Início » Colunas » Especiais » Obsessão pela Libertadores: a história do torneio sul-americano

Obsessão pela Libertadores: a história do torneio sul-americano  

Mais importante competição de clubes de futebol da América do Sul, a Copa Libertadores da América é para os brasileiros a taça mais desejada.

Equivalente ao que é para os europeus a Liga dos Campeões, a Libertadores é o passaporte para a disputa do igualmente desejado Mundial de Clubes.

Só que nem sempre foi tão desejada assim aqui. O Santos, de Pelé, mesmo, chegou a abrir mão de disputá-la, como veremos adiante neste especial.

(Foto: site da Conmebol)

Mas antes lembremos do torneio considerado pela própria Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol) como o precursor da Libertadores. Trata-se do Campeonato Sul-Americano de Campeões, disputado em 1948 e que teve o brasileiro Clube de Regatas Vasco da Gama como seu campeão, e de forma invicta.

Organizada com apoio do presidente da entidade, o chileno Luiz Valenzuela, foi realizado em sua Santiago (Chile), com sete representantes nacionais.

São eles: Colo-Colo (campeão chileno de 1947), Emelec (campeão de Guayaquil de 1946), Litoral (representante da Bolívia, campeão de La Paz), Municipal (vice-campeão peruano de 1947), Nacional (campeão uruguaio de 1947), River Plate (campeão argentino de 1947) e Vasco (como não havia Campeonato Brasileiro na época, o cruzmaltino foi indicado pela CBD, hoje CBF, por ser o então atual campeão carioca).

(Foto: Wikimedia Commons)

O torneio foi disputado em sistema de pontos corridos, todos contra todos, mas em turno único. Quem somasse mais pontos seria o campeão. A última e decisiva partida, que deu o título ao cruzmaltino, foi um empate por 0 a 0 com os argentinos do River Plate, vice-campeões.

Aquela competição foi o ponto de partida para a criação de um torneio continental com a participação de todos os campeões nacionais da América do Sul. O assunto foi pauta em vários encontros entre dirigentes, como em 1958, durante a realização no Rio de Janeiro do Congresso da Confederação Sul-Americana de Futebol, então presidida pelo brasileiro José Ramos de Freitas.

No ano seguinte, em novo congresso, dessa vez em Caracas, na Venezuela, a ideia ganhou corpo, com forte apoio de Brasil e Argentina.

Por oito votos a favor, um contra (Uruguai) e uma abstenção (Venezuela), é criada a “Copa dos Campeões da América”. Já era Libertadores. Só faltava receber esse nome.

Foi só em 1965 que o torneio passou a ser chamado de “Copa Libertadores da América” em homenagem aos líderes dos movimentos de libertação da América hispânica e do Brasil: Simón Bolívar, José de San Martín, José Gervasio Artigas, Antonio José de Sucre, Bernardo O’Higgins, José Bonifácio de Andrada e Silva, e D. Pedro I.

Anos 1960 e 1970 – Uruguai, Brasil e principalmente Argentina dominam

Nas primeiras duas décadas de disputas da Libertadores, só uma vez a taça não acabou em mãos uruguaias, brasileiras e argentinas.

Foi justamente na última edição do período, em 1979, quando o Olimpia, do Paraguai sagrou-se campeão.

Fora essa exceção, a competição teve impressionantes 12 títulos de equipes da Argentina (seis só do Independiente), quatro troféus para times do Uruguai (com três do Peñarol) e três taças para brasileiros (duas delas referentes ao bicampeonato do Santos, de Pelé).

Peñarol bicampeão 1960-1961

O primeiro jogo na história da Libertadores foi protagonizado entre Peñarol e Jorge Wilstermann, da Bolívia, em 19 de abril de 1960, em Montevidéu, terminando com acachapante goleada uruguaia por 7 a 1.

O uruguaio Carlos Borges foi o autor do primeiro gol do então novo torneio, enquanto Alberto Spencer – atacante equatoriano, mas que também defenderia posteriormente a seleção celeste -, artilheiro daquela primeira edição com 7 gols, fez quatro só naquela primeira partida.

Os chamados “Carboneros” dominaram aqueles primeiros anos de Libertadores, sagrando-se campeão da primeira, em 1960, em cima do Olimpia, do Paraguai (vitória por 1 a 0 no estádio Centenário, em Montevidéu, e empate por 1 a 1 em Assunção).

Copa Libertadores da América de 1960
Campeão: Peñarol (URU)
Vice: Olimpia (PAR)
Período de disputa: 19 de abril a 19 de junho

Participantes: Bahia (BRA), Jorge Wilstermann (BOL), Millonarios (COL), Olimpia (PAR), Peñaro (URU), Universidad de Chile (CHI) e San Lorenzo (ARG).

O Bahia, campeão da Taça Brasil de 1959 (na época, não havia Campeonato Brasileiro), foi o primeiro representante do Brasil no torneio sul-americano. Acabou eliminado pelo argentino San Lorenzo, após derrota fora de casa por 3 a 0 na ida e insuficiente vitória por 3 a 2 em Salvador.

Regulamento: na fase inicial da Libertadores de 1960, seis clubes foram agrupados em três chaves, com dois times cada, avançando o vencedor de cada mata-mata, sendo que em caso de igualdade de pontos passava a equipe com maior saldo de gols no confronto (os próximos critérios de desempate eram maior número de gols pró e sorteio).

Os três times classificados então se juntaram ao Olimpia (Paraguai), previamente classificado, uma vez que o Universitário (Peru), que seria a oitava equipe no torneio, acabou desistindo de participar.

Nas semifinais e nas finais, novos confrontos em dois jogos entre os times, cada um no seu campo, sendo que em caso de igualdade de pontos era necessária a realização de um terceiro jogo extra em campo neutro.

Na campanha rumo ao bicampeonato da América, em 1961, o Peñarol encarou novamente os paraguaios do Olimpia, mas agora nas semifinais, obtendo duas vitórias, 3 a 1 no Montevidéu e 2 a 1 em Assunção.

Já na decisão, contra o Palmeiras, o Peñarol repetiu os resultados da primeira Libertadores, ganhando em casa por 1 a 0, gol de Spencer, e empatando na volta por 1 a 1 (Sasía marcou para os carboneros, enquanto Nardo fez o gol alviverde).

Santos, de Pelé, também é bi em 1962-1963

Dominante no país, com cinco títulos da Taça Brasil, o Santos, de Pelé, chegaria à Libertadores de 1962 para pôr fim ao reinado do Peñarol, que naquela edição, por ser o atual campeão, entrou direto nas semifinais, regra que valeu até 1987.

(Foto: Wikimedia Commons)

Na primeira partida da decisão entre Peñarol e Santos, jogada em 28 de julho, no estádio Centenário, vitória santista, de virada, por 2 a 1, com dois gols de Coutinho, um dos artilheiros daquela edição, com 6 gols.

O goleador uruguaio Spencer abrira o placar. Cinco dias depois, na Vila Belmiro, o Peñarol daria o troco na volta com um polêmico triunfo por 3 a 2 (com dois gols novamente por Spencer).

Com público de 30 mil pessoas, a partida ficou conhecida como a “Noite das Garrafadas”. Isso porque no começo da etapa final, no segundo gol do Peñarol, marcado por Spencer, àquela altura o do empate por 2 a 2, o goleiro santista Gilmar reclamou que o jogador uruguaio Sasía havia jogado terra em seus olhos, prejudicando-o na jogada.

O episódio aumentou a tensão na Vila, e uma garrafa atirada da arquibancada atingiu o bandeirinha chileno Massaro, que precisou receber atendimento médico.

Depois de mais de uma hora de paralisação, o jogo recomeçou, mas logo teria mais confusão após o mesmo Sasía marcar o terceiro gol do Peñarol.

Dessa vez, a revolta santista era com a arbitragem. Reclamação de falta em Calvet na jogada. Em vão. O gol de empate foi validado, mas essa não foi a última polêmica da noite.

O Santos ainda buscaria o empate que lhe daria a conquista inédita, 3 a 3, com gol de Pagão, aos 22 minutos. Festa da torcida na Vila Belmiro e volta olímpica dos jogadores no gramado para comemorar o título da Libertadores. Só que não valeu. O árbitro chileno Carlos Robles já havia apitado o fim do jogo, antes do gol santista.

Na súmula, posteriormente validada pela Conmebol, o apitador escreveu que a partida só durou 51 minutos, encerrada por ele ainda quando o placar estava 3 a 2 para o Peñarol.

No documento, alegou ter prosseguido com a partida até o tempo regulamentar apenas por medo de sofrer alguma represália da torcida do Santos, revoltada com sua arbitragem.

Ou seja, quando ocorreu o gol santista do 3 a 3, o jogo já não estava valendo. Resultado: com a confirmação do triunfo uruguaio por 3 a 2 no segundo jogo, foi marcada uma terceira partida para 30 de agosto em estádio neutro.

No decisivo duelo do playoff daquela Libertadores, o Santos faturaria o seu primeiro título no estádio do River Plate, Monumental de Núñez, com categóricos 3 a 0 (o rei Pelé marcou dois na conquista).

Aquele esquadrão da Vila, que tinha entre os seus 11 titulares sete bicampeões do mundo pela Seleção Brasileira na Copa do Chile naquele mesmo ano de 1962.

Copa Libertadores da América de 1963
Campeão: Santos (BRA)
Vice: Boca Juniors (ARG)
Período de disputa: 7 de abril a 11 de setembro

Participantes: Alianza Lima (PER), Boca Juniors (ARG), Botafogo e Santos (BRA), Everest (EQU), Millonarios (COL), Olimpia (PARi), Peñarol (URU) e Universidad de Chile (CHI).

Repetindo o que fizeram os uruguaios do Peñarol, o Santos, de Pelé, chegaria ao bicampeonato, com títulos seguidos, na Libertadores de 1963, mas fazendo a decisão contra o Boca Juniors (Argentina).

Dessa vez, não houve necessidade de jogo desempate, uma vez que o time santista venceu ambas as partidas: 3 a 2 no Maracanã, na ida, com gols brasileiros marcados por Coutinho e Lima, e depois por 2 a 1 em plena Bombonera, com gols de Coutinho novamente e do rei Pelé. Sanfilippo fez os dois gols do Boca na ida e único tento do jogo de volta.

“Rei de Copas” começa a dar as cartas em 1964 e 1965

Conhecido como “Rei de Copas”, por conta dos seus hoje 18 títulos internacionais reconhecidos pela Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) e pela Federação Internacional de Futebol (FIFA), o “Rojo” (ou “Diablo”) é a equipe com maior número de conquistas de Libertadores (7).

As duas primeiras taças foram levantadas em 1964 e 1965. Os primeiros de muitos títulos dos “coperos” times da Argentina, maiores vencedores com 25 taças (6 a mais do que o Brasil).

(Foto: Wikimedia Commons)

Copa Libertadores da América de 1964
Campeão: Independiente (Argentina)
Vice: Nacional (URU)
Período de disputa: 3 de abril a 12 de agosto

Participantes: Alianza Lima (PER), Aurora (BOL), Bahia e Santos (BRA), Colo-Colo (CHI), Barcelona de Guayaquil (EQU), Cerro Porteño (PAR), Deportivo Italia (VEN), Independiente (ARG), Millonarios (COL) e Nacional (URU).

No caminho rumo à então inédita conquista, o Independiente eliminou nas semifinais o temido bicampeão Santos, de Pelé, com duas vitórias: na ida, 3 a 2 em pleno Maracanã, no dia 15 de julho daquele ano.

E novo triunfo uma semana depois, só que por 2 a 1, em Avellaneda, Grande Buenos, no estádio Doble Visera (atual “Libertadores da América”, justamente pela enorme tradição na competição).

Na decisão, o Independiente levantou a Copa superando o Nacional, do Uruguai, no confronto: empate sem gols no Centenário, em Montevidéu, e triunfo por 1 a 0 na Argentina, gol de Mario Rodríguez, um dos maiores ídolos de sua história.

Na edição de 1965, o Independiente tornou-se o terceiro bicampeão da América, superando nas semifinais um rival da Argentina, Boca Juniors, campeão nacional no ano anterior, e na decisão novamente teve pela frente um time uruguaio, dessa vez o Peñarol. Tanto contra o Boca quanto diante dos Carboneros, precisou disputar um jogo desempate.

Na final contra o Peñarol, o Independiente fez 1 a 0 no primeiro jogo, em Avellaneda. Três dias depois, em Montevidéu, perdeu por 3 a 1. No jogo desempate, disputado em Santiago, o Rei de Copas goleou os uruguaios por 4 a 1.

1966 – Terceiro título dos Carboneros

Derrotado pelo Independiente na decisão da temporada passada, o Peñarol voltou a ter um time argentino como adversário na decisão da Libertadores de 1966, mas dessa vez com resultado favorável.

(Foto: Wikimedia Commons)

Os Carboneros venceram o River Plate no jogo de ida, no Centenário, por 2 a 0, acabaram derrotados na partida de volta, dias depois, por 3 a 2, no Monumental de Núñez, e na partida de desempate bateram novamente o River, em Santiago, na prorrogação, por 4 a 2 (no tempo regulamentar o jogo havia terminado 2 a 2).

Disputada de 30 de janeiro a 20 de maio, essa edição da Libertadores foi a primeira com a inclusão também dos vice-campeões nacionais. Com dirigentes contrários aquela novidade do regulamento, o Brasil pela primeira vez não teve representante no torneio, que contou com 17 times, três deles da Argentina.

1967 – Libertadores chega à “Academia”

O Racing foi o segundo time da Argentina (também de Avellaneda, onde fica o rival Independiente) a conquistar a Copa Libertadores.

Um dos mais tradicionais clubes do país, é conhecido como “La Academia” (“Academia”), apelido que vem da década de 1910, quando conquistou sete títulos naquela época do amadorismo, com estilo de jogo refinado e atletas de ótima técnica.

(Foto: Wikimedia Commons)

Na decisão, o Racing encarou os uruguaios do Nacional. O primeiro jogo foi disputado na Argentina, em 15 de agosto, e a volta em Montevidéu, dez dias depois.

Ambas terminaram 0 a 0. Os gols só viriam a sair na partida de desempate, disputada no Estádio Nacional de Santiago.

A Academia abriu 2 a 0, no primeiro tempo. Os gols foram marcados pelo brasileiro João Cardoso e por Norberto Raffo. E faltando onze minutos para o término da partida, Milton Viera descontou para os uruguaios, tornando o final dramático.

Mas o Racing resistiu à pressão e faturou seu primeiro título de Libertadores.

Ainda naquele 1967, a Academia viria a ser o primeiro time argentino campeão mundial de clubes meses depois, superando os escoceses do Celtic.

O Brasil voltou a participar da Libertadores nesta edição, mas apenas com um representante, o Cruzeiro, vice da Taça Brasil de 1966. Isso porque o campeão Santos desistiu. Naqueles tempos a Libertadores não tinha o mesmo apelo que tem hoje para os times brasileiros. Em vez de arriscar a integridade física dos seus grandes astros em campo (a violência era uma preocupação) e ter de lidar com arbitragens polêmicas, ambientes hostis, o glorioso Santos, de Pelé, preferia lucrar com rendas maiores jogando grandes clássicos estaduais e nacionais, e mesmo torneios internacionais. Era mais interessante do ponto de vista financeiro e mesmo em termos de glamour.

Tri do Estudiantes em 1968-1969-1970

(Foto: Wikimedia Commons)

Depois de Independiente e Racing, o Estudiantes foi o próximo time argentino a fazer história na Libertadores. Mais do que isso, iniciou um longo período de hegemonia continental com quatro finais seguidas e três títulos conquistados, entre 1968 e 1971.

O título da Libertadores 1968 veio contra o brasileiro Palmeiras. Na primeira partida do playoff, jogada no estádio Ciudad de La Plata, vitória do Estudiantes por 2 a 1.

Dias depois, em partida no estádio do Pacaembu, em São Paulo, 3 a 1 para o alviverde, resultado que obrigou à realização de partida de desempate em Montevidéu, que terminaria com triunfo argentino por 2 a 0.

Juan Ramón Verón, ou “La Bruja” (“A Bruxa”) foi um dos grandes jogadores que ajudou aquela equipe do Estudiantes, clube fora do seleto grupo dos cinco maiores da Argentina (Boca Juniors, River Plate, San Lorenzo e os dois times de Avellaneda), a vencer pela primeira vez um torneio oficial na era profissional. Anos depois o filho dele, outro craque do futebol daquele país, Juan Sebastian Verón, apelidado no diminutivo – “La Brujita” -, também se consagraria campeão da Libertadores.

O bicampeonato do Estudiantes da Libertadores veio em cima do Nacional, do Uruguai, em apenas dois jogos: triunfo por 1 a 0 em Montevidéu, e depois por 2 a 0 em La Plata.

A Associação de Futebol da Argentina (AFA) não inscreveu clubes daqueles país para as outras duas outras vagas (para campeão e vice) as quais tinha direito na competição. Apenas o então atual campeão, Estudiantes, representou a Argentina na competição. Do Brasil, nenhum. A alegação da CBD (hoje CBF) foi de dificuldade para definir os representantes. A Taça Brasil, torneio que na época dava as vagas, foi bastante caótica em 1968, chegando a durar 14 meses (iniciou em agosto e só terminou em outubro de 1969, quando a própria edição da Libertadores já havia sido encerrada). Uma possível alternativa era a indicação de Santos e Internacional, respectivamente campeão e vice em 1968 de outra competição, a Taça Roberto Gomes Pedrosa, mas os clubes declinaram.

Se na Libertadores anterior o Estudiantes superou o Nacional, para chegar ao tricampeonato, em 1970, teve pela frente outro gigante uruguaio, Peñarol, vencendo por 1 a 0 em casa, e depois voltando de Montevidéu com um 0 a 0, em partida disputada no estádio Centenário.

Essa edição da Libertadores foi a terceira e última que o Brasil não contou com representantes, dessa vez por discordância da CBD (hoje CBF) em relação ao período de realização: 11 de fevereiro a 27 de maio. A entidade alegou que poderia atrapalhar a preparação da Seleção para a Copa do Mundo que seria realizada no México, com estreia brasileira contra a Tchecoslováquia já em 3 de junho daquele ano. A violência do torneio da Conmebol também foi outra justificativa. Como todos os atletas da Seleção atuavam nos times locais, havia receio quanto ao risco de lesões deles, caso estivessem em ação na competição sul-americana.

Nacional enfim consegue superar argentinos em 1971

Após amargar três vices da Libertadores para equipes da Argentina (derrotas para Independiente em 1964, Racing em 1967 e Estudiantes em 1969), o Nacional (URU) conseguiu, enfim, superar um argentino na decisão de 1971 e faturar a sua primeira Copa Libertadores da América. E com direito a pôr fim a era de conquistas do Estudiantes, seu algoz dois anos antes.

(Foto: Wikimedia Commons)

Copa Libertadores da América de 1971
Campeão: Nacional (URU)
Vice: Estudiantes (ARG)
Período de disputa: 29 de janeiro a 9 de junho

Participantes: Barcelona de Guayaquil e Emelec (EQU), Boca Juniors, Estudiantes e Rosário Central (ARG), Cerro Porteño e Guaraní (PAR), Chaco Petrolero e The Strongest (BOL), Colo-Colo e Unión Española (CHI), Deportivo Cali e Junior Barranquilla (COL), Deportivo Galicia e Deportivo Italia (VEN), Fluminense e Palmeiras (BRA), Nacional e Peñarol (URU) e Sporting Cristal e Universitario (PER).

Independiente conquista tetra seguido de 1972 a 1975

Nunca a Copa Libertadores viu um domínio tão grande. Quatro títulos seguidos. Façanha do Independiente, o Rei de Copas, que assim chegava a um total de seis taças da principal competição de clubes do continente.

(Foto: Wikimedia Commons)

Isso graças a jogadores marcantes, como os goleiros Miguel Ángel Santoro (ídolo do clube, remanescente do time bicampeão da América 1964-1965), a José Pérez (campeão de 1975, conhecido como “rey del penal”, especialista que era para defender penalidades máximas) e ao lateral esquerdo uruguaio e capitão, Ricardo Pavoni (o bigodudo da foto acima), cinco vezes campeão da Libertadores pelo clube (1965-1972-1973-1974-1975)

Destaque também para o igualmente vitorioso zagueiro Francisco Pancho Sá, maior campeão da história da Libertadores (ganhou o tetra seguido pelo Independiente e mais dois títulos com a camisa do Boca Juniors), ao clássico camisa 10 Ricardo Bochini, com mais de 700 jogos pelos Rojos (1972 a 1991).

Bochini, que também ficou conhecido como o ídolo de infância simplesmente do gênio do futebol argentino, Diego Armando Maradona. Outro destaque: Daniel Bertoni, talentoso atacante.

O primeiro dos quatro títulos seguidos foi conquistado em 1972, em cima do Universitario (Peru), com um empate sem gols na primeira partida, no Estádio Nacional, em Lima, e depois com vitória em casa, por 2 a 1, em Avellaneda.

Copa Libertadores da América de 1972
Campeão: Independiente (ARG)
Vice: Universitario (PER)
Período de disputa: 30 de janeiro a 29 de maio

Participantes: Alianza Lima e Universitario (PER), América e Barcelona de Guayaquil (EQU), Atlético-MG e São Paulo (BRA), Atlético Nacional e Santa Fe (COL), Cerro Porteño e Olimpia PAR), Chaco Petrolero e Oriente Petrolero (BOL), Deportivo Italia e Valencia (VEN), Independiente e Rosário Central (ARG), Nacional e Peñarol (URU) e Unión San Felipe e Universidad de Chile (CHI).

Na Libertadores de 1973, os Rojos superaram o Colo Colo na final: triunfo por 2 a 1 no terceiro e decisivo jogo, em Montevidéu, após empates por 1 a 1 e 0 a 0 nos jogos em Avellaneda e Santiago, respectivamente.

A competição foi jogada entre 2 de fevereiro e 6 de junho, e contou com 19 clubes, entre os quais Palmeiras e Botafogo, respectivamente campeão e vice do Brasileirão de 1972.

Em 1974, o Independiente ergueu a taça após três duelos contra o São Paulo. No primeiro jogo, disputado no Pacaembu, com vitória tricolor por 2 a 1.

Dias depois o Independiente deu o troco e bateu o time paulista por 2 a 0 em Avellaneda, obrigando à realização de partida de desempate no Estádio Nacional, de Santiago, com triunfo dos Rojos por 1 a 0, gol do campeoníssimo zagueiro uruguaio Ricardo Pavoni.

A Libertadores de 1974 foi disputada entre 5 de fevereiro e 19 de outubro e teve, além do São Paulo, o Palmeiras como representante nacional. Estiveram no mesmo grupo (2), na primeira fase.

Nos confrontos, duas vitórias tricolores: 2 a 0 no Morumbi, e 3 a 0 no Parque Antártica.

O Independiente chegou ao tetracampeonato seguido em 1975 (a sexta conquista de sua rica história) contra o Unión Española, do Chile.

A decisão começou com triunfo chileno por 1 a 0 no Estádio Nacional, em Santiago. Depois, os Rojos fizeram 3 a 1 na Argentina.

E no jogo de desempate uma vitória por 2 a 0 no Defensores del Chaco, em Assunção, Paraguai, consagrou o Independiente mais uma vez.

Aquela edição de 1975 foi disputada entre 16 de fevereiro e 29 de junho. Teve 21 clubes, entre os quais Vasco, campeão brasileiro do anterior, e Cruzeiro, vice.

1976 – Cruzeiro, o primeiro brasileiro campeão da Libertadores após o Santos de Pelé

Desde o bicampeonato do Santos, de Pelé, em 1962-1963 o Brasil não tinha um campeão da Copa Libertadores da América. Eis que a fila terminou em 1976 com a conquista do Cruzeiro.

O time mineiro superou os argentinos do River Plate em três jogos, em campanha que teve emoção do começo ao fim.

Darci, Piazza, Morais, Nelinho, Vanderlei e Raul. Eduardo, Zé Carlos, Palhinha, Jairzinho e Joãozinho, o Cruzeiro da conquista da primeira Libertadores (Foto: Conmebol)

Copa Libertadores da América de 1976
Campeão: Cruzeiro (BRA)
Vice: River Plate (ARG)
Período de disputa: 25 de fevereiro a 30 de julho

Participantes: Alfonso Ugarte e Alianza Lima (PER), Bolívar e Guabirá (BOL), Cruzeiro e Internacional (BRA), Deportivo Cuenca e LDU (EQU), Deportivo Galicia e Portuguesa de Acarigua (VEN), Estudiantes, Independiente e River Plate (ARG), Millonarios e Santa Fe (COL), Nacional e Peñarol (URU), Olimpia e Sportivo Luqueño PAR), Palestino e Unión Española (CHI).

O time cruzeirense sofreu um baque com a perda do seu atacante titular Roberto Batata, morto em um acidente de carro, horas depois de a equipe retornar ao Brasil da vitória no Peru sobre o Alianza Lima, por 4 a 0 (Batata fez um dos gols), em 12 de maio.

Após longa viagem, que teve conexão no Rio de Janeiro, o jogador, mesmo sem dormir direito, resolveu pegar o carro e dirigir até Três Corações, no sul de Minas Gerais, para buscar a esposa Denise e o filho Leonardo, de 11 anos.

Quis o destino que a viagem não fosse concluída. Na altura do quilômetro 182 da Rodovia Fernão Dias, o automóvel guiado por Batata bateu de frente com um caminhão, e o ídolo celeste morreu na hora.

Mas a vida segue e o Cruzeiro foi em busca da taça. O time voltou a jogar contra o próprio Alianza, só que em Belo Horizonte, no dia 20 de maio.

Goleou os peruanos por 7 a 1, vitória que os jogadores dedicaram a Batata, um ótimo ponta e que coincidentemente usava justamente a camisa de número 7.

A classificação à decisão daquela Libertadores veio após novo triunfo, dias depois, sobre a LDU (EQU), por 4 a 1.

A final começou com nova goleada, 4 a 1 sobre o River, no estádio do Mineirão. Já na Argentina, no Monumental de Núñez, a “Raposa” cairia, 2 a 1 para o time do goleiro Fillol, do zagueiro Perfumo, do meia Alejandro Sabella e dos atacantes Luque e Más.

Houve muita reclamação da arbitragem, em especial pelo segundo gol argentino, por conta de falta no goleiro Raul.

Vale lembrar que Sabella é o mesmo que, anos depois, no papel de treinador, comandaria a seleção argentina na final da Copa do Mundo de 2014, no Brasil, contra a Alemanha, vencedora do torneio.

No terceiro e decisivo jogo de desempate, novamente no Estádio Nacional, no Chile, o ponta-esquerda Joãozinho acabou como o herói improvável (e irresponsável) no último ato naquela emocionante campanha. Foi dele o gol do inédito título.

Curiosamente, se dependesse do técnico, Zezé Moreira, jamais isso teria acontecido. Irritado, por pouco o treinador não agrediu o jogador no vestiário após a conquista, tamanha era a sua ira.

A explicação: o jogo estava empatado, 2 a 2 (gols cruzeirenses marcados por Nelinho e Eduardo, enquanto Más e Urquiza fizeram para o River), tempo regulamentar já quase esgotado e falta na entrada da área. Praticamente o último lance do jogo.

Com Nelinho, um dos maiores batedores em campo, óbvio que a bola era dele. Eis que Joãozinho ignorou essa hierarquia técnica, digamos, bateu e…fez o gol. Cruzeiro, campeão da Libertadores pela primeira vez.

Festa para a equipe de Raul Plassmann, Nelinho, Wilson Piazza, Eduardo, Palhinha, Jairzinho, que não atuou naquela decisão, Joãozinho e de Roberto Batata.

Boca bicampeão em 1977-1978

Os anos de 1977 e 1978 marcaram os dois primeiros títulos do hoje segundo time mais vencedor da Libertadores, o gigante argentino Boca Juniors.

E o primeiro deles já seria em cima de um representante do Brasil, país cujos times mais sofreram ao longo da história da competição em decisões contra os “xeneizes” (“genoveses”, no dialeto dos imigrantes italianos que fundaram o bairro do time, La Boca).

Copa Libertadores da América de 1977
Campeão: Boca (ARG)
Vice: Cruzeiro (BRA)
Período de disputa: 9 de março a 14 de setembro

Participantes: Alfonso Union Huaral e Sport Boys (PER), Atlético Nacional e Deportivo Cali (COL), Boca Juniors e River Plate (ARG), Bolívar e Oriente Petrolero (BOL), Corinthians, Cruzeiro e Internacional (BRA), Defensor e Peñarol (URU), Deportivo Cuenca e El Nacional (EQU), Estudiantes de Mérida e Portuguesa (VEN), Everton e Universidad de Chile (CHI) e Libertad e Olimpia PAR).

O Boca Juniors chegou ao bicampeonato na temporada seguinte em decisão contra o Deportivo Cali, primeiro time colombiano a chegar à final da competição sul-americana, que em 1978 teve 21 equipes, entre as quais São Paulo e Atlético-MG, campeão e vice do Campeonato Brasileiro do ano anterior.

No primeiro jogo na Colômbia, empate sem gols. Mas na volta o Deportivo Cali não resistiu à pressão da Bombonera, sendo atropelado pelo Boca: 4 a 0 para os xeneizes. Foi o 12.º título argentino em 19 edições de Libertadores.

Olimpia fatura primeiro título paraguaio em 1979

Até então apenas com argentinos, uruguaios e brasileiros campeões, a Libertadores viu uma novidade na edição de 1979 com o título do Olimpia, do Paraguai, superando o então bicampeão Boca Juniors.

Vitória paraguaia por 2 a 0 em casa, no estádio Defensores del Chaco, em Assunção, e depois empate por 0 a 0 na volta, na temida Bombonera, em Buenos Aires.

Copa Libertadores da América de 1979
Campeão: Olimpia (PAR)
Vice: Boca (ARG)
Período de disputa: 24 de fevereiro a 27 de julho

Participantes: Alianza Lima e Universitario (PER), Boca Juniors, Independiente e Quilmes (ARG), Bolívar e Jorge Wilstermann (BOL), Deportivo Cali e Millonarios (COL), Deportivo Galicia e Portuguesa (VEN), El Nacional e Técnico Universitário (EQU), Guarani e Palmeiras (BRA), Nacional e Peñarol (URU), O’Higgins e Palestino (CHI) e Olimpia e Sol de América PAR).

Anos 1980 e 1990 – É o Brasil na Libertadores

(Foto: montagem/reprodução)

Diferentemente das primeiras duas décadas, os anos 1980 e 1990 da Libertadores já não foram de supremacia argentina, sendo superados pelos brasileiros.

Foram cinco novos times entrando para o seleto grupo de campeões do torneio: Grêmio e São Paulo (duas conquistas cada), além de Flamengo, Vasco e Palmeiras (um título cada). E o Cruzeiro ainda levantou a sua segunda taça.

Assim, foram oito títulos brasileiros no período, contra cinco dos argentinos, sendo três campeões inéditos: o gigante River Plate (duas conquistas), Argentinos Juniors e Vélez Sarsfield (um título cada), além da sétima Libertadores do Rei de Copas Independiente.

1980 – Uruguaios voltam a levantar a taça

Os anos 1980 começaram com o futebol uruguaio voltando a conquistar a Libertadores após quase uma década. O tradicional Nacional, último campeão daquele país a erguer a taça, em 1971, voltou a ser campeão na edição de 1980, em decisão contra o brasileiro Internacional.

Copa Libertadores da América de 1980
Campeão: Nacional (URU)
Vice: Internacional (BRA)
Período de disputa: 16 de fevereiro a 6 de agosto

Participantes: América de Cali e Santa Fe (COL), Atlético Chalaco e Sporting Cristal (PER), Cerro Porteño, Olimpia e Sol de América PAR), Colo-Colo e O’Higgins (CHI), Defensor e Nacional (URU), Deportivo Galicia e Deportivo Táchira (VEN), Emelec e Universidad Católica (EQU), Internacional e Vasco da Gama (BRA), Oriente Petrolero e The Strongest (BOL) e River Plate e Vélez Sarsfield (ARG).

1981, o ano do Flamengo, de Zico

Clube mais popular do Brasil, o Flamengo escreveria o seu nome na galeria de campeões da Copa Libertadores da América a partir de 1981. Zico, seu maior craque e líder daquele time, foi o artilheiro daquela edição, com 11 gols.

(Foto: reprodução/site da Conmebol)

O Flamengo classificou-se para a disputa de sua primeira Libertadores após se sagrar campeão do Campeonato Brasileiro de 1980, em decisão contra o Atlético-MG, que também assegurou a sua presença no torneio sul-americano (pela segunda vez). Ambos ficaram no mesmo grupo (3), juntamente com dois paraguaios, Cerro Porteño e Olimpia.

O Mengão estreou justamente contra o Galo, no estádio do Mineirão, em Belo Horizonte. Empate por 2 a 2, no dia 3 de julho. Os rivais repetiram o placar em reencontro no dia 7 de agosto, no Maracanã.

Ao final daquela primeira fase, Flamengo e Atlético terminaram na liderança do grupo, com a mesma campanha: duas vitórias, quatro empates e total de 8 pontos. Pelo regulamento, teriam que jogar um jogo de desempate, no dia 21 de agosto, em campo neutro (estádio Serra Dourada, em Goiânia) para definir o classificado.

Por ter melhor saldo de gols, o Flamengo avançava com um empate, que foi justamente o que ocorreu: 0 a 0. Mas o confronto foi marcado por muita polêmica, tendo sido encerrado ainda no primeiro tempo, por número insuficiente de jogadores atleticanos em campo.

O árbitro daquela partida (escolhido pelas duas diretorias) José Roberto Wright expulsou cinco jogadores do Galo mineiro (Reinaldo, Éder, Chicão, Palhinha e o goleiro João Leite), além de todo o banco de reservas da equipe.

O jogo era intenso, faltoso, com entradas violentas, e Wright nada disposto a acalmar os jogadores dos dois times. Ao contrário, o árbitro dava broncas, cartões e ameaçava os atletas de expulsão.

Eis que momentos antes do primeiro vermelho para o atleticano, Reinaldo, o apitador avisou aos capitães que colocaria jogador para fora na próxima falta mais dura. Dito e feito.

(Imagem: reprodução)

Aos 32 minutos de partida, atacante do Galo atingiu o craque rubro-negro Zico com uma tesoura por trás, atingindo o tornozelo direito, e foi expulso na hora por Wright.

Um minuto depois, Éder, que já tinha recebido cartão amarelo, levou o vermelho e acabou expulso por trombar com Wright de forma proposital.

Em seguida todos os atletas do banco do Galo e comissão técnica invadiram o campo. Revoltados, jogadores xingam o árbitro e são advertidos com cartões. Chicão e Palhinha são os próximos expulsos, assim como todos do banco, pela confusão.

O Atlético-MG tinha apenas sete jogadores, até então o número mínimo para o jogo seguir, e nenhum reserva. Mas Wright ainda expulsaria mais um, o goleiro João Leite, por cera, fingir sofrer uma contusão para finalizar a partida.

Com apenas seis atletas atleticanos em campo, o árbitro encerrou o jogo aos 37 minutos, e a vitória foi dada ao Flamengo, por W.O., com o rubro-negro avançando na competição.

Nas semifinais, os cariocas caíram no mesmo grupo com Jorge Wilstermann e Deportivo Cali, passando com 100% de aproveitamento (vitórias por 1 a 0 na Colômbia e por 2 a 1 na Bolívia, e depois, no Maracanã, no Rio de Janeiro, 3 a 0 no Deportivo Cáli e 4 a 1 no Jorge Wilstermann).

Dessa maneira, o Mengão chegaria à decisão contra o surpreende Cobreloa, do Chile, que eliminou os gigantes uruguaios Peñarol e Nacional.

O Flamengo conquistou o inédito título da Libertadores de 1981 após três partidas. A primeira delas, disputada em 13 de novembro, no Maracanã, terminou com triunfo rubro-negro por 2 a 1, com dois gols de Zico.

Na volta, em Santiago, uma semana depois, confronto marcado pela violência dos chilenos, o Cobreloa deu o troco e venceu por 1 a 0, no Estádio Nacional.

Marcado para um campo neutro, o estádio Centenário, de Montevidéu, em 23 de novembro, o jogo de desempate acabou em vitória flamenguista por 2 a 0, novamente com ambos os gols marcados pelo seu maior ídolo.

Ainda no fim daquele 1981, o Flamengo conquistaria também o Mundial de Clubes diante dos ingleses do Liverpool.

Peñarol conquista quarto título em 1982

Após 16 anos, o Peñarol voltaria a erguer a taça de campeão da Libertadores em 1982. Os Carboneros enfrentaram o Cobreloa, do Chile, finalista da edição passada. A decisão começou em Montevidéu, com empate sem gol, em partida disputada no estádio Centenário. Na volta, no Estádio Nacional, em Santiago, vitória do Peñarol por 1 a 0.

Copa Libertadores da América de 1982
Campeão: Peñarol (URU)
Vice: Cobreloa (CHI)
Período de disputa: 7 de março a 30 de novembro

Participantes: Atlético Nacional e Deportes Tolima (COL), Barcelona de Guayaquil e LDU (EQU), Boca Juniors e River Plate (ARG), Cobreloa e Colo-Colo (CHI), Defensor e Peñarol (URU), Deportivo Municipal e Melgar (PER), Deportivo Táchira e Estudiantes de Mérida (VEN), Flamengo, Grêmio e São Paulo (BRA), Olimpia e Sol de América (PAR) e Jorge Wilstermann e The Strongest (BOL).

Grêmio desbanca campeão e conquista a América pela 1ª vez em 1983

Atual tricampeão da América, o “copero” Grêmio conquistaria a sua primeira taça da Libertadores da América em 1983, e justamente em cima do atual campeão e uma das mais pesadas camisas do torneio, Peñarol.

(Foto: reprodução/site do Grêmio)

Era apenas a segunda vez que o Tricolor gaúcho disputava a competição. Havia caído, ainda na primeira fase da edição passada, superado justamente pelo Peñarol, que na oportunidade assegurou a vaga como primeiro colocado daquele grupo, que ainda contava com outro uruguaio, Defensor, e outro brasileiro, São Paulo, também acima do Grêmio na pontuação, mas igualmente eliminado.

De acordo com o regulamento da época, só o campeão da chave avançava às semifinais, exatamente como ocorreu na Libertadores de 1983, quando os gremistas deixaram para trás o Flamengo, com 11 pontos totais, contra 6 dos rubro-negros.

Nos dois confrontos entre os brasileiros no grupo, empate por 1 a 1, no dia 4 de março, no estádio Olímpico, em Porto Alegre, e vitória do Grêmio por 3 a 1, em 5 de junho, em pleno Maracanã, no Rio de Janeiro. O Flamengo já entrou em campo eliminado.

As semifinais contaram com os cinco campeões de grupos, além do então atual campeão Peñarol. Nessa fase, os times foram divididos em dois grupos, com três times cada. O do Grêmio contava com Estudiantes (ARG) e América de Cali (COL).

O Tricolor avançou à decisão após conquistar duas vitórias no estádio Olímpico, ambas por 2 a 1, e arrancar um importante empate por 3 a 3, em La Plata, contra os argentinos, partida que ficou conhecida como “A Batalha de La Plata”.

Os gols do Grêmio foram marcados por Osvaldo, César e pelo então jovem atacante Renato Portaluppi, hoje treinador e considerado um dos maiores ídolos do clube, autor dos dois gols do título mundial gremista ainda naquele ano, nos 2 a 1 sobre o alemão Hamburgo.

Com 5 pontos, restou aos gremistas torcer contra o Estudiantes, que fechava a sua participação na Colômbia, contra o América de Cali. Após empate sem gols, os argentinos terminaram um ponto atrás do time brasileiro.

Iniciando a decisão da Libertadores de 1983 fora de casa, o Grêmio arrancou empate, por 1 a 1, em um estádio Centenário com 70 mil pessoas. Tita marcou o gol gremista, logo aos 12 minutos de partida. Um dos destaques do time carbonero, Fernando Morena, foi o autor do gol uruguaio.

Também em um estádio Olímpico lotado, com mais de 70 mil, o Grêmio fez história no dia 28 de julho. O Tricolor abriu o marcador logo aos dez minutos de partida. Gol de Caio.

O empate do Peñarol veio aos 25 da etapa final. Mais um gol de Morena na decisão. Mas César, que tinha entrado pouco antes, aproveitando cruzamento de Renato, fez de cabeça o gol do título aos 31 minutos.

Com sangue escorrendo pela cabeça, imagem que marcou aquela conquista, o capitão Hugo De León ergueu a taça. O zagueiro uruguaio já havia vencido a Libertadores, há três anos, pelo Nacional, rival do Peñarol, e pelo qual voltaria a ganhar o torneio em 1988.

1984 a 1986 – Argentinos voltam a conquistar com Independiente, Argentino Juniors e River Plate

Após seis anos sem títulos, o futebol argentino voltaria a ganhar uma edição de Libertadores, e logo três campeonatos em sequência, a começar pela sétima e até então última conquista do Independiente, superando o campeão Grêmio, que novamente chegava a uma decisão. O Rei de Copas arrancou uma vitória na ida, por 1 a 0, em pleno estádio Olímpico, em Porto Alegre, e assegurou a taça com um 0 a 0 em Avellaneda.

Copa Libertadores da América de 1984
Campeão: Independiente (ARG)
Vice: Grêmio (BRA)
Período de disputa: 11 de fevereiro a 27 de julho

Participantes: América de Cali e Junior Barranquilla (COL), Blooming e Bolivar (BOL), Danubio e Nacional (URU), El Nacional e 9 de Octubre (EQU), Estudiantes e Independiente (ARG), Flamengo, Grêmio e Santos (BRA), O’Higgins e Universidad Católica (CHI), Olimpia e Sportivo Luqueño (PAR), Melgar e Sporting Cristal (PER) e ULA e Portuguesa (VEN).

Na edição seguinte, o Argentino Juniors surpreendeu ao vencer o torneio continental pela primeira e única vez em sua história, superando o colombiano América de Cali somente no terceiro jogo do confronto. Após vitórias por 1 a 0 para cada lado, a partida desempate, disputada no Defensores del Chaco, em Assunção, terminou empatada por 1 a 1 e nos pênaltis o Argentino fez 5 a 4 e celebrou a conquista.

Copa Libertadores da América de 1985
Campeão: Argentino Juniors (ARG)
Vice: América de Cali (COL)
Período de disputa: 3 de março a 24 de outubro

Participantes: América de Cali e Millonarios (COL), Argentinos Juniors, Ferro Carril Oeste e Independiente (ARG), Bella Vista e Peñarol (VEN), Blooming e Oriente Petrolero (BOL), Cerro Porteño e Guaraní (PAR), Colo-Colo e Magallanes (CHI), Deportivo Italia e River Plate (ARG), El Nacional e 9 de Octubre (EQU), Fluminense e Vasco da Gama (BRA) e Sport Boys e Universitario (PER).

Já na Libertadores de 1986 foi a vez do River Plate, um dos gigantes do futebol argentino, enfim ser campeão da América. Uma vez mais os colombianos do América de Cali amargaram um vice-campeonato, sendo que dessa vez perderam as duas partidas: 2 a 1 em casa, na Colômbia, e 1 a 0 no Monumental de Núñez, na capital argentina.

Copa Libertadores da América de 1986
Campeão: River Plate (ARG)
Vice: América de Cali (COL)
Período de disputa: 12 de março a 29 de outubro

Participantes: América de Cali e Deportivo Cali (COL), Bangu e Coritiba (BRA), Barcelona e Deportivo Quito (EQU), Boca Juniors e River Plate (ARG), Bolívar e Jorge Wilstermann (BOL), Cobresal e Universidad Católica (CHI), Montevideo Wanderers e Peñarol (URU), Nacional e Olimpia (PAR) e Universitario e UTC (PER).

1987 e 1988 – Os últimos títulos uruguaios na Libertadores

Um dos países de maior tradição na Libertadores, o Uruguai veria seus últimos campeões nas edições de 1987 e 1988 do torneio, com Penarol e Nacional, respectivamente.

Os Carboneros fariam com que pela terceira vez consecutiva o América de Cali ficasse apenas com o vice. O playoff final da Libertadores de 1988 iniciou com vitória colombiana na ida, em Cáli, por 2×0, mas os uruguaios venceram os dois jogos seguintes, por 2 a 1 em Montevidéu e por 1 a 0 na partida de desempate, disputada em Santiago, assegurando o seu quinto título.

Copa Libertadores da América de 1987
Campeão: Peñarol (URU)
Vice: América de Cali (COL)
Período de disputa: 6 de março a 31 de outubro

Participantes: Alianza Lima e San Agustín (PER), América de Cali e Deportivo Cali (COL), Barcelona de Guayaquil e El Nacional (EQU), Cobreloa e Colo-Colo (CHI), Deportivo Táchira e Estudiantes de Mérida (VEN), Guarani, River Plate e São Paulo (BRA), Independiente e Rosario Central (ARG), Olimpia e Sol de América (PAR), Oriente Petrolero e The Strongest (BOL) e Peñarol e Progresso (URU).

Já o Nacional chegou ao seu terceiro título de Libertadores em 1988, derrotando o Newell’s Old Boys em dois jogos. No primeiro, disputado no Gigante de Arroyito, campo do Rosario Central, o Newell’s fariam 1 a 0. E na volta, no Centenário, o Nacional venceu por 3 a 0. Apesar do melhor saldo, o regulamento daquela edição só considerava o critério de desempate (nesse caso, em favor dos uruguaios) após uma obrigatória prorrogação de 30 minutos. Por isso, foi preciso jogar o tempo extra e, como os argentinos nada conseguiram para reverter a desvantagem no saldo, o placar não se alterou, e o Nacional ergueu a taça, a terceira e até hoje a última de sua história.

Copa Libertadores da América de 1988
Campeão: Nacional (URU)
Vice: Newell’s Old Boys (ARG)
Período de disputa: 29 de junho a 26 de outubro

Participantes: Alianza Lima e Universitario (PER), América de Cali e Millonarios (COL), Bolívar e Oriente Petrolero (BOL), Cerro Porteño e Olimpia (PAR), Colo-Colo e Universidad Católica (CHI), Deportivo Táchira e Marítimo (VEN), Filanbanco e Barcelona de Guayaquil (EQU), Guarani e Sport Recife (BRA), Nacional, Montevideo Wanderers e Peñarol (URU), Newell’s Old Boys e San Lorenzo (ARG).

Final sem Argentina, Brasil e Uruguai em 1989

Edição sem finalista argentino, brasileiro ou uruguaio, a Libertadores de 1989 teve a sua final disputada por Atlético Nacional, da Colômbia, e Olimpia, do Paraguai.

Após vitórias como mandantes, ambas por 2 a 0, o torneio foi decidido nas penalidades, na partida de volta, do estádio El Campín, em Bogotá, com triunfo do time de Medellín por 5 a 4.

O folclórico goleiro René Higuita, que além de ter sido feliz no papel de cobrador, defendeu quatro cobranças, três delas já na chamada fase de alternadas, além de contar com a sorte ao ver um paraguaio mandar a bola por cima de sua meta.

Copa Libertadores da América de 1989
Campeão: Atlético Nacional (COL)
Vice: Olimpia (PAR)
Período de disputa: 12 de fevereiro a 31 de maio

Participantes: Atlético Nacional e Millonarios (COL), Bahia e Internacional (BRA), Boca Juniors e Racing (ARG), Bolívar e The Strongest (BOL), Cobreloa e Colo-Colo (CHI), Danubio, Nacional e Peñarol (URU), Deportivo Quito e Emelec (EQU), Deportivo Táchira e Marítimo (VEN), Olimpia e Sol de América (PAR) e Universitario e Sporting Cristal (PER),

1990 – Segundo título do Olimpia

Derrotados na temporada passada, os paraguaios do Olimpia tiveram mais felicidade na final seguinte, chegando ao título na Libertadores de 1990, com triunfo sobre o Barcelona de Guayaquil.

Vitória por 2 a 0 na ida, no estádio Defensores del Chaco, em Assunção, e empate por 1 a 1 na volta, no Equador, no Estádio Monumental.

Copa Libertadores da América de 1990
Campeão: Olimpia (PAR)
Vice: Barcelona de Guayaquil (EQU)
Período de disputa: 25 de fevereiro a 10 de outubro

Participantes: Atlético Nacional (COL), Barcelona de Guayaquil e Emelec (EQU), Cerro Porteño e Olimpia (PAR), Colo-Colo e Universidad Católica (CHI), Defensor e Progreso (URU), Grêmio e Vasco da Gama (BRA), Independiente e River Plate (ARG), Mineros e Pepeganga (VEN), Oriente Petrolero e The Strongest (BOL) e Sporting Cristal e Unión Huaral (PER),

Colo-Colo campeão em 1991

Terceiro ano seguido sem finalista de Argentina, Brasil e Uruguai, a Libertadores de 1991 teve novamente os paraguaios do Olimpia na decisão, mas o título ficou, mesmo, com o Colo-Colo, do Chile, que empatou por 0 a 0 em Assunção e fez 3 a 0 na volta, em Santiago. Conquista inédita, a única até hoje de equipe daquele país.

Copa Libertadores da América de 1991
Campeão: Colo-Colo (CHI)
Vice: Olimpia (PAR)
Período de disputa: 20 de fevereiro a 5 de junho

Participantes: América de Cali e Atlético Nacional (COL), Atlético Colegiales, Cerro Porteño e Olimpia (PAR), Barcelona de Guayaquil e LDU (EQU), Bella Vista e Nacional (URU), Boca Juniors e River Plate (ARG), Bolívar e Oriente Petrolero (BOL), Corinthians e Flamengo (BRA), Colo-Colo e Deportes Concepción (CHI), Deportivo Táchira e Marítimo (VEN) e Universitario e Sport Boys (PER).

1992 a 1999 – Times brasileiros dominam Libertadores

O futebol brasileiro viveu o seu primeiro período dominante na Libertadores entre 1992 e 1999, com impressionantes seis títulos em oito edições, a começar pelo na época inédito bicampeonato do São Paulo, do técnico Telê Santana.

Zetti, Cafu, Antônio Carlos, Ronaldão e Ivan; Adílson, Pintado e Raí (capitão); Muller (Macedo), Palhinha e Elivélton. Essa foi a escalação do São Paulo, de Telê Santana, na final contra o Newell’s Old Boys, no Morumbi (Foto: reprodução/site do São Paulo)

Vice em 1974, o Tricolor do Morumbi ergueu a sua primeira taça da Libertadores em 1992. Na equipe do chamado “Mestre” Telê, jogadores marcantes na história do clube, como o lateral Cafu, os meias Raí e Palhinha e o atacante Müller.

A eles se junta outra bandeira tricolor, o goleiro Zetti, herói da final contra o time argentino Newell’s Old Boys, no Morumbi, ao pegar a última cobrança de Gamboa, na decisão por pênaltis que definiu o campeão daquela edição.

No tempo regulamentar, uma vitória para cada lado, ambas por 1 a 0. Raí, cobrando penalidade, fez o gol que permitiu aquela disputa de penais.

Entrando direto nas oitavas de finais, o São Paulo chegaria ao bi da Libertadores no ano seguinte, contra a Universidad Católica, em uma final bem mais tranquila.

No primeiro duelo, no Morumbi, os comandos de Telê aplicaram uma goleada por 5 a 1 – gols de López (contra), Vítor, Gilmar, Raí e Müller para o time brasileiro; e Almada para os chilenos -, o que deu tranquilidade para a partida de volta, em Santiago.

A Católica até conseguiu vencer o jogo por 2 a 0, mas o resultado foi insuficiente diante de tão folgado saldo de gols tricolor na ida.

Chivalert impede tri são-paulino e dá título a argentino Vélez

São Paulo duas vezes campeão da América, poderia ter chegado ao tri, mas acabaria derrotado na final de 1994 pelos argentinos do Vélez Sarsfield.

Goleiro paraguaio José Luis Chilavert, herói da decisão por pênaltis contra o São Paulo, com a taça de campeão da Libertadores 1994 (Foto: reprodução/site da Conmebol)

A exemplo da edição de 1992, vitórias por 1 a 0 de ambos no tempo normal e campeonato definido em disputa por pênaltis. No entanto, dessa vez de final amargo para o Tricolor paulista. O catimbeiro e pegador de penais goleiro José Luis Chilavert defendeu a cobrança de Palhinha, e os argentinos fizeram a festa em pleno Morumbi.

Sob comando de Felipão, Grêmio conquista segunda Libertadores

Na Libertadores de 1995 foi a vez de outro Tricolor, o gaúcho Grêmio, chegar à sua segunda conquista sul-americana. Comandado por Luiz Felipe Scolari, o time que tinha o lateral Arce e a dupla de ataque Jardel e Paulo Nunes, entre outros destaques,

Escalação do Grêmio na final da Libertadores 1995 contra o Atlético Nacional: Danrlei; Arce, Rivarola, Adílson e Roger; Dinho, Goiano, Arílson e Carlos Miguel; Paulo Nunes e Jardel. Técnico: Luiz Felipe Scolari (Foto: reprodução/site do Grêmio)

O Tricolor chegou ao bi após superar os colombianos do Atlético Nacional. Placar de 3 a 1 na ida, no estádio Olímpico, em Porto Alegre – Marulanda contra, Jardel e Paulo Nunes marcaram para os gremistas, enquanto Ángel fez o gol dos visitantes.

Na volta, empate por 1 a 1 na volta, em Medellín, no Atanasio Girardot. O gol do Grêmio foi anotado pelo volante Dinho.

(Foto: reprodução)

Em 1996 o gigante River Plate seria o outro “intruso” argentino nesse período de conquistas verde-amarelas na Libertadores, ao faturar aquela edição em final contra o colombiano América de Cali, que havia eliminado, na semifinal, justamente o atual campeão Grêmio.

Os argentinos conseguiram aquele bicampeonato no jogo de volta, no Monumental de Núñez, ao fazerem 2 a 0 (na ida, os colombianos haviam vencido por magro 1 a 0).

Cruzeiro conquista o bi da América em 1997

Depois de São Paulo e Grêmio, o Cruzeiro seria o próximo brasileiro a conquistar seu bicampeonato da Libertadores em 1997, em decisão contra o peruano Sporting Cristal.

(Reprodução: site da Conmebol)

O time mineiro arrancou um empate sem gols no Estádio Nacional, de Lima, assegurando o título no Mineirão, em Belo Horizonte, com vitória por 1 a 0.

Em 1998 foi a vez do Vasco da Gama entrar para o rol de campeões da Libertadores em edição do torneio que contou pela primeira vez com a participação de equipes mexicanas, que disputaram uma fase inicial contra dois times venezuelanos.

América e Chivas Guadalajara avançaram, deixando para trás Atlético Zúlia e Caracas. Outra mudança a partir daquele ano foi no nome do torneio, que ganhou o acréscimo da marca da montadora Toyota: “Copa Toyota Libertadores”.

Vasco alcança inédita Libertadores em 1998

No regulamento de 1998, classificavam-se às oitavas de finais os três melhores de cada um dos cinco grupos, mais o atual campeão Cruzeiro, que foi justamente o primeiro time a ser eliminado pelo Vasco no mata-mata, na caminhada rumo ao título. Depois, os cariocas passaram por outro brasileiro, Grêmio,.

(Reprodução: site da Conmebol)

Em marcante confronto de semifinais contra o River Plate, o cruzmaltino avançou à decisão graças a um inesquecível gol de falta de Juninho Pernambucano, no Monumental de Núñez, que deu o necessário 1 a 1 (o Vasco havia feito 1 a 0 na ida, em São Januário).

Na final, contra o Barcelona de Guayaquil, os vascaínos venceram por 2 a 0 no Rio de Janeiro e depois por 2 a 1 no Equador.

Palmeiras se impõe e conquista a América pela primeira vez

Fechando esse farto período de conquistas de times brasileiros, em 1999 o Palmeiras chegou ao seu primeiro título de Libertadores no dia 16 de junho daquele ano.

O Verdão, que já havia amargado dois vices, em 1961 e 1968, dessa vez soltaria o grito de “campeão” após superar os colombianos do Deportivo Cali na decisão.

(Reprodução: site da Conmebol)

Mas antes daquela final, relembremos toda a trajetória palmeirense: o clube paulista terminou a fase de grupos na segunda posição, com 10 pontos, atrás do rival Corinthians, que fechou com 12.

Nas oitavas de finais, o Palmeiras eliminou o Vasco da Gama, então atual campeão (1 a 1 no primeiro jogo, no Parque Antártica, e triunfo alviverde por 4 a 2 em pleno São Januário).

Nas quartas, o Palmeiras voltou encarar o arquirrival Corinthians, com quem havia compartilhado o mesmo grupo na fase inicial do torneio. O estádio são-paulino Morumbi sediou as duas partidas.

No primeiro duelo, vitória do Verdão por 2 a 0, com o Timão dando o troco no segundo e decisivo jogo: também 2 a 0 ao final do tempo regulamentar.

A igualdade obrigou as equipes a decidirem a vaga na disputa por penalidades. O jovem goleiro Marcos (que viraraia “São Marcos” para a torcida) acabaria como o herói daquela disputa ao defender a cobrança de Vampeta e ver Dinei acertar a trave do gol defendido em outra. Resultado final: Palmeiras 4 a 2.

No ano seguinte, só que em confronto de semifinais, Marcão defenderia cobrança de Marcelinho Carioca, em nova disputa de penais, e uma vez mais faria o Palmeiras levar a melhor sobre o Corinthians na competição sul-americana.

Em 1999, o River Plate foi o adversário do Verdão nas semifinais. No Monumental de Núñez, vitórias dos argentinos por 1 a 0, mas na volta, no Palestra Itália, o alviverde impôs categóricos 3 a 0 e foi à decisão contra o Deportivo Cali.

Assim como o River, os colombianos também ganharam por 1 a 0 o primeiro jogo em seu campo, mas uma vez mais o Palmeiras conseguiria reverter no segundo e decisivo jogo de volta. Dessa vez, porém, com mais emoção.

No tempo normal a partida terminou 2 a 1, com os gols palmeirenses marcados por Evair, de pênalti, e Oséas. Zapata, também de pênalti, fez o gol do Deportivo Cali.

Na soma dos resultados, 2 a 2, e o campeão seria decidido nas disputas de pênaltis. Zinho mandou no travessão a primeira cobrança do Palmeiras, enquanto o goleiro Dudamel, primeiro cobrador do Cali, fez o dele.

Júnior Baiano acalmou a torcida do Verdão ao marcar o seu, assim como também fizeram, na sequência, Gavíria, Roque Júnior e Yepes. Placar de 3 a 2 naquele momento, e o Palmeiras sem direito mais a errar.

Pois foi o isso que aconteceu. Rogério fez o seu, enquanto Bedoya fracassou. Euller conferiu a sua sua cobrança, 4 a 3, com Zapata chutando para fora a cobrança final.

Vitória do Palmeiras, 4 a 3, e festa pela inédita conquista da equipe comandada por Luiz Felipe Scolari, de São Marcos no gol (eleito o melhor jogador do torneio), do lateral-direito paraguaio e exímio cruzador Arce, dos meias talentosos Alex e Zinho, e dos atacantes Paulo Nunes, Oséas e Evair, entre outros destaques.

Anos 2000 e 2010 – Argentina e Brasil duelam

Como nas últimas décadas, nos anos 2000 e 2010 os times argentinos e brasileiros continuaram a dominar a Libertadores. Das 19 edições disputadas, em apenas uma não teve time brasileiro ou argentino na final.

Foram seis confrontos diretos, quatro deles vencidos pelos argentinos. O período teve oito títulos de equipes da Argentina (quatro só do Boca), contra sete de equipes do Brasil.

Boca Juniors ganha mais quatro taças (2000-2001-2003-2007)

Bicampeões em 1977 e 1978, o Boca Juniors iniciaria os anos 2000 repetindo o feito e conquistando dois campeonatos seguidos, em 2000 e 2001. O primeiro deles em decisão contra o Palmeiras, em disputa de pênaltis (4 a 2 para o Boca).

(Reprodução: site da Conmebol)

A equipe, que contava com o talentosíssimo meia Román Riquelme, também tinha no banco o ótimo técnico Carlos Bianchi, que já havia vencido a Libertadores de 1994 comandando o Vélez Sarsfield, também da Argentina.

O goleiro colombiano Óscar Córdoba foi o destaque da final contra o alviverde ao defender dois pênaltis. Os times haviam empatado os dois jogos (2 a 2 na Bombonera, em Buenos Aires, e 0 a 0 no Morumbi, em São Paulo).

O quarto título da história do Boca veio com a eliminação de dois times brasileiros no mata-mata (Vasco nas quartas e Palmeiras nas semifinais) e superando os mexicanos do Cruz Azul na final.

Novamente foi necessária uma disputa de penalidades. Na ida, no estádio Azteca, vitória argentina por 1 a 0. O Cruz Azul deu o troco em plena Bombonera, também 1 a 0, e nos penais deu Boca, 3 a 1.

Na quinta conquista da Libertadores, em 2003, o Boca voltou a castigar um time brasileiro. Dessa vez, foi o Santos, que superou vencendo tanto na Argentina (2 a 0 na Bombonera) quanto em São Paulo (3 a 1 em pleno estádio do Morumbi). Carlos Tévez, um dos destaques daquele time, marcou o primeiro no decisivo triunfo em solo paulista.

O sexto e até então último título do Boca em Libertadores, em 2007, foi novamente para cima de time brasileiro. A vítima foi o Grêmio, que no placar agregado (somando ida e volta) levou um acachapante 5 a 0.

Vitória xeneize por 3 a 0 em seu campo, La Bombonera, e novo triunfo, por 2 a 0, no estádio Olímpico, então casa gremista. O meia clássico Riquelme, destaque, marcou um gol em cada um desses duelos.

Olimpia e Once Caldas campeões em 2002 e 2004

Paraguaio de maior tradição na Libertadores, o Olimpia faturou seu terceiro título do torneio em 2002, superando o São Caetano, modesta equipe da região do ABC na Grande São Paulo, que chegou a vencer o jogo de ida em pleno Defensores del Chaco, em Assunção, e a fazer 1 a 0 na volta, no Pacaembu, mas que acabaria sucumbindo naquela decisão ao levar a virada no tempo normal, 2 a 1, e ser vencido também na disputa de penalidades, 4 a 2 para os paraguaios.

Em 2004, a Colômbia alcançaria a sua segunda conquista de Libertadores com o surpreendente Once Caldas. O time de Manizales deixou pelo caminho dois fortes times paulistas no mata-mata daquela edição: nas quartas de finais, eliminou o Santos, comandado por Vanderlei Luxemburgo e que tinha jogadores como Renato, Elano, Diego e Robinho, e depois despachou nas semifinais o São Paulo, de Rogério Ceni, Cicinho, Danilo, Grafite e Luís Fabiano.

(Foto: reprodução)

E para coroar aquela campanha, derrubou outro gigante sul-americano na final: o Boca Junior. Após empate por 0 a 0 na Argentina, nova igualdade, por 1 a 1, na Colômbia, e triunfo do Once Caldas nos pênaltis: 2 a 0, com o Boca desperdiçando todas as suas quatro cobranças.

Tri do São Paulo em 2005 e título inédito do Inter em 2006

Após três vices de equipes brasileiras nos anos 2000, o São Paulo recolocaria o futebol do país no topo em 2005 com o tricampeonato da Libertadores.

(Reprodução: site da Conmebol)

Primeira vez na história do torneio com clubes do mesmo país duelando em uma final, aquele Atlético Paranaense (hoje “Athletico”) e São Paulo começou com uma polêmica: o veto da Conmebol ao estádio Arena da Baixada.

Isso porque na época a arena não tinha capacidade para 40 mil pessoas, número mínimo exigido pela entidade para a decisão. Nem a instalação de arquibancadas tubulares, aumentando a capacidade, foi suficiente para que a partida ali fosse realizada.

O São Paulo bateu o pé, os dirigentes não cederam e os paranaenses tiveram que mandar seu jogo no Rio Grande do Sul, no estádio Beira-Rio, do Internacional.

Com a manutenção de boa parte do time-base da Libertadores passada, o Tricolor chegaria ao tri da América (e no fim daquele ano de 2005 ao tri mundial).

Aloísio “Chulapa”, na época jogador do Furacão, abriu o placar em Porto Alegre, com o São Paulo chegando ao empate, já na etapa final, com um gol contra do zagueiro Durval.

Na volta, na semana seguinte, no Morumbi, o São Paulo goleou o Atlético-PR por 4 a 0, com gols de Amoroso, Fabão, Luizão e Diego Tardelli.

Na Libertadores de 2006, o Internacional foi mais um time brasileiro a entrar para o rol de campeões da competição.

Clemer, Bolívar, Índio, Fabiano Eller e Ceará; Edinho, Tinga, Alex e Jorge Wágner; Rafael Sobis e Fernandão foi o time colorado, sob comando de Abel Braga, no decisivo jogo de volta contra o então atual campeão, São Paulo, no Beira-Rio.

(Foto: reprodução do site do Internacional)

O Inter começou aquela final surpreendendo o Tricolor em pleno Morumbi, vencendo na capital paulista por 2 a 1, com dois gols de Rafael Sóbis. Edcarlos fez o tento são-paulino naquela noite.

Com isso, bastaria um empate na volta, em Porto Alegre, para o inédito título, e foi exatamente o que ocorreu. Placar final de 2 a 2, e o Internacional se sagraria campeão da Libertadores de 2006.

Os gols do campeão Inter foram anotados por Fernandão e Tinga. Fabão e Lenílson fizeram os do São Paulo. Os minutos finais foram de pressão tricolor, mas sem chegar ao terceiro a taça ficou no Rio Grande.

2008 e 2009 – LDU e Estudiantes superam brasileiros

O futebol equatoriano conquistou o seu primeiro título de Libertadores em 2008. O feito foi da LDU (Liga Deportiva Universitaria), que superou o Fluminense em decisão por pênaltis no estádio do Maracanã (3 a 1).

No tempo regulamentar, vitória carioca por 3 a 1, devolvendo a diferença de saldo de gols da ida, quando a LDU fez 4 a 2 em Quito.

Na final de 2008, o goleiro equatoriano Cevallos foi o herói da LDU na disputa de pênaltis contra o Fluminense (Imagem: reprodução)

O goleiro José Francisco Cevallos foi o grande herói daquela conquista equatoriana, ao defender três pênaltis, cobrados pelos tricolores Conca, Thiago Neves e Washington. A edição de 2008 foi nomeada como “Copa Libertadores Santander”, em função de novo acordo de naming rights com o banco espanhol.

Em 2009, o Estudiantes conquistou o seu quarto título de Libertadores, diante do brasileiro Cruzeiro, após triunfo de virada, por 2 a 1 em Belo Horizonte (em La Plata, foi 0 a 0). Henrique abriu o placar para os mineiros, mas Fernández e Mauro Boselli (este, artilheiro da competição, com 8 gols) garantiram a festa argentina.

Um dos principais destaques desse último título do Estudiantes foi “La Brujita” Juan Sebastián Verón – chamado assim justamente por ser filho de Juan Ramón Verón, ou “La Bruja” (“A Bruxa”), tricampeão da Libertadores (1968-1969-1970) com a mesma camisa do Estudiantes.

2010 a 2013 – Inter, Santos e os inéditos títulos de Corinthians e Atlético Mineiro

Em novo período de hegemonia brasileira na Libertadores, as próximas quatro edições da Libertadores terminaram com 100% de conquistas de times do país.

(Reprodução: site do Internacional)

Começou com o segundo título colorado no torneio, ao bater os mexicanos do Chivas, por 2 a 1 em Guadalajara, e depois fechando com triunfo por 3 a 2 no estádio do Beira-Rio, em Porto Alegre. Rafael Sóbis, Leandro Damião e Giuliano marcaram os três gols do time gaúcho na última e decisiva partida da final.

Neymar ajuda Santos a conquistar tri da América

(Reprodução: site da Conmebol)

Na Libertadores de 2011 foi a vez do Santos alcançar o tricampeonato da América, após 48 anos desde o bicampeonato de 1962-1963.

Na decisão, o time da Vila Belmiro bateu o igualmente tradicional Peñarol (curiosamente, o mesmo adversário que superou na final de 1962) 2 a 1 no Pacaembu, em São Paulo (no Centenário, em Montevidéu, ficaram no 0 a 0).

Neymar, um dos craques daquele time, marcou o primeiro na partida de volta. O lateral Danilo fez o outro, e o zagueiro santista Durval, contra, definiu o placar final.

Corinthians fatura sua primeira Libertadores, e de forma invicta

As próximos duas edições da Libertadores foram conquistas inéditas. Segundo clube mais popular do Brasil, o Corinthians enfim era campeão continental, e logo em cima de um dos maiores vencedores da competição, o Boca Juniors. Título invicto.

(Reprodução: site da Conmebol)

Na campanha rumo àquela decisão, o time paulista avançou à fase de mata-mata como campeão do seu grupo, com 14 pontos, contra 11 do Cruz Azul (MEX), que também se classificou. Nacional (PAR) e Deportivo Táchira foram eliminados com 4 e 3 pontos, respectivamente.

Nas oitavas de finais, o Timão arrancou um empate sem gols no Equador, contra o Emelec, e depois sacramentou a vaga em São Paulo com um 3 a 0.

Já nas quartas teve o seu primeiro grande confronto, diante do Vasco da Gama, time com quem duelou pelo título brasileiro no ano anterior, com conquista corintiana ao final.

Após empate sem gols em São Januário, um eletrizante reencontro no Pacaembu, marcado pela defesa cara a cara de Cássio contra o jogador cruzmaltino Diego Souza aos 18 minutos do segundo tempo.

Foi praticamente um gol do Corinthians naquela noite de quarta-feira, afinal o placar ainda estava 0 a 0 e o empate com gols daria a vaga ao Vasco. Mas o gol da classificação alvinegra seria de Paulinho, de cabeça, já próximo do fim da partida, aos 42 da etapa final. O placar não se alterou até o fim, e o time paulista passou de fase.

Passada a dramática classificação contra o Vasco, o Corinthians ainda encararia nas semifinais outro forte adversário do país, o então atual campeão Santos, de Neymar e Ganso.

Confronto que iniciou promissor para os corintianos com uma vitória por 1 a 0 em plena Vila Belmiro, em Santos. Gol de Emerson Sheik.

Só que na partida de volta, no Pacaembu, o Santos já igualaria a decisão com gol de Neymar, ainda aos 35 minutos do primeiro tempo. Em jogada pelo lado, Alan Kardec cruzou, o centroavante Borges desviou, a bola bateu na trave e o craque Neymar, mesmo bem marcado, pegou o rebote e fez Santos 1 a 0.

Mas coube ao meia Danilo marcar o gol da vaga corintiana, logo a 2 minutos da etapa final. Decisivo desde o tempo que defendia o São Paulo (foi campeão da Libertadores de 2015), aproveitou cruzamento do outro meio-campista do time, Alex.

Livre, no segundo pau, mandou de pé esquerdo para o fundo da rede. Corinthians (classificado) 1 x 1 Santos foi o placar final.

Na final, mais sofrimento, emoção e no fim festa corintiana no Pacaembu. O tradicional Boca Juniors, que havia passado pela Universidad de Chile, seria o adversário do Timão na decisão da Libertadores de 2012.

(Foto: Daniel Augusto Jr / Agência Corinthians)

O jogo de ida foi tenso em La Bombonera, com os mandantes saindo na frente. Aos 28 do segundo tempo, após cobrança de escanteio, a bola sobrou para cabeceio de Santiago Silva, o zagueiro corintiano Chicão ainda tentou salvar com a mão, mas no rebote Roncaglia faria o gol.

Mas aquela partida teria outro herói: Romarinho, que entrou nos instantes finais e faria o gol de empate aos 40 da etapa final, aproveitando bela enfiada de bola de Sheik. Com extrema frieza, o jovem atacante tocou por cima do goleiro Orión.

Com o 1 a 1 mantido até o fim, a decisão ficou aberta para a volta no Pacaembu, em São Paulo. Estádio lotado, nervosismo diante de um rival cascudo em Libertadores, mas era dia de conquista inédita do Corinthians, que começou a ser desenhada aos 8 do segundo tempo. Alex cobrou falta na grande área, durante disputa a bola sobra para Danilo, que de calcanhar, à la Doutor Sócrates, serve para Emerson emendar para o gol e fazer Timão 1 a 0.

(Foto: Daniel Augusto Jr./Agência Corinthians)

Inspirado, Sheik intercepta passe errado do zagueiro Schiavi no meio, arranca e, cara a cara com o goleiro, não desperdiça e faz 2 a 0. Corinthians, campeão da Libertadores pela primeira vez.

Com “Eu Acredito” da torcida, Ronaldinho e Victor decisivos, Atlético-MG fatura Libertadores

Mais um título inédito em 2013. Dessa vez, do Atlético Mineiro. Comandado por Ronaldinho Gaúcho, o líder técnico daquele time, o Galo fez a melhor campanha da fase de grupos, terminando com 15 pontos, contra apenas 7 do segundo colocado, São Paulo, o outro classificado.

(Reprodução: site da Conmebol)

Nas oitavas, os dois voltaram a duelar, e uma vez mais com folgada superioridade mineira. Com duas vitórias, por 2 a 1 no Morumbi e depois por 4 a 1 no estádio Independência, no bairro do Horto, Belo Horizonte, o time atleticano seguiu às quartas de finais, e a partir daí foi só emoção, com classificações apertadas. Foi assim até o grito final de “é campeão”.

Nas quartas, contra os mexicanos do Tijuana, empate por 2 a 2 fora de casa e depois 1 a 1 no Horto, só que esse segundo resultado foi graças ao pé esquerdo salvador do goleiro Victor, que defendeu cobrança de pênalti de Riascos aos 47 minutos da etapa final. Um gol ali e a equipe mineira estaria eliminada.

A felicidade em decisões por pênaltis marcaram aquela reta final. Sempre com os atleticanos revertendo placares adversos nos jogos de ida, aos gritos de “Eu Acredito” dos torcedores no Horto, nos jogos de volta.

Como nas semifinais: derrota em Rosário por 2 a 0 para o Newell’s Old Boys, vitória pelos mesmos 2 a 0 no Independência e classificação nos penais: 3 a 2.

E na grande decisão daquela Libertadores, contra o Olimpia, a história se repetiu: após perder o primeiro jogo por 2 a 0 no Paraguai, o Galo devolveu os 2 a 0 na segunda partida da final no Horto, com empate sem gols na prorrogação, e, na disputa de penalidades, novamente final feliz para os atleticanos.

Após Giménez acertar o travessão de Victor (que já havia defendido a primeira cobrança paraguaia), fim de papo, 4 a 3 nos penais e Galo campeão.

2014 a 2019 – Festa para argentinos San Lorenzo e River (duas vezes), Atlético Nacional, tri do Grêmio e bi do Flamengo

Nas seis edições seguintes houve título inédito do San Lorenzo (saudado como o time do papa Francisco) em 2014, mais duas taças para o River Plate em 2015 e 2018, a segunda conquista do Atlético Nacional em 2016, o terceiro título continental do Grêmio em 2017 e o segundo do Flamengo.

(Foto: reprodução)

Libertadores da América de 2014
Campeão: San Lorenzo (ARG)
Vice: Nacional (PAR)
Período de disputa: 28 de janeiro a 13 de agosto

Participantes: Argentina (Arsenal de Sarandí, Lanús, Newell’s Old Boys, San Lorenzo e Vélez Sarsfield), Bolívia (Bolívar, Oriente Petrolero e The Strongest), Brasil (Atlético Mineiro, Atlético Paranaense, Botafogo, Cruzeiro, Flamengo e Grêmio), Chile (O’Higgins, Unión Española e Universidad de Chile), Colômbia (Atlético Nacional, Deportivo Cali e Santa Fe), Equador (Emelec, Deportivo Quito e Independiente del Valle), México (León, Monarcas Morelia e Santos Laguna), Paraguai (Cerro Porteño, Guaraní e Nacional), Peru (Universitario, Real Garcilaso e Sporting Cristal), Uruguai (Defensor Sporting, Nacional e Peñarol) e Venezuela (Caracas, Deportivo Anzoátegui e Zamora).

Copa Libertadores da América de 2015
Campeão: River Plate (ARG)
Vice: Tigres (MEX)
Período de disputa: 3 de fevereiro a 5 de agosto

Participantes: Argentina (Boca Juniors, Estudiantes, Huracán, Racing, River Plate e San Lorenzo), Bolívia (Universitario de Sucre, San José e The Strongest), Brasil (Atlético Mineiro, Corinthians, Cruzeiro, Internacional e São Paulo), Chile (Colo-Colo, Palestino e Universidad de Chile), Colômbia (Atlético Nacional, Once Caldas e Santa Fe), Equador (Barcelona de Guayaquil, Emelec e Independiente del Valle), México (Atlas, Monarcas Morelia e Tigres), Paraguai (Cerro Porteño, Guaraní e Libertad), Peru (Alianza Lima, Juan Aurich e Sporting Cristal), Uruguai (Danubio, Nacional e Montevideo Wanderers) e Venezuela (Deportivo Táchira, Mineros de Guayana e Zamora).

Copa Libertadores da América de 2016
Campeão: Atlético Nacional (COL)
Vice: Independiente del Valle (EQU)
Período de disputa: 2 de fevereiro a 27 de julho

Participantes: Argentina (Boca Juniors, Huracán, Racing, River Plate, Rosário Central e San Lorenzo), Bolívia (Bolívar, Oriente Petrolero e The Strongest), Brasil (Atlético Mineiro, Corinthians, Grêmio, Palmeiras e São Paulo), Chile (Cobresal, Colo-Colo e Universidad de Chile), Colômbia (Atlético Nacional, Deportivo Cali e Santa Fe), Equador (Emelec, Independiente del Valle e LDU), México (Puebla, Pumas e Toluca), Paraguai (Cerro Porteño, Guaraní e Olimpia), Peru (Melgar, Universidad César Vallejo e Sporting Cristal), Uruguai (Nacional, Peñarol e River Plate) e Venezuela (Caracas, Deportivo Táchira e Trujillanos).

Com duas vitórias sobre Lanús, Grêmio chega ao tri da América

(Reprodução: site da Conmebol)

Copa Libertadores da América de 2017
Campeão: Grêmio (BRA)
Vice: Lanús (ARG)
Período de disputa: 23 de janeiro a 29 de novembro

Participantes: Argentina (Atlético Tucumán, Godoy Cruz, Estudiantes, Lanús, River Plate e San Lorenzo), Bolívia (Jorge Wilstermann, Sport Boys, The Strongest e Universitario de Sucre), Brasil (Atlético Mineiro, Atlético Paranaense, Botafogo, Chapecoense, Flamengo, Grêmio, Palmeiras e Santos), Chile (Colo-Colo, Deportes Iquique, Unión Española e Universidad Católica), Colômbia (Atlético Nacional, Independiente Medellín, Junior Barranquilla, Millonarios e Santa Fe), Equador (Barcelona de Guayaquil, El Nacional, Emelec e Independiente del Valle), Paraguai (Deportivo Capiatá, Guaraní, Libertad e Olimpia), Peru (Deportivo Municipal, Melgar, Sporting Cristal e Universitario), Uruguai (Cerro, Montevideo Wanderers, Nacional e Peñarol) e Venezuela (Carabobo, Deportivo Táchira, Zamora e Zulia).

Em final atípica em Madrid, River derrota rival Boca por 3 a 1

Copa Libertadores da América de 2018
Campeão: River Plate (ARG)
Vice: Boca Juniors (ARG)
Período de disputa: 22 de janeiro a 9 de dezembro

Participantes: Argentina (Atlético Tucumán, Banfield, Boca Juniors, Estudiantes, Independiente, Racing e River Plate), Bolívia (Bolívar, Jorge Wilstermann, Oriente Petrolero e The Strongest), Brasil (Chapecoense, Corinthians, Cruzeiro, Flamengo, Grêmio, Palmeiras, Santos e Vasco), Chile (Colo-Colo, Santiago Wanderers, Universidad Concepción e Universidad de Chile), Colômbia (Atlético Nacional, Junior Barranquilla, Millonarios e Santa Fe), Equador (Delfín, Emelec, Independiente del Valle e Macará), Paraguai (Cerro Porteño, Guaraní, Libertad e Olimpia), Peru (Alianza Lima, Melgar, Real Garcilaso e Universitario), Uruguai (Defensor Sporting, Montevideo Wanderers, Nacional e Peñarol) e Venezuela (Carabobo, Deportivo Lara, Deportivo Táchira e Monagas).

Em final disputada em jogo único, Flamengo faz 2 a 1 de virada sobre River e é bi


(Reprodução: site da Conmebol)

Copa Libertadores da América de 2019
Campeão: Flamengo (BRA)
Vice: River Plate (ARG)
Período de disputa: 22 de janeiro a 23 de novembro

Participantes: Argentina (Boca Juniors, Godoy Cruz, Huracán, River Plate, Rosário Central, San Lorenzo e Talleres), Bolívia (Bolívar, Jorge Wilstermann, San José e The Strongest), Brasil (Athletico Paranaense, Atlético-MG, Cruzeiro, Flamengo, Grêmio, Palmeiras, Internacional e São Paulo), Chile (Palestino, Universidad Católica, Universidad de Chile e Universidad de Concepción), Colômbia (Atlético Nacional, Deportes Tolima, Junior Barranquilla e Independiente Medellín), Equador (Barcelona de Guayaquil, Delfín, Emelec e LDU), Paraguai (Cerro Porteño, Libertad, Nacional e Olimpia), Peru (Alianza Lima, Melgar, Real Garcilaso e Sporting Cristal), Uruguai (Danubio, Defensor Sporting, Nacional e Peñarol) e Venezuela (Caracas, Deportivo La Guaira, Deportivo Lara e Zamora).

Breno Lopes marca nos acréscimos e Palmeiras é bi da Liberta

Não foi o badalado Rony, nem Luiz Adriano, Willian ou mesmo o ótimo goleiro Weverton. Breno Lopes foi o herói improvável do Palmeiras no bicampeonato da Libertadores, conquistado neste sábado (30), no Maracanã.

Palmeiras e festa com troféu de bicampeão da Libertadores no Maracanã
Festa verde! Jogadores do Palmeiras erguem troféu de campeão da Libertadores 2020 no Maracanã (Reprodução: Twitter da SE Palmeiras)

Quis o destino que o gol do título, marcado aos 53 minutos do segundo tempo, fosse de autoria desse mineiro de Belo Horizonte, de 25 anos, que chegou sem festa alguma em novembro de 2020. Ele estava jogando a Série B pelo Juventude. Predestinado. Destinado à Glória Eterna.

banner bônus de boas vindas com a embaixadora do Betmotion, a atacante Cristiane

Deixe um comentário