partida entre São Paulo e Botafogo, no Morumbi, válida pela 18ª rodada da Série A do Campeonato Brasileiro. A partida atrasada vai colocar o São Paulo com o mesmo número de jogos do Atlético Mineiro (atual vice-líder e principal concorrente ao título), e pode deixar o tricolor paulista com 7 pontos de vantagem em relação ao Galo. Para isso, a equipe comandada por Fernando Diniz vai precisar de uma vitória em casa sobre o atual penúltimo colocado. O São Paulo não perde no Campeonato Brasileiro há 16 rodadas e vem embalado por 3 vitórias consecutivas para seguir abrindo vantagem na liderança. O único problema do técnico Fernando Diniz é Daniel Alves, que vai ter de cumprir suspensão por ter tomado o terceiro cartão amarelo na última partida, contra o Sport. De resto o São Paulo deve ser mantido o mesmo das últimas partidas, com: Tiago Volpi; Juanfran, Arboleda, Bruno Alves e Reinaldo; Luan, Tchê Tchê (ou Hernanes), Igor Gomes e Gabriel Sara; Luciano e Brenner. Neste momento, com 4 pontos de vantagem para o vice-líder, o São Paulo espera conquistar uma vitória para que possa ter gordura para queimar nas próximas rodadas. Isso porque o tricolor paulista faz clássico com o Corinthians fora de casa no próximo domingo (13), pela 25ª rodada, e, depois, recebe o Atlético Mineiro no Morumbi. Dessa forma, uma vitória sobre o Botafogo nesta quarta-feira seria importante para tirar uma maior responsabilidade do São Paulo nas partidas contra adversários diretos na busca pelo título.
A herança deixada por Leco
Quando assumiu a presidência do São Paulo de forma interina, em 2015, Carlos Augusto de Barros e Silva (o Leco) tinha como seus principais objetivos recolocar o clube na disputa por títulos e equilibrar as finanças. De lá para cá, o tricolor paulista sofreu com a perda de jogadores importantes por necessidade de venda, como aconteceu com Antony mais recentemente, e ficou longe de entrar forte na busca por um título. Antes visto como uma das maiores esperanças dos torcedores são paulinos, o presidente Leco acabou se tornando um dos, senão o presidente mais criticado da história do clube tricolor. No entanto, depois de muitos anos de insucessos, Leco apostou em uma gestão guiada por ídolos do clube (como Raí e Lugano) e acertou a contratação de nomes de peso para comandar a equipe dentro de campo (com destaque para o camisa 10 Daniel Alves). Para completar a receita perfeita para o sucesso, Leco confiou no trabalho de Fernando Diniz e deu tempo para que o técnico conseguisse extrair o melhor da equipe, mesmo sob forte pressão da torcida em determinados momentos. O São Paulo foi eliminado pelo Mirassol no estadual, caiu na fase de grupos da Libertadores e, tendo ido parar na Copa Sul-Americana, foi eliminado logo na primeira fase. O time de Fernando Diniz causava um certo receio nos torcedores por conta do estilo de jogo moderno, tentando manter a posse de bola e pressionando o adversário desde o campo de ataque. A estratégia é encantadora quando funciona, mas pode cobrar muito caro em partidas importantes no menor vacilo dos jogadores, como aconteceu muitas vezes com o São Paulo neste ano, principalmente em partidas de mata-mata. Por outro lado, a identidade criada por Fernando Diniz surtiu efeito neste Campeonato Brasileiro, pois conseguiu dar mais solidez às atuações da equipe tricolor. Agora, Daniel Alves é incontestável no meio de campo, Luciano e Brenner formam a dupla de ataque mais efetiva do futebol brasileiro (somando, juntos, 33 gols) e Tiago Volpi se tornou intocável no gol. É certo que foi uma árdua e longa caminhada, mas o São Paulo de Leco chega ao fim, nas palavras do próprio presidente: “melhor do que antes”. É verdade que Leco vai sair do cargo antes da possibilidade de o clube conquistar um título (seja do Campeonato Brasileiro ou da Copa do Brasil) e admite que se sente frustrado por não ter ajudado o clube a erguer um troféu. No entanto, em uma análise mais profunda, é inegável que, como disse o próprio presidente: “recuperamos crédito e trouxemos de volta patrocinadores que nos deram condições de investir e competir em alto nível outra vez”.
Botafogo se afunda cada vez mais na zona de rebaixamento
O adversário do São Paulo desta quarta-feira passa por um momento bem diferente do tricolor paulista. Sem vencer há 10 jogos e vindo de 5 derrotas consecutivas no Campeonato Brasileiro, o Botafogo desce cada vez mais na tabela de classificação e já está há apenas 1 ponto de cair para a última posição. Para piorar a situação do alvinegro carioca, o técnico Eduardo Barroca não vai comandar a equipe do banco de reservas por ter testado positivo para a Covid e o time será comandado pelo auxiliar Felipe Lucena. O Botafogo passa por uma crise financeira grave e não consegue evoluir dentro de campo. Mesmo com a contratação de nomes importantes até internacionalmente, como o meia Keisuke Honda e o atacante Salomon Kalou, o Botafogo não conseguiu alcançar um nível de competitividade suficiente para evitar a atual situação. Tendo trocado de técnico 4 vezes só nesta temporada, o clube carioca chega na 24ª rodada do Brasileiro há 5 pontos do Sport (primeiro time fora da zona de rebaixamento) e, enfrentando o atual líder fora de casa, dificilmente vai conseguir diminuir a desvantagem. A expectativa do Botafogo certamente vai ser tentar arrancar um empate com o São Paulo no Morumbi, para pelo menos se afastar um pouco da última colocação.